Brasileiros "Politizandos"
Nós Brasileiros nunca ligamos muito para a tal de política. Bem, pelo menos a maioria de nós. Eu cresci quando ainda só existiam dois partidos políticos apenas e ouvindo meu pai dizer que política não enchia nem a barriga e nem o bolso de ninguém.
Eu acreditei e passei toda a minha vida sem me importar com o que estava acontecendo no Brasil. Vivia correndo atrás de minha sobrevivência e só me lembrava de política em períodos eleitorais.
Tenho vergonha de confessar, mas me lembro de uma eleição que eu simplesmente não sabia nome de nenhum candidato, no caminho para minha seção eleitoral eu achei um panfleto de um candidato qualquer e o levei para as urnas votar. Mais uma vez me envergonho de confessar tal afronta ao Brasil.
Eu assistia os candidatos na televisão falando de seus projetos e promessas. Meus pais sempre dizendo que eram “tudo ladrão e mentiroso”. Algum comício acontecia nas ruas próximas de minha casa e eram discursos chatos, que nenhum jovem queria ouvir. Estávamos ali apenas pra ver a multidão e quem sabe não podia aparecer alguém interessante!?...
Como cresci em ambiente sem muitos recursos, sem muito capital e também com um pobre capital cultural, só fui para a faculdade depois dos quarenta anos. Lá eu comecei a aprender em sociologia a importância dos movimentos políticos. Mesmo depois disso foram praticamente vinte anos onde continuei a votar quase que sem muita informação.
Assistia somente as TV’s abertas e o que eles me informavam era o suficiente para eu votar. Sempre acreditei na injustiça social e por isso votei no Lula nas suas primeiras eleições. Depois quando apareceu a Dilma não tive coragem de dar o meu voto para alguém que iria representar o Brasil para o mundo todo e que mal, mal, sabia se comunicar.
Nossa “presidenta” virou chacota mundial e principalmente dentro do Brasil. Eu sempre respeitei nossos líderes constituídos e colocados no poder sob o poderoso voto que eu já exercia com certo orgulho. Por isso preferi ignorar tais descalabros a ter que ferir ou denegrir uma liderança que o próprio povo brasileiro colocou lá.
Com o advento da internet, smartphones e as redes sociais a pleno vapor, comecei a ter acesso a mais conhecimento e foi somente nas eleições onde Jair Bolsonaro se tornou presidente, que aprendi muito sobre como a política brasileira funcionava até o momento.
Confesso que as eleições de 2022 estão se aproximando e eu ainda não consegui engolir tantas informações que vem misturadas com fakenews de todos os lados. Até que no último domingo passado eu ouvi um humorista chamado Marcus Vinile numa entrevista para o Jornal da cidade, onde ele se colocou numa posição política idêntica a minha e que eu ainda não conseguia colocar em Palavras. Ele não se mostrou nem da direita e nem da esquerda Quem quiser conferir.
Apesar do Brasil estar dividido “doentemente e pseudo-historicamente” em dois lados - direita e esquerda - eu me considero do lado daqueles que são a favor do bem estar geral dos brasileiros. Sei que tanto a direita quanto a esquerda têm pontos que ajudarão o país a melhorar, pelo menos em teoria. Então cheguei nessa conclusão:
Vou observar quais políticos trabalham para que a vida da maioria do povo melhore. E como eu conheço bem a natureza humana posso dizer que nem tudo que é mais fácil ou dá mais prazer é melhor para o ser humano crescer e se desenvolver.
Então vou ficar de olho naqueles que realizam obras e executam leis a favor do crescimento das pessoas e da nação. Não estou interessado em fazer parte desses grupos de ódios ignorantes, tanto da direita quanto da esquerda.
Afinal de contas, exercer o meu direito de voto não tem nada a ver com amizades ou com afetividade ou com algum ganho e vantagem pessoal. Política tem a ver com uma boa organização da sociedade para que todos possam prosperar e viver em paz ali dentro.
E dependendo da maneira como os lideres conduzem essa organização, seja por meio de obras (executivo) ou por meio de leis (legislativo) ou no cumprimento delas (judiciário), todos nós sentiremos nas nossas costas as consequências do que eles decidirem.
Por causa disso agora uso todas as informações que estão espalhadas pela internet no afã sôfrego de captar a verdade sob todo esse falatório – muitas vezes chegando a ser cômico.
Escuto de três a cinco comentaristas políticos sérios e, tem alguns que até me fazem rir como já afirmei acima, enquanto colocam a visão deles de tudo o que está acontecendo para quem quiser ouvir.
Hoje posso dizer que sou um brasileiro “politizando”, não politizado, porque do jeito que as coisas acontecem tão depressa, tenho que me informar semanalmente sobre tudo. Por isso o gerúndio.
Com certeza, já tenho meu candidato favorito e meus princípios políticos como acima defini como sendo “politizando”, mas jamais terei um partido de maneira definitiva. Sendo assim, vou utilizar essas informações que recebo semanalmente, sem paixões e sem preconceito, para melhor votar em 2022.
Aprendi na faculdade a ter senso crítico, isto é, me tornei capaz de ouvir todos e escolher aquele que melhor vem fazendo ou fez pelo Brasil, sem engodos e sem firulas. Fatos, fatos e fatos.
É neles que vou me firmar para votar em 2022. E você? Faz parte do meu time ou está contaminado com alguma febre delirante da esquerda ou da direita?