Café e autoconhecimento
Por não perceber os efeitos físicos da cafeína no meu corpo, sempre declarei que o café não tinha efeito sobre mim. Ledo engano... descobri que o efeito é bem mais significativo...O café é âncora! Vou te contar essa história.
Outro dia, no meu café matinal, junto com as reflexões sobre a vida, comecei a buscar na memória quando o café entrou na minha vida e fez morada. Dei-me conta que desde pequena, gostava de entrar no escritório da minha mãe e “roubar” um copinho de café.
Eis que surge a minha mãe nos meus pensamentos, que linda memória afetiva. Olha só para onde os pensamentos nos levam quando decidimos explorar com positividade o nosso eu interior.
(Ahhh) a minha mãe, para além de mãe com toda a força desta palavra, ela é a mulher mais doce e forte que eu conheço. Ela consegue conjugar como ninguém o olhar afetuoso e sensível sobre a vida, com a força de um trator arando a terra. Algo que sempre admirei nela, apesar de nunca ter dito verbalmente. Agora ela vai saber.
Na época, ela tinha uma academia de dança, a Corpovivo, que marcou a vida de muitas meninas que hoje são mulheres, inclusive a minha.
A Corpovivo era família para muitas. Minha mãe, atrevida na vida, trazia professores renomados do Sul do Brasil, dos EUA, de Cuba, para dar temporadas de aulas nas suas salas de dança. Dentro dos muros da academia, era possível experienciar o senso de comunidade, espaço humanizado, atividades de integração, inovação, foco do/no cliente e foco no resultado. Tudo isso era trabalhado ali, mesmo que sem a aplicação dos nomes técnicos que temos hoje.
Na maior parte do tempo de existência da Corpovivo, a academia funcionou conjugada com a nossa casa. Ela, a minha mãe, já vivia o homeoffice na década de 80. Ela, mãe de uma filha única, era uma workaholic, vivia persistemente para o trabalho. E eu sempre ali, como toda criança espevitada e curiosa, acompanhava de perto a sua rotina e a sua relação com o café. Sim, ele (o café) estava sempre presente. Uma garrafa de café preparado pelas mãos de Maria José, na nossa cozinha, era “de lei” no seu escritório/sala de aula.
E passou a ser lei para aquela criança que cheiro de café é sinônimo de garra, força de uma mulher sensível e forte como um leão, capaz de conduzir com maestria uma empresa com tanto significado e resultado na vida de tantos.
Hoje, menina crescida em busca de construir um empreendimento que impacte na vida das pessoas, eu tenho o café como uma âncora afetiva para a mulher forte e determinada que eu sempre quero ser.
Fazer essa descoberta de algo que já habitava em mim só foi possível porque eu dei uma chance para mim mesma para olhar para dentro, olhar para a minha trajetória, resgatar as minhas memórias. Muito do que sentimos hoje está relacionado com a nossa história de vida, muito do que queremos ser está refletido em pessoas que convivemos e admiramos. Basta começar a explorar (para dentro).
Eu sigo com café e coragem... para olhar além e igualmente para dentro.
E você, quais são as suas âncoras?
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Instagram: @joanapatino.carreiras
Psicóloga CRP: 05/59649
4 aPerfeito!!! Exatamente isso. Só olhando para dentro que conseguimos caminhar, e olhar pra nossas memórias é fundamental para o processo de autoconhecimento.
International Performance Coach | Safety Culture, Leadership Development
4 aDois assuntos que muito me interessam!