Branca de Neve é melhor que Emily: pronto falei!  E saí correndo
Imagem da Branca de Neve com os Sete Anões fora da lei

Branca de Neve é melhor que Emily: pronto falei! E saí correndo

Todo mundo falando da suposta “aula de marketing” que a série Emily In Paris oferece e é outro personagem da Lily Collins que traz lições realmente relevantes para a sobrevivência no mercado.

Assisti no último fim de semana o filme “Espelho, Espelho Meu” , uma versão bem contemporânea do clássico conto de fadas Branca de Neve. Antes de seguir com este artigo preciso pontuar duas coisas:

1.  Isso não é uma crítica de cinema porque não estou habilitada para tal

2.  É um filme infantil, logo, se for ver, não espere um texto profundo ou piadas muito elaboradas.

Dito isso para que ninguém queira me matar se resolver assistir, vamos ao que interessa!

Na releitura apresentada no roteiro de Jason Keller e Melissa Wallack sob direção de Tarsem Sinhg, a princesinha ingênua e pálida dos Irmãos Grimm aprende bastante sobre marketing pessoal e crenças limitantes com ninguém menos do que os Sete Anões.

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Vou dar aqui alguns spoilers, caso contrário não vou conseguir passar a mensagem que pretendo com esse artigo. Então, se você ainda não viu o filme e gosta de surpresa, melhor "pegar o seu banquinho e sair de mansinho".

Agora, se ficou curioso (a) para saber por que eu acho a Branca de Neve mais interessante do que a Emily, aqui é o seu lugar.

O enredo

À primeira vista, o enredo não foge muito do original: a rainha má, representada lindamente pela musa Julia Roberts, se casa com o rei que morre e deixa órfã a pequena Branca de Neve.

Ela cresce isolada e subestimada no castelo enquanto a rainha detona o reino deixando todos à míngua devido à excessiva de impostos. É aí que as coisas começam a ficar diferentes.

Aos 18 a garota consegue sair do castelo e toma um choque de realidade. A população está pobre, temendo a fera que ameaça a todos. É nesse ato de ousadia que ela conhece o príncipe.

E o príncipe... bem... é um bunda mole que se acha a última bolacha do pacote.

Mas foi capturado pelos sete anões. Esses sim, mestres do marketing pessoal.

Temos nossa primeira lição

Os sete anões, que em nada lembram os pequerruchos cantantes do desenho da Disney, usam pernas de pau com molas para assaltar os nobres que passam pela floresta e garantir a sobrevivência.

Com caráter duvidoso, foram marginalizados pela rainha e ficaram sem opções de trabalho. Em determinado momento dizem à inocente Snow White:

“Eles dizem que não podemos ser grandes por sermos pequenos”.

E seguem com ela um treinamento de guerra para que ela se junte ao bando, descolando um a um, os rótulos que a rainha má colou nela: frágil, incapaz, perdedora.

De volta ao enredo

A princesinha é perseguida pelo fiel escudeiro da rainha que não tem coragem de mata-la (sim, não temos um caçador nessa versão!).

Foge e chega à casa dos anões. Nada de novo sob as trevas até aí.

Novo mesmo é o que acontece depois. Branca de Neve se une aos pequenos grandes assaltantes.

Com eles aprende técnicas de luta e desenvolvimento de marca pessoal. Nada de princesinha frágil e cantante. A guria aprende a lutar de verdade, arregaça as mangas, lida com a espada, cai e aprende a levantar com dignidade.

E lá vem mais uma lição

É durante os ensinamentos de luta que um dos anões fala algo como:

“Eles dizem que não podemos ser fortes por sermos fracos, mas a fraqueza só existe para quem acredita nela”.

E assim aprendemos sobre autoestima e sobre dar de ombros às expectativas.

E outra

E é sobre expectativas que criam sobre nós que ele segue falando à princesinha:

“As pessoas acreditam que você é um amor, não esperam que lute forte. Use isso a seu favor”.

Quer lição melhor? Para quem cresceu sendo “café com leite” como eu, nada mais útil e poderoso do que essa mensagem.

Romper com rótulos que limitam e escondem a nossa verdade é das coisas mais corajosas e necessárias que fazemos por nós mesmos.

E as lições não param por aí

O primeiro assalto que a Snow White presencia, antes de aprender as estratégias de marca pessoal, é ao fiel escudeiro de sua sarcástica e narcisista madrasta.

O homem tinha ido cobrar impostos desnecessários de um povo já falido e os anões tomam pra si as moedas. Porém, Branca atua como uma Robin Hood e os obriga a devolver o dinheiro ao povo.

