Buscando os oceanos azuis
Você teve uma ideia para um novo produto ou serviço que pareceu uma grande sacada?
Já te propuseram ser sócio de um novo negócio que parece uma ideia genial?
Cuidado com aquele “monte de ideias”.
Não dá para pensar em novos negócios, startups ou novos produtos sem muitas ideias, um monte delas. Mas elas por si só não bastam. Ideias podem ser geradas infinitamente e é bom que seja assim, afinal nós seres humanos somos os Homo sapiens e gostamos de pensar que podemos ter a supremacia das boas ideias na natureza.
De fato, o processo civilizatório se apoia em uma montanha de ideias que deram certo e nos ajudaram a chegar aonde estamos, com toda a tecnologia que nos rodeia e as instituições que buscam promover a justiça e igualdade entre as pessoas.
De boas intenções o inferno está cheio!
As "boas intenções" eram "boas ideias" que nem sempre se converteram naquilo que o ser humano realmente precisaria. Na verdade, algumas foram verdadeiramente horríveis e nos arrastaram para guerras sangrentas, massacres, genocídios e muita destruição do meio ambiente.
O que separa as boas ideias das nem tão boas assim é o quanto se prestam a tornar a vida das pessoas algo melhor, gerando bem-estar, melhoria na qualidade vida, diversão, saúde e, não menos importante, riqueza.
Não se pode acreditar que inovar é a garantia para gerar lucros. A inovação só será rentável se estiver alinhada com as oportunidades do mercado
O ponto que deve anteceder o esforço criativo é a busca pelas oportunidades, ou seja, entender as necessidades, carências, lacunas de atendimento e satisfação que podem ser preenchidas por boas ideias que gerem riqueza e bem-estar.
A busca pelas oportunidades deve anteceder o esforço criativo
Empresas e empreendedores, governantes e entidades assistenciais, profissionais em busca de crescimento na carreira devem se esforçar para encontrar onde estão os gaps ou vazios de mercado.
Encontrar estes vazios de mercado equivale a achar o oceano azul[1] do seu negócio.
Para encontrar o Oceano Azul, é preciso ter o foco em achar aqueles pontos em que a oferta de produtos ou soluções ainda é incipiente ou inexistente e, então, fazer esforço para gerar as ideias de como atender da melhor forma possível estas lacunas ou gaps de mercado.
Inverter a ordem, ou seja, tendo ideias para ver onde podem ser úteis pode se mostrar um gasto de tempo e esforço que frequentemente resulta em soluções para problemas que não existem.
Para achar Oceanos azuis é preciso buscar onde a oferta de produtos ou soluções ainda é incipiente ou inexistente
Olhando as mais valiosas empresas dos Estados Unidos entre 2009 e 2018 vemos uma drástica mudança no ranking. As mais valiosas de 2018 são, em geral, donas de produtos e serviços que não tem nenhuma relação com o que as maiores de 2009 faziam.
dados: Investopedia.com - elaboração própria
Os seres humanos são os mesmos, mas novas estrelas ocuparam os gaps que nem tinham sido percebidos pelas ricas de outrora.
Novos produtos, novos serviços, mesmas pessoas.
Não foram apenas boas ideias que geraram este resultado, mas a detecção dos gaps e então a ocupação com as boas ideias.
As perguntas de um bilhão de dólares (tudo mudou né? Antes era a pergunta de um milhão) são:
- Como encontrar os tais gaps de mercado?
- Onde achar os vazios que estão desatendidos ou mal atendidos?
- Onde estão os oceanos azuis?
Primeiro ache a oportunidade depois tenha ideias
Encontrar oportunidade é uma atividade complexa e que em geral é feita de maneira pouco sistematizada. Na verdade, a literatura de empreendedorismo coloca muita responsabilidade nos ombros dos empreendedores para acharem oportunidade através de seu feeling ou por saberem algo que ninguém mais sabe. Porém, artigos mais recentes [2][3] têm mostrado que a busca sistematizada por oportunidade acaba sendo mais eficiente para os empreendedores acharem as lacunas de mercado que podem ser as mais lucrativas.
Achar oportunidade é, portanto, uma atividade que deve ser feita de maneira sistemática e com apoio de ferramentas que permitam enxergar o que ainda não está claro para a maioria.
Mapas de Percepção®, Radar de Oportunidades®, Jobs To Be Done e outras metodologias são ferramentas para sistematizar a busca para achar Oceanos Azuis, seja um novo produto, um novo serviço, sua startup ou sua nova carreira.
As ferramentas Mapas de Percepção® e Radar de Oportunidades® eu já apresentei em um artigo há algum tempo - Quer empreender? Precisa saber achar uma oportunidade. Jobs To Be Done está explicado neste outro artigo - Produtos também procuram emprego.
Faça o esforço na direção certa.
Primeiro vem a transpiração para achar seu oceano azul, depois a inspiração para ocupar este oceano.
Referências
[1] W. Chang Kim; Renée Mauborgne, A Estratégia do Oceano Azul. Harvard Business Review, 2004.
[2] R. G. Schwartz and R. D. Teach, “A Model of Opportunity Recognition and Exploitation: An Empirical Study of Incubator Firms,” J. Res. Mark. Entrep., vol. 2, no. 2, pp. 93–107, 2000, doi: 10.1108/14715200080001541.
[3] A. Ardichvili, R. Cardozo, and S. Ray, “A theory of entrepreneurial opportunity identification and development,” J. Bus. Ventur., vol. 18, no. 1, pp. 105–123, 2003, doi: 10.1016/S0883-9026(01)00068-4.
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