Caio Jahara: "A realidade virtual é o futuro da humanidade"
Ele foi o típico adolescente nerd que se trancava por semanas no quarto usando o mesmo pijama, comendo hot pocket e jogando World of Warcraft. O primeiro dinheiro que ganhou na vida foi vendendo personagens deste game.
O pai, que foi sua inspiração para se apaixonar por tecnologia, ficava desesperado: "menino, saia deste quarto!". E mais desesperado ainda ficou quando soube que tinha trancado matrícula na Poli-USP para se tornar sócio de uma mobile ad network.
Dois anos depois, decidiu criar a própria startup no universo da realidade virtual e da realidade aumentada e já prepara o lançamento de um novo negócio no mercado de Inteligência Artificial generativa.
Nosso convidado de hoje em People2Biz - Pessoas e Negócios é Caio Jahara , CEO da R2U, empresa que desenvolve projetos de experiência imersiva para clientes como Leroy Merlin, Mobile, Electrolux e Tecnisa.
Caio contou como a mania pelos games o transformou um empreendedor nato no mundo digital, lembrou dos tempos em que se tornou um autodidata em várias linguagens de programação e fez projeções para evolução das novas tecnologias que irão surgir a partir do Apple Vision Pro, que acredita será tão revolucionário quanto foi o iPhone.
Ele não titubeou em deixar sua previsão para um futuro não muito distante: "a realidade virtual é o futuro da humanidade!".
Ah! Como se já não bastasse todos os desafios que vive como empreendedor no mercado de tecnologia, Caio é ainda investidor de startups e, vejam só, sócio do Banana Café, um bar badalado no Itaim, em São Paulo.
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Confira agora os principais trechos da entrevista:
LC - Vamos começar falando do seu início de carreira. Você chegou a cursar Administração na FEA-USP, mas acabou deixando a faculdade para se tornar sócio na RevMob. Como surgiu esse convite da RevMob? Quem era o sócio? Qual era o modelo de negócios da empresa?
CJ - A RevMob era uma mobile ad network. A Uber era uma grande cliente nossa e também aqueles joguinhos, King, Candy Crush. O mais legal é a história como essa empresa surgiu. O Guilherme Schvartsman, que é fundador da RevMob, estava no quinto ano da Poli e em 2009, a Apple estava lançando App Store.
E ele pensou: “cara, isso aqui vai ser gigante, a nova plataforma de computação”. Ele começou a fazer vários aplicativos, aplicativos que você lambia, dava a nota do beijo, botava seu dedo em cima e ele falava como que você estava se sentindo, aquelas coisas bem early days de internet assim. Até que ele fez um aplicativo que bombou, que era o Ant Smasher, não sei se lembra o jogo de matar a formiguinha, que elas iam descendo pelo aplicativo.
LC - Mania nacional.
CJ - Mania global. Tem mais de 200 milhões de downloads, foi um sucesso. Ele estava no quinto ano da faculdade e só de ads ele estava faturando 500 mil dólares por mês. Aí ele decidiu: “não vou mais dar dinheiro para o Google, não vou usar a ad network do Google para monetizar meus apps, vou fazer minha própria rede de anúncios".
E ele fundou a RevMob, que era bem agressiva na contratação de talentos, principalmente de estagiários. Eles acreditavam que qualquer pessoa poderia aprender a programar. E o que eles fizeram? Eles estavam pagando, em 2014, R$ 5.500 de estágio para você ser programador. Então, a USP inteira foi para lá.
LC - Ótimo salário de estágio.
CJ - Sim. Todos os colegas da FEA, tinha um DEV que trabalhava como programador conosco que fazia São Francisco, era um advogado. Inclusive hoje ele até advoga para R2U e várias outras empresas dos ex-RevMobbers.
Foi uma concentração de talento muito grande. O guia era muito agressivo em dar equity para as pessoas. Só que, para virar sócio tinha que ser full time. Eu não tinha essa opção porque estagiava quatro, seis a oito horas por dia. Trabalhávamos bastante lá e aí veio a proposta para virar sócio.
Conversei com meu irmão e com a minha mãe e larguei a faculdade. Para meu pai contei depois de uns meses para ele não ficar muito em choque quando já era irreversível. Ele quase enfartou porque ele é bem certinho, fez Poli, então eu era meio que obrigado a fazer USP. Nunca tive uma escolha de fazer uma faculdade que não fosse pública e para ele era sempre extremamente importante completarmos a faculdade, mas quebrei esse ciclo aí. Meu irmão fez Poli também e eu sou um não formado na família.
LC - Muito bom. Como é que foi dentro da RevMob? Qual era sua atuação e as frentes que você assumiu lá?