E aí, num prenúncio da Emily que viria oito anos depois, ela atua como boa marqueteira e recupera a imagem dos anões diante do povo. Ao invés de ficar com os louros do feito solidário, ela passa a bola para os anões.

De bandidos, viram heróis.

Bem Emily, não?

E por falar em Emily...

Eu não odiei a série, apenas não achei tudo isso que as pessoas estão falando. Fui seduzida pelo buzz e esperava um super aprendizado sobre a área que comecei a desbravar este ano e...

Bem... não foi bem o que encontrei.

A série tem todos os ingredientes que eu amo: romance, humor, triângulo amoroso, um figurino maravilhoso e Paris, né?

Que não precisa fazer esforço pra deixar qualquer história interessante. 

Mas aula de marketing, não!

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Sorry, Emily! Sei que isso doeu em você...

Como eu vi em algum lugar aqui no IN (me ajuda, Dimitri Vieira!) é o mesmo que dizer que um médico aprendeu a aplicar anestesia vendo Grey’s Anatomy, entende?

Respeito a opinião de quem extraiu lições ali, mas pra mim, personagem-ícone de Lily Collins é mesmo a Branca de Neve da produção infantil.

Semelhanças entre Branca e Emily

As duas personagens são jogadas em um mundo novo repleto de novas experiências.

A Paris da Branca de Neve é a vida na floresta com os anões, longe do luxo do castelo. Só que ao contrário de Emily, a princesinha toma as rédeas da situação e assume o controle.

Já a outra persona interpretada pela fofa Lily Collins, o tempo todo se coloca no lugar de vítima, tentando agradar a todos o tempo todo.

Branca de Neve sabe que a madrasta não se importa com ela e se resigna diante da situação. Até que encontra amigos (ou seriam mentores?) que lhe mostram o caminho para provar seu valor.

Não sei, mas gosto mais das heroínas que vão à luta do que daquelas que são tão perfeitas que acertam até como erram. Tipo a Emily.

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Blah! Chato e irreal.

Emily começa uma assistente de marketing perfeita e segue sendo perfeita, linda, bem vestida e com a maquiagem impecável do início ao fim.

Eu gostei da série, não me entenda mal! Mas é entretenimento. E só. Aquele tipo de coisa pra sentar e desligar a cabeça.

Espero mais emoção na segunda temporada. Sim! Eu vou ver quantas temporadas vierem! Hahaha

E é isso!

Este artigo é só pra eu falar o que eu penso disso tudo e saber a sua opinião: você é o #TeamEmily ou também acredita que foi muito burburinho pra pouca entrega? 


 ***Os gifs que ilustram este artigo são do GIPHY.com

*** As imagens são retiradas da internet. Não encontrei os autores, quem souber me avise, por favor!

Tânia Chaves

LinkedIn Top Voices 2022 | Palestrante | HR Business Partner | Especialista em Diversidade e Inclusão | Top 20 Ibest 2023 | PowerList 2023 | Redatora | Instagram: @tania.l.chaves

4 a

Perfeita a sua análise, Marinella de Souza. Concordo com tudo. E tem um detalhe que me incomodou em Emily in Paris, ela apresenta o povo francês como muito desagradáveis. Não sou a favor de nivelar por baixo toda a população de um país. Mas, quando sair a segunda temporada, também quero assistir, só pelo entretenimento mesmo.

Nathália Santos

Professora de Língua Portuguesa | Mestra em Literatura de Língua Portuguesa | Pesquisadora | Escritora | Produtora de Conteúdo | No Instagram: @nathaliaesantos_ e @nathescreve

4 a

Marinella de Souza amei o artigo! Concordo muito com você, Espelho Espelho Meu traz muito mais lição que Emily. Eu prefiro muito mais a Lily Collins de Branda de Neve hahaha

Marinella Souza

Gestora de Comunicação |Assessora de Imprensa| Educadora midiática |Transformo escolas e profissionais da educação em notícia

4 a

Vanessa, eu também me sentia assim até o Dimitri interagir com um conteúdo que falava o que eu pensava. Aí eu me senti acolhida na minha comunidade ! 🤣🤣🤣🤣 Não entendo até agora todo esse frisson. Continua sendo uma série comum. Nada de excepcional!

Vanessa Cioffi

Behavioral Neuroscientist | Executive and Care Coach | Introvert Specialist | MBTI®

4 a

Hahaha amei Marinella!!! Já quero assistir! Achava q só eu tinha achado “Emily” água com açúcar e nada de lição de marketing.

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