Bruce Lee, o camaleão e você

Bruce Lee, o camaleão e você

Be Water, my friend.

 

Já reparou que toda palestra que você assiste  e artigo que você lê tem pelo menos uma ou duas citações? Elas servem para mostrar aos espectadores que nós, palestrantes, somos estudiosos e conhecemos muito sobre aquele assunto Por isso, quanto mais famosa for a pessoa mencionada, melhor -  mesmo com o enorme risco , hoje em dia, de citar algo inventado mas muito difundido pelo Google

Então, para não deixar você esperando pela citação deste artigo, a coloquei logo no título. Sim, nossa fonte do dia é o Bruce Lee. Esse mesmo, o ator de cinema, lutador de  artes marciais e, você agora sabe, pensador contemporâneo.

Be water, my friend, ele dizia, falando da necessidade de ser flexível, de contornar obstáculos, de ser resiliente até encontrar um caminho que permite a você seguir. Em resumo, ser adaptável.

Me lembrei desta frase estes dias graças a  um texto da @GladesChuery, que falava que depois da valorização do QI e do QE ( sobre o qual falamos bastante no livro Empresa Emocional, que escrevi junto com @KleberCouto) chegou o momento das organizações pensarem no QA, o Quociente de Adaptabilidade ( por favor, não confunda com Quality Assurance. Esse usou a sigla antes mas não tem lugar no nosso texto).

Eu não poderia concordar mais com esta teoria. Em um cenário de evolução tão rápida quanto o que vivemos hoje, e no qual nem sempre é possível perceberem eu direção sopra o vento, a capacidade de se adaptar rapidamente é fundamental para a sobrevivência nos negócios.

As organizações do presente que querem sobreviver no futuro precisam se tornar o que eu chamo de “empresa camaleão”: ela reage aos estímulos do ambiente conforme ele muda, se integrando a ele sem atrito , ao mesmo tempo em que mantém sua essência.

Quando falo em Essência, falo também em propósito, valor, princípios, enfim, aquilo que torna a empresa o que ela é, que a diferencia de seus competidores, que forma sua personalidade. E este talvez seja um dos tópicos menos discutidos quando falamos de transformação corporativa, e das mudanças necessárias para adoção de inovações ou redirecionamentos de negócio.

Adaptar-se pode significar mudar a linha de produtos, os serviços oferecidos, a abordagem o conteúdo, enfim, tudo aquilo que o negócio entrega  e até, se esta mudança for radical demais, criar um novo negócio que vai substituir o antigo ( fiquei tentado a usar o ditado “rei Morto , rei Posto, mas não era uma citação culta, então parece que não fica bem em artigos).

E tenha sempre em mente o ensinamento principal de nosso filosofo: buscar caminhos alternativos, ou aguardar até que você possa seguir não muda quem você é, mas preserva sua energia para ser aplicada onde necessário, e não desperdiçada.

 

Então...Be water, my friend   

 

 ·        A Jaguar, com seu recente esforço de rebranding, está tentando se adaptar a um novo mercado, que pede produtos diferentes, e que, talvez, não se encaixem no perfil de produtos que ela hoje oferece. Podemos gostar ou não da campanha e da marca, mas na essência, ela foi buscar a frase que a definiu no início: “copy nothing”

 

·        Ter alto grau de adaptabilidade, entendendo novos mercado pode não ser suficiente se a empresa não tiver coragem de colocar energia e esforço para testar e avaliar as novas soluções. O famoso caso da Kodak, outra estrela das palestras, é um caso típico: pensou primeiro em câmeras digitais ( eu tive uma, e era boa para a época), mas não foi flexível o suficiente para trabalhar com elas.

 

·        Sou um fã da Adidas quando falamos de adaptar-se às tendências e ao que o mercado e o futuro nos sinalizam. Uma década atrás Nike, Puma e outras marcas eram muito mais fortes que a marca das 3 listras, que procurou entender onde podia se estabelecer : e através de collabs e da ressurreição de seus produtos clássicos se  reposicionou e hoje é uma marca muito mais valorizada, com produtos de alto valor percebido e que fugiram de seu mercado de esportes

Rosana iost

Gerente de Customer Success | Atendimento ao Cliente | Operações | Suporte Técnico | Experiência do Cliente | CRM | Customer Intelligence | Sales Ops | Gestão de Equipe

7 h

Ótima reflexão sobre adaptabilidade, que é também um pilar essencial para Customer Experience. No universo de CX, ser "water" significa compreender que as expectativas e necessidades dos clientes estão em constante evolução. Empresas que adotam um alto Quociente de Adaptabilidade conseguem não apenas reagir às mudanças do mercado, mas também antecipá-las, proporcionando experiências memoráveis e relevantes em cada interação. Adorei a parte que você comenta sobre essência. No fundo, o CX de sucesso é aquele que mantém a essência e os valores da marca, enquanto molda suas práticas e estratégias para criar valor contínuo ao cliente. Afinal, adaptar-se com propósito fortalece a conexão emocional com o público, gerando lealdade e crescimento.

Lucas Nogueira

Equipes de alta performance | Head de operações | Head de RH | Paixão por encantar pessoas | Vendas consultivas | Qualidade de Serviços | Melhoria de Processos | Gestão da Mudança | Experiência e Jornada do Cliente

10 h

Dicas úteis, excelente

Gillian Borges

MSc, Conselheira Consultiva, Presidente da Conselheiros TrendsInnovation, Governança, Tendência & Inovação, Comunicação & Marketing

19 h

Gosto de pensar nos processos, André Veloso, por isso, enquanto ia lendo, ia formulando o que precisamos aprender para "ser água". Primeiramente, acho que precisamos viver um tanto de vida (a redundância é proposital, é necessário viver com intensidade). Em outras palavras, ser água não é coisa para jovenzinho (a menos que seja desses jovens que já nascem sábios, como Bruce Lee). Com muita "vida vivida", você vai ganhando maturidade emocional e praticando o autoconhecimento (terapia também ajuda!). Isso permite deixar o ego de lado e, aí sim, você está pronto para ser água! E como seu texto é de uma profundidade ímpar, ele ainda me fez pensar nos desafios que, como diretoria, enfrentamos na Conselheiros TrendsInnovation: ja pensou no quanto ser água é relevante na jornada para ser um Conselheiro? E que empresas que são água tem mais chances de ter vida longa?

Marcio Motter

Conselheiro Consultivo | Conselheiro Independente | Advisor | Mentor | Executivo Financeiro | CFO | Diretor Financeiro

4 d

Gostei bastante do texto, bem adequado não só para as empresas, mas também para nós profissionais.

Boa reflexão…. Adicionaria aqui: Algumas vezes be water! Outras vezes: influence others to be water as well ;)

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