CJ - Então, imagina que tínhamos um servidor que geria o anúncio. Quando alguém abria o aplicativo, queríamos saber onde esse cara estava, quem era ele. Trabalhei em algumas frentes. Trabalhei no backend, no servidor, que era para servir as campanhas. Queríamos saber que usuário tem mais chance de converter aquela campanha. Pô, é um jovem, e uma campanha de, sei lá, beleza feminina. Tínhamos que garantir que estava sendo servida para mulheres que olhavam assuntos desse gênero, em serviços e aplicativos voltados para mulheres. Ou campanha de carro, bem aquela pegada de homem acelerando, old school, tínhamos que direcionar aquela campanha para este público.
Trabalhei nesse cérebro para garantir que as campanhas eram servidas pras melhores pessoas com a maior chance de conversão. Trabalhei também na parte dos SDKs, que desenvolvedores colocavam dentro do aplicativo deles. Aprendi a programar em IOS nativo, que na época era Objective-C. Trabalhei com Java nativo, que era como se desenvolvia para Android na época. Trabalhei com c sharp, que era Unity na época, também trabalhei na ponta do código que o desenvolvedor colocava dentro do app para receber nossas campanhas.
Isso foi bem legal porque eu aprendi várias linguagens, vários ecossistemas que me deram um pouco de confiança pra eu fazer quase tudo que quisesse com relação a software, porque eu sabia fazer desde o front, a parte do app, até a parte do servidor em que usávamos note e javascript na época.
LC - Muito bom. Isso me leva a minha próxima pergunta, porque já acendeu aqui uma curiosidade. Nos primeiros três anos, além da RevMob, você trabalhou em outras duas empresas na área de engenharia de software. Como você aprendeu a programar? Foi um autodidata? Foi um nerd desde de adolescente? De onde veio este envolvimento com a área de programação?
CJ - Boa pergunta. A paixão pela tecnologia veio por conta do meu pai. Desde quando lançou o Apple 2, ele dava um jeito de trazer o computador, com tela de fósforo ainda. Então, eu bebê ficava no colo do meu pai jogando Príncipe da Pérsia no computador. Desde criança tinha computador no quarto. Meu pai sempre apostou muito no valor que ter um computador ia gerar para as pessoas. E, na parte de programação, a primeira vez que eu comecei a brincar com isso foi em 2005.
Tem um jogo chamado World of Warcraft, que é um jogo da Activision Blizzard de hoje. Viciei nesse jogo, era uma coisa até meio doentia, não saia do quarto, ficava trancado lá. Só que esse jogo dava a possibilidade de você criar ferramentas para melhorar sua experiência dentro dele.
Inclusive, é até engraçado que eles usam Lua, que é uma linguagem desenvolvida pela Puc-Rio, acho que ninguém mais usa no mundo, além da Blizzard, e eu aprendi a programar para fazer o que eles chamam de add-ons, que são esses códigos dentro do joguinho para você conseguir melhorar sua experiência. No meu caso, eu gostava de subir meus personagens de níveis e depois revender para outras pessoas do mundo. A primeira vez que ganhei dinheiro na vida foi vendendo personagem desse joguinho.
Em 2007 fiz um robozinho para operar a Bolsa Forex, que não deu muito certo. Perdi dinheiro nessa jornada, mas também programando sozinho e bem autodidata, aprendendo na internet, e fiquei sem trabalhar com isso até 2014. Aí surgiu essa oportunidade da RevMob. Já tinha uma noção básica, vi que eu não sabia nada, nunca tinha trabalhado em uma organização com dezenas de pessoas colaborando no mesmo código.
A RevMob foi muito importante para aprender essas boas práticas. Só que a RevMob não ensinava a programar. Então, qual era o trabalho? Muito curso online, ler muitos artigos e, literalmente, ser autodidata, aprendendo, errando e, claro, já agradecendo aí todos os meus colegas da época, tinham muitas pessoas muito mais competentes que eu como dev que me ajudaram a dar uma estilingada muito grande na minha competência como engenheiro de software.
LC - O típico gamer nerd que acabou virando programador de software de maneira autodidata. Essa é a história “menino, sai do quarto, larga esse jogo”.
CJ - Nossa senhora! Trinta dias com o mesmo pijama, comendo hot pocket, aquelas coisas bem de nerd mesmo. Meu pai chegou a ficar desesperado porque eu não saía do quarto e meu irmão falou ‘vai passar isso daí”. E passou.
LC - Não só passou como levou pra esse lugar que você está hoje.
CJ - Sim.
LC - Depois dessa sua jornada aprendendo como autodidata a programar, trabalhando na área de engenharia de software, conta um pouquinho dessas duas empresas que você trabalhou, que empresas eram essas e como é foi seu momento ali. Que tipo de trabalho realizava?
CJ - É a mesma empresa de joguinhos de matar formiguinha, lembra?
LC - OK! E ela foi junto. Você trabalhava em paralelo nas duas?
CJ - Era uma holding e não priorizávamos a Best Fun & Cool Games. Só quando pintava uma bomba: parou de funcionar o aplicativo das formiguinhas. Aí ia lá, arrumava e voltava para o foco, que era a rede de anúncios.
LC - Em 2016 você fundou a R2U, que é a empresa na qual você empreende hoje. É uma startup de realidade aumentada e soluções envolvendo tecnologia 3D. Há 7 anos esse tipo de tecnologia era ainda bastante embrionária, pelo menos para o segmento de varejo e para outras aplicações. Lembramos do 3D do cinema, mas estou dizendo no mundo dos negócios. Qual é o modelo de negócios da R2U e que tipo de soluções ela oferece?
CJ - Minha tese de começar a R2U foi muito parecida com a do Gui. Quando ele fundou a RevMob estava começando essa plataforma de computação que é o celular, aí pensei, vou replicar a estratégia dele e entrar na próxima plataforma de computação, que eu acredito vai virar óculos que nem esses que estamos usando aqui, apenas capazes de projetar hologramas ou experiências imersivas como a realidade virtual. O intuito foi estar posicionado muito cedo para garantir que, mesmo que não cresçamos tão rápido quanto o mercado, é um mercado que cresce 30% ao ano, vamos estar sempre crescendo, desde que a gente não morra.
Quando comecei a empresa, o único hardware que funcionava legal para realidade aumentada eram os óculos da Microsoft, que chamava HoloLens e custava US$ 3 mil em 2016. Eu honestamente não sabia o que as pessoas iam querer fazer. Os primeiros meses, anos da empresa foram muito focados em Real Estate, fazíamos projetos para você poder ver a maquete do empreendimento com o holograma - fizemos pra Multiplan, pra Tecnisa.
Mas percebi que esses projetos não tinham recorrência. Você vendia um projeto caro e, quando ele acabava, tinha que reconstruir o próximo thread. Então não era um business de SaaS. Conseguimos evoluir a R2U para um business de recorrência na medida que a tecnologia foi evoluindo.
Em 2017 foi lançado o iPhone 8, que eu até tenho um aqui. Aí veio a realidade aumentada no iOS junto com o iPhone X; em 2018 lançaram a realidade aumentada para Android. Antes disso, eu avisava "você precisa comprar um óculos de 3 mil dólares pra fazer esse projeto comigo"; e a galera ficava em choque. Ou teria que alugar os óculos de mim e era uma barreira muito grande. A tecnologia melhorou, veio para o celular como app, mas ainda não dava para fazer um produto SaaS pensando em varejo, uma vertical que atendemos hoje.
Em 2019, Apple e Google deixaram de obrigar você a ter que baixar o app para realidade aumentada, então comecei a fazer isso do navegador e foi o grande tipping point pra R2U. Percebemos que gerava um valor muito alto para o varejista você deixar o usuário experimentar o produto na casa dele antes de comprar.
Depois que fomos pra isso veio um fit natural. Mobile, Leroy Merlin, Electrolux, Flexform, grandes varejistas vieram falar com a gente e também fomos atrás deles mostrar nossa solução e emplacamos um modelo SaaS, que as pessoas pagam uma assinatura e servimos a tecnologia para esses clientes, sempre focado na parte de conversão. Nossa ideia é ajudar o varejista a vender mais e fazer com que o cliente dele goste mais da experiência.
LC - Como é essa experiência na prática?
Hoje geramos as imagens dos produtos para os clientes. Elas não são feitas por fotógrafo, mas pela tecnologia 3D. Imagina que eu ia ter de montar um estúdio, colocar todas as cadeiras dentro dele e fotografar por todos os ângulos. Não precisa! A partir do produto da R2U, é possível fazer esses renders, como se chamam essas imagens. E a parte que falamos desde o começo é a realidade aumentada, o 3D.
Com nosso visualizador 3D o cliente consegue facilmente colocar no website dele. Aí estou aqui experimentando essa cadeira e posso colocá-la na minha casa. Consigo pegar meu celular, escanear o QR code e vou colocar essa cadeira aqui na minha casa pra ver como ela fica. Como se fosse mágica.
Vou apontar para o chão, só para o celular entender onde está meu chão e a cadeira aparece ali fisicamente como se fosse um holograma. Consigo caminhar ao redor dela e ver como fica no espaço, sempre em tamanho real. Isso melhorou bastante. Anos atrás a tecnologia era muito menos precisa e hoje é bem mais aceitável.
LC - Qual o impacto disso em conversão de vendas?
CJ - Por isso os clientes continuam conosco. A conversão, dependendo dos casos, quase dobra no caso do usuário que interage com a nossa tecnologia versus o usuário que não interage. Então, hoje ela é uma tecnologia extremamente útil, mas ela vai ficar cada vez mais útil porque o usuário não vai mais querer comprar um produto que ele não consegue experimentar.
Ele vai obrigar o varejista a ter isso para fazer essa compra. O legal é que hoje o varejista está cada vez dando mais destaque pra essa experiência porque entende que, se ele coloca o usuário nesse fluxo, ele compra mais. Então, vem sendo um trabalho de a gente educar o varejista para colocar o produto lá na solução em destaque. Porque se tem realidade aumentada, mas ele deixa lá no fim da página, ninguém vai usar. Como trabalhamos esse cliente pra ele entender que na experiência de compra Electrolux ou Flexform sempre haverá a possibilidade de experimentar o produto.
LC - Apesar de ser tudo on-line, sendo um ambiente de realidade aumentada, um ambiente virtual, você anaboliza uma estratégia de omnichannel também, porque no final do dia é como se você tivesse trazendo a loja pra dentro da casa do cliente.
CJ - Ele consegue usar em qualquer canal. Consigo pegar o link da realidade aumentada e mandar no WhatsApp para o meu cliente. Por exemplo: “olha que legal aqui esse produto, por que você não experimenta?”. Tem muitas compras que são feitas de forma informal.
Às vezes entro em contato no WhatsApp da loja, vou batendo um papo, vou lá e já compro, faço o Pix. Pô, olha que legal, posso pegar a realidade aumentada que tem no meu website e jogar pro WhatsApp, consigo também fazer um viewboard na Paulista com esse QR Code que todo mundo escaneia, experimenta o produto.
Então, é literalmente omnichannel. O 3D é totalmente agnóstico e, se eu quiser, por exemplo, posso usar isso em um game, pegar essa cadeira e colocar em um jogo. Ao invés do meu time de marketing gastar dinheiro desenvolvendo esse asset de novo, imagina, você vem na nossa plataforma, baixa esse produto e usa no game sem problema algum.
LC - E o outro aspecto é que você amplia muito o espaço da loja física, reduzindo a necessidade de estoque e de showroom. Tem um caso da Elegance Design, um cliente recente, que opera com totens nos shoppings e em um espaço muito reduzido consegue fazer uma demonstração de um número muito maior de SKUs.
CJ - Perfeito! A Elegance é nosso cliente e é isso. Imagina o cliente querer ver a cor grená que nem tem na loja em estoque. O vendedor consegue mostrar para o cliente como é aquela cor que ele não tem ali. Isso gera uma eficiência muito grande para o varejista, que não precisa ficar se enchendo de estoques.
LC - Qual sua expectativa para esse mercado de realidade aumentada para os próximos anos? Temos aí a chegada do Apple Vision, você estava falando do óculos da Microsoft. Que tipos de aplicações ainda vão surgir a partir dessa tecnologia? Que segmentos você acha que vão oferecer maior potencial para projetos envolvendo essa tecnologia para o futuro?
CJ - Quando comecei a empresa, achei que o Apple Vision viria em 2018. Errei por cinco anos minha previsão, mas acho que é o divisor de águas, exatamente como o iPhone. Na hora em que a Apple entrou em smartphone a coisa ficou séria e agora vai acontecer a mesma coisa com a parte de mixed reality.
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A Apple não brinca em serviço e isso vai ser muito disruptivo para nós. Hoje, o Vision Pro ainda custa 3.500 dólares. Acredito que ele vai ser bem restrito a aplicações mais high end. O que quero dizer? Vou visitar um imóvel de alto padrão, vou dar para o meu corretor e meu cliente um óculos e mostrar cinco variações de mobiliado, por exemplo. Ou vou usar isso para fazer um acompanhamento formal em uma obra ou vou usar isso para produtividade. Então, vou estar aqui em vez de trabalhar com três telas como estou usando aqui. Eu poderia ter todas essas telas como hologramas e isso virar uma extensão do meu computador. Acho que isso no curto prazo.
As aplicações de VisionPro para 2024 vão ser mais B2B. E qual é minha expectativa? É que ao invés de ter só o VisionPro vai ter o Apple Vision, que vai ser a versão de entrada, espero que em algum momento vire um óculos de 1.000 a 1.500 dólares, mais leve, menor e todos nós usaremos no dia a dia.
O VisionPro não é esse óculos, não é extremamente confortável, que nem o que estamos usando aqui, mas acredito que é uma questão de tempo até chegarmos nisso agora que a Apple entrou. Quando a Apple entra, entram produtores de conteúdo, como a Disney, entram muitas empresas poderosíssimas que começam a investir na plataforma e fazem ela crescer.
Foi o que não aconteceu com o HoloLens, que era um óculos com um campo de visão muito pequeno, você não conseguia realmente ter uma experiência imersiva. Funcionava muito mais como um protótipo. Acho que o VisionPro agora entrega um produto de verdade.
LC - Esse é o futuro do e-commerce? É o futuro do varejo? O que você imagina do varejo daqui cinco, dez anos?
CJ - Acredito que seja o futuro da humanidade. Vamos jogar dez anos, que eu acho que o óculos já vai estar perto desse tamanho. Imagina que interessante. Posso ter duas versões dos óculos, uma que eu paguei 100 dólares e tem propaganda, uma que eu paguei 1.000 dólares e não tem propaganda. O que isso vai influenciar em um varejista de rua? Pô, vou andar pela rua e literalmente poder ver as propagandas da loja do lado de fora. Imagina, você andando na rua, vem um holograma “pare aqui na Flexform, venha conhecer nossa loja porque agora temos promoção de 20% de desconto pra você”.
Ou então eu poderia usar isso pra fazer esporte. Estou correndo no Parque do Ibirapuera e coloco um dragão correndo atrás de mim, determino caminhos específicos que eu tenho de seguir para garantir que eu cumpra uma meta. Imagina que eu estou na minha casa, abro a aplicação da Mobile no meu VisionPro, faço um scan na minha casa e falo “refaça minha casa, não gostei da decoração, quero que faça tudo novo”. Ele dá Overlay com holograma e coloca uma nova mobília. Eu gostei desse layout novo? Pô, gostei. Então, mando entregar em casa. Compro tudo em casa por sugestão do óculos.
Vai ser algo muito revolucionário e que vai aumentar de forma absurda a produtividade humana. O mais legal é que você não precisa mais de gestos para interagir; com o VisionPro, não preciso virar a minha cabeça pra olhar onde eu quero, só de olhar ele já sabe o que estou olhando e se eu der um toquezinho aqui no meu corpo ele já interage com aquilo.
Eu deixo de ter que apontar o mouse ou ter de scrollar pra ir pra onde eu quero. Só de olhar, ele já sabe onde estou e acho que isso evoluir pra onda cerebral em que eu penso em clicar e ele clica é um pulo. Vão ser duas, três interações, as interações básicas com essa interface. Nem vou mais precisar gastar energia do corpo, só energia da mente. Vou pensar, clica, vou pensar em expandir, vou pensar sobe, desce, e isso vai acontecer. É futurologia, claro, isso daqui a 5 ou 10 anos.
LC - Vão mudar também os meios de pagamentos. Eles vão todos se transformar nessa direção?
CJ - Com certeza, e será pela retina que ninguém consegue copiar. Então, para aprovação vai ser muito mais fácil.
LC - Ou seja, você está bem esperançoso com o futuro da R2U dentro dessa evolução.
CJ - Muito, acho que vai dar bom demais.
LC- Muito bem. Além do varejo, talvez a moda, você enxerga outros segmentos ou acha que o varejo vai ser o principal drive desse mercado?
CJ - Não, não acho. O varejo hoje é muito relevante porque a tecnologia e o hardware são restritos. Então, para o home e décor o valor gerado é muito claro, mas acredito que medicina, esportes, quase todas as indústrias vão ser impactadas por isso e acho que no estágio atual da tecnologia é uma das poucas que a experiência é boa.
Imagine que estou comprando um móvel. Então, um móvel cabe legal na tela do meu celular, consigo ter essa experiência interessante, mas hoje estamos atuando nessa área muito mais por limitações do hardware e por uma questão de comportamento das pessoas, que não estão acostumadas a usar essa tecnologia.
Focamos em fazer a experiência mais simples possível. Mas no fundo vai ser tão revolucionário quanto o AppStore. No começo a galera falava que iPhone era coisas pra joguinho, não sei o que lá, pra que vou usar o aplicativo? Aí surgiu o WhatsApp, que legal, consigo falar com qualquer plataforma, depois surge o Facebook, olha que legal, uma rede social.
Hoje vemos um app e pensamos que é meio óbvio que todo website deva ter formato app. Acho que a mesma coisa vai acontecer para o VisionPro. Talvez, o que mais gere valor seja pro analista financeiro ver todos os gráficos ao redor dele para fazer uma análise muito mais complexa do que as telas permitem hoje.
Uma das coisas que sempre fazemos na R2U é desenvolver produtos novos. Mesmo em outras frentes, usando novas tecnologias, seja realidade aumentada, inteligência artificial, sabemos que o mais importante é sermos capazes de perceber o que vai ser possível desenvolver com esse novo hardware para fazer algo que gere muito valor versus falarmos “ah, hoje somos focados em varejo, vamos pegar isso e colocar em um óculos”. Talvez esse não seja o caminho.
