BurnOut - A Síndrome do Esgotamento Profissional - Quinto Artigo

BurnOut - A Síndrome do Esgotamento Profissional - Quinto Artigo

Pergunta do texto anterior: Qual será a avaliação 360º (feita por colegas, subordinados e chefes) do trabalhador? E se você não percebesse que esse trabalhador é você? Deixe suas respostas nos comentários.


As Causas e Efeitos da Síndrome do Esgotamento Profissional

Nos artigos anteriores, vimos o efeito do Burnout nas esferas pessoal e profissional. Logo, é o momento de observar um terceiro personagem, geralmente deixado de lado, mas que também sofre com as alterações causadas pela doença: a empresa.

Trata-se de uma observação lógica. Se uma pessoa desenvolve uma síndrome séria, capaz de prejudicar seu descanso e comprometer seu desempenho, é uma questão de tempo até que o problema vá além do ambiente profissional e alcance o trabalho em si. 

Cada trabalhador representa uma engrenagem dentro de sua equipe, empresa, comércio, indústria. E quando uma engrenagem emperra, de forma gradual todo o sistema começa a sentir.

Sabe-se que o burnouter não consegue manter o desempenho habitual, e que sua forma de se relacionar com os outros começa a ser igualmente afetada. O ambiente profissional pode facilmente ser “contaminado” por um certo tipo de atmosfera, seja ela positiva ou negativa. É sabido que o maior causador de problemas no ambiente organizacional esta ligado a comunicação. O que antes podia ser assertivo, tornou-se agressivo. Mesmo assuntos e decisões simples levam mais tempo que o necessário, ou tornam-se insolúveis sem razão aparente. 

O tempo perdido com coisas que não deveriam tomar tempo é um problema de todos. E, considerando-se o baixo rendimento de ao menos um profissional (afetado pelo burnout), a empresa recebe o primeiro demonstrativo, mas que merece e recebe sempre muita atenção: a queda nos resultados e metas.


Círculo vicioso

Se o clima ruim atrapalha, o não-cumprimento de metas vem para jogar mais pressão no time. No plano individual, as coisas também não vão melhor para o burnouter. Em alguns casos, ele começa com pequenos atrasos, antes deles se tornarem frequentes e maiores – isso quando ela simplesmente não se ausenta. Começa o absenteísmo e, com ele, os problemas do RH. Surgem pressões por treinamentos e reciclagens, e o que era focal, tornou-se geral. 

O comportamento de um membro talvez tenha os piores efeitos no restante da equipe. As pessoas se perguntam o porquê dela estar lá, e as sensações que decorrem daí são todas como veneno para o desempenho em grupo – ciúmes, boatos de proteção ou favorecimentos. 

Dessa sensação de injustiça no trabalho decorrem a queda da motivação geral, baixa solidariedade, quebra do espírito de grupo e diminuição do respeito entre os trabalhadores. 

Por fim, esse ambiente ruim leva à alta rotatividade, uma vez que as pessoas passam a procurar lugares melhores para trabalhar. Isso tudo leva a mais queda de rendimentos e aumento de custos – o Turnover é, sim, um dos maiores impactantes no curso operacional quando a avaliação é feita com base nas pessoas. O conhecimento deixa de ser transmitido, e o que Peter Senge chama de a verdadeira consciência organizacional torna-se inviável pois clima e ambiente estão péssimos, e as pessoas que continuam a trabalhar ali não estão devidamente engajadas com a empresa e seus valores, que ficaram de alguma forma de lado.

De modo passivo ou ativo, pessoas e equipes dividem-se a pensar em empresa e metas, humanidade e pessoa. Mais treinamentos focados nas consequências, sem avaliar a causa: um membro da equipe desenvolveu a Síndrome de Burnout.


VOCÊ Ltda.

A síndrome que afeta um único trabalhador pode comprometer toda a equipe e até o negócio inteiro. Logo, o problema de um profissional é problema da empresa também. Lembre-se que o Burnout é uma síndrome que se desenvolve no ambiente de trabalho competitivo e pode atingir qualquer um. Não se trata de uma maça podre, mas de uma falta de cuidados com as maças existentes. Então: você é capaz de identificar quando há algo errado com sua equipe? Como líder, o que você faz para proteger seu time da síndrome do esgotamento? E se fosse o liderado, como agiria se percebesse isso em alguém? Conversaria com a pessoa, seu líder ou o RH?


Chris Malta

cmalta@casacoaching.com.br

@ochrismalta

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