LC - Seria importante os meios de pagamento criarem algum tipo de autenticação para esse caso da compra "você pensou 'quero', pronto, já está chegando na tua casa". A tal da compra por impulso vai matar o cartão de crédito da turma.
CJ - Nossa Senhora! Ainda bem que no Brasil tem a lei do consumidor com possibilidade de se arrepender.
LC - Loucura total! Agora vamos para um projeto que vocês estão desenvolvendo na R2U de inteligência artificial generativa, a SocialGen. Conte-nos sobre esse novo projeto, que soluções que vão oferecer? Qual é o modelo de negócios?
CJ - Perfeito. Então, cliente que trabalha com RA, 3D, blockchain, todas essas tecnologias novas. Sempre tenho um squad aqui dentro da empresa trabalhando com novas tecnologias e a bola da vez é IA generativa. E qual é a ideia? Sempre tivemos uma dor muito grande aqui para produzir conteúdo de qualidade para as nossas redes sociais com pouco esforço e time enxuto.
Pensa, somos uma startup, pouco dinheiro, pouco recurso, poucas pessoas. Como garantimos que estamos criando conteúdos por lá? Depois que lançou o ChatGPT percebemos que gerava muito valor para você sair do zero a um. Saiu uma notícia bombástica, quero fazer um post sobre. Em vez de ficarmos redigindo horas, horas, horas, vamos lá, já sai com um belo de um escopo refletindo aquela notícia para replicar bastante.
Fazendo essa engenharia de prompt, percebemos que quanto melhor o fine tuning da nossa chamada para o GPT, menos trabalho pro nosso lado. Decidimos pegar esse nosso conhecimento e transformar em uma plataforma fácil.
É super simples. Como a SocialGen funciona? Tem os posts que você pode criar, tem o nosso Trends Tracker, para você acompanhar o que está bombando em jornais, blogs, e temos a Persona, que é quando você ensina para o nosso AI quem você é, como você fala, como escreve. Você faz tudo isso de uma forma muito simples, colocando a sua descrição aqui, até copiando e colando posts do LinkedIn, ou coisas que você já fez, pra gente entender como você escreve e replicar isso nos seus próximos textos.
A ideia é: como o Luis fala? Vamos sempre falar de uma forma parecida com o Luis sobre o que o Luis gosta. Depois que você cria a sua persona, você explica temas que são interessantes pra você. E isso pode ser usado também por agências que precisam ficar passando informações para os clientes de onde o cliente saiu na mídia.
Quero fazer um post sobre o lançamento do VisionPro pela Apple. O que poderia fazer? Vou pegar uma notícia de suporte do Mundo Conectado contando que a Apple está desenvolvendo o Vision Pro desde o primeiro iPhone. Copio e colo esse texto e coloco como um texto de suporte.
Vou pedir: “quero criar o texto em português e quero escrever uma opinião sobre isso. Escolho em qual plataforma. Vou pedir um script para TikTok, um carrossel para o Instagram, postar no LinkedIn e no Twitter. E comando: "Faça uma analogia no post, mostrando a importância de se desenvolver os produtos por muito tempo para garantir que eles estejam funcionando da forma adequada, como a Apple fez com o VisionPro desde a época do iPhone". Gero a notícia e já sai nosso Instagram Carrossel com o título “Visão além do tempo: descubra como a Apple se adianta às tendências desenvolvendo produtos revolucionários.
Qual é a coisa mais legal da nossa tecnologia? A AI está aqui. Vamos dar um exemplo. Eu poderia adicionar uma instrução. Repare que tem 1600 caracteres e emoticons. Poderia pedir: “faça o texto para que ele tenha no máximo 600 caracteres e utilize mais emoticons”. Ele vai gerar novamente aquele post que acabamos de fazer.
Você poderia literalmente pegar e já jogar isso aqui para o Twitter e, mesma coisa, poderia editar muito fácil como, por exemplo, colocar o mesmo emoticon em todos. Ou também poderia pedir para “refazer o texto em inglês”. Eu poderia só alterar o meu LinkedIn post pra inglês e ele postaria sem problema nenhum.
Nosso script seria para um humano gravar um Reels ou TikTok vídeo: "e aí pessoal? vamos falar sobre o lançamento do Apple VisionPro? Sabe aquela sensação que a Apple está sempre um passo à frente da tecnologia? Pois é, ela desenvolve produtos de forma cuidadosa e meticulosa. E aí, vocês acreditam ou não? O VisionPro já estava sendo projetado desde a época do primeiro iPhone, em 2007. É incrível pensar que eles estavam nesse projeto por tanto tempo pra entregar uma experiência surpreendente".
Essa é uma feature nossa ainda em beta. Então, algumas partes do texto estão vindo em inglês, mas pensa que não tenho tempo, preciso fazer stories sobre isso, acabou de sair a notícia sobre a Apple, consigo de forma muito fácil criar um vídeo e também damos o CTA:
"Comente aqui embaixo se você está ansioso pelo VisionPro e não esquece de seguir e acompanhar todas as novidades tecnológicas; até a próxima." Fazemos literalmente todo esse bêabá. Se você é uma pessoa sem tempo ou se só tem uma pessoa para tocar várias partes da empresa… Então essa minha persona poderia ser o Caio ou a R2U, poderia ser a SocialGen e todas as minhas empresas. Se for fazer um post para o LinkedIn do Caio, uso a persona do Caio e ele já fica com a carinha do Caio sem tanto esforço.
LC- Bom, estou super preocupado aqui.
CJ - (risos) Não, mas a ideia é gerar mais valor para vocês, Luis. Pensa que você fazendo coisas mais rápidas terá mais tempo para as coisas que importam. Para as redes sociais muita gente fala que o mais importante é a frequência de postagem. Se você posta todos os dias, você tem um engajamento maior do que alguém que não posta todos os dias. Só que você pode continuar pegando seis horas daquele dia pra fazer um super post. Pô, não tem problema nenhum, mas todos os outros dias você vai conseguir ter essa cadência? Muitas vezes não.
LC - E assim, você o tempo todo está alimentando a máquina com conteúdos que estão na rede, conteúdos que foram escritos por humanos, por jornalistas. É uma ferramenta auxiliar que faz você ganhar muito tempo. Qual é sua visão? Você acha que isso vai acabar com a função do creator, do redator ou do chamado Social Media, ou vai ser uma ferramenta auxiliar? Como você enxerga esse futuro?
CJ - Não, jamais. No estado atual da tecnologia, não dá pra você delegar. Talvez, daqui a 50 anos, quando as máquinas dominarem o mundo, aí acho que faz sentido, mas até lá isso é muito útil no zero a um. Sabe quando você está com aquela tela branca e você fala “ferrou, como vou começar a fazer isso? Falar sobre isso?”.
Aqui geramos muito valor, de tirar essa blank page e ajudar a começar o seu texto/post. Não vejo isso, pelo menos em 5 anos, substituindo o jornalista. A função do jornalista é muito humana. Você me apresenta para algum jornalista, eu vou lá, conheço a pessoa, vou almoçar com ela, nos encontramos e conversamos. Isso é insubstituível.
Como empreendedor, posso pegar meu time que produzia um post para uma rede por semana e fazer esse mesmo time produzir muito mais. Talvez, precise de menos pessoas, mas se estou indo na qualidade do jornalista, de redigir um texto, eu acho impossível, tá? É extremamente importante o jornalista pegar tudo que a IA entregou e avaliar: “cara, isso aqui está uma porcaria”, “isso está bom”...
LC - E a IA vai continuar precisando dos jornalistas e redatores humanos para produzir conteúdo em cima do qual ela possa trabalhar, como você mostrou no caso do Apple VisionPro. Você buscou informações no site da Apple, no site de notícias para poder alimentar a inteligência artificial e ela te devolver um post.
CJ - Não sabemos aqui se a notícia foi feita por um IA, mas parece que foi feita por um jornalista, mas esse é um outro problema que vai acontecer.
LC - De alguma forma alguém vai ter que fazer as perguntas para as fontes, vai ter que buscar informação, quer dizer as máquinas não vão conseguir fazer todo esse processo, elas vão fazer uma parte do processo, mas ainda tem uma parte de criação que vai ser feita pelo ser humano, de apuração da informação, ou você imagina o CEO da Apple Tim Cook falando com o ChatGPT e apresentando o VisionPro e ele gerando conteúdo a partir da fala do Tim Cook? O Tim ainda vai ter de estar lá apresentando o VisionPro para jornalistas, que também vão estar lá vendo a apresentação para produzir o conteúdo que vai ser a base para alimentar a inteligência artificial. Ela vai agilizar o processo e vai gerar uma maior quantidade de conteúdo, mas sempre vai precisar ser alimentada por uma base de informação que em algum momento foi produzida pelo ser humano.
CJ - Perfeito!
LC - Queria explorar seu lado dentro do ecossistema de startups. Você também é investidor, conselheiro, como é sua atuação fora da R2U?
CJ - Como falei, desde criança vendia conta de joguinho, fiz meu fundo quantitativo ali com meu robozinho. Sempre gostei de investir e estar próximo de novas tendências. Na minha época universitária, tive a oportunidade de virar sócio de uma boate, literalmente, casa noturna, balada, que ficava no Itaim, chamada Provocateur. Ela não deu muito certo, durou 4 anos. Só que uma coisa que aprendemos era o valor do Itaim ali, especificamente na rua Jerônimo da Veiga. E o que acontece? A Provocateur faliu; abriu em 2012, fechamos em 2016. Só que vimos uma oportunidade em um ponto na frente que hoje é onde reabrimos o Banana Café. Estamos lá desde 2015. Foi um business extremamente bem sucedido, está até hoje bombando e sendo muito referência.
Comecei a empreender vendendo conta de joguinho de computador, que era o World of Warcraft, que é o jogo que eu te contei. E desde então sempre venho tentando fazer coisas novas, seja no mundo físico ou no mundo digital. Também montei o meu fundo quantitativo com robozinho de Forex, que acabou não dando certo e em 2012 surgiu a oportunidade de montar uma boate, que é a Provocateur, que ficava ali no Itaim, e ficamos abertos por 4 anos. Foi bem interessante mas não deu muito certo. Nunca montem uma boate, acho que não é um bom negócio, especialmente quando tem uma mudança geracional que as pessoas deixam de ir para baladas e começam a ir para festas.
O mais legal é que tomamos uma porrada na Provocateur, vimos o que erramos e montamos um bar na frente que está aberto desde 2015, até hoje sendo sucesso, referência na região. E o que é o Banana Café? É um bar que tem almoço executivo, ficamos abertos de segunda a segunda e é bem querido na região do Itaim. Um dos nossos grandes motivos de sucesso foi ter escolhido um ponto inédito. Tem os 4Ps do marketing, preço, praça, ponto e promoção; acho que o ponto foi vital para o sucesso do negócio.
Sou investidor de um fast food árabe, que começou há dois anos. Sou investidor da Mantis, que é uma startup de blockchain. Gosto de estar everywhere. Acho que você ter skin in the game, colocando dinheiro, é uma das melhores formas de você fazer parte. Aí você aprende de verdade sobre aquele nicho e eu pretendo continuar fazendo isso em múltiplas áreas. Então, se souber de coisas legais, empreendedores fora da curva, me apresenta que seria um prazer falar com todos eles.
LC - Interessante você ter esse drive de tecnologia, de startups, mas também estar no mundo da gastronomia, do entretenimento. Um empreendedor de multifacetas.
CJ- Mas nesses outros business sou muito mais um ouvinte e aprendiz, não faço ideia de como tocar um restaurante, o Gutti Camargo, o Ruly Vieira, que são meus sócios que tocam o Banana Café, tocam o dia a dia da operação. Sou muito mais um investidor curioso que gosta de estar envolvido, mas meu dia a dia é R2U e SocialGen, onde eu realmente tenho papel de CEO e toco. Nos outros, sou um mero aprendiz.
LC - Para fechar, qual a sua avaliação do atual cenário do ecossistema de startups? Estamos em um momento de volta ao equilíbrio, da volta dos investimentos? Como investidor, para que tipos de negócios e de segmentos você tem o radar mais ligado?
CJ - Acho que nunca vamos voltar ao patamar de 2021. Se voltar, vai demorar muito tempo, em que qualquer cara com papel levantava dinheiro para montar uma startup. Era extremamente irresponsável, mas isso é parte do jogo. De 99 empresas que surgem, uma dá certo. Sempre vai ser assim, isso é a tese dos próprios fundos.
Isso é uma verdade, nunca vai deixar de existir, mas conversando com empreendedores que estão levantando dinheiro, a situação hoje é muito mais difícil do que era há dois, três anos atrás. Isso traz também mais oportunidades.
O que eu quero dizer? Tem muito menos empreendedores de fachada querendo fazer barulho. Os fundos hoje falam com menos pessoas, tem menos gente fazendo barulho e as empresas sérias que conseguiram encontrar um modelo de negócios vão dar certo.
Agora, com relação a tendências que estão bombando. São supercondutor e generative AI. Se você quer levantar dinheiro, essas são as duas meninas da vez, que estão voando, mas isso é muito cíclico. Se você pegar Blockchain em 2021, estava bombando, qualquer pessoa investindo em blockchain conseguia levantar dinheiro e fazer as coisas darem certo. Agora é a mesma coisa que supercondutores e Gen AI, mas isso é cíclico, talvez daqui a 2 anos isso mude. É muito mais importante o empreendedor achar alguma tese e tocá-la por vários anos até que ela se torne uma verdade do que embarcar no hype.
LC - Esses são os segmentos que estão mais no seu radar como investidor?
CJ - Cara, não, eu meio que virei Warren Buffett nesse aspecto. Claro,que estou olhando porque quero saber o que esses empreendedores estão fazendo para ver o que vou fazer também. Quando está todo mundo comprando, sou o cara vendendo. Mas tem pouco tempo que sou esse cara, porque já fui muito no que está bombando, estava comprando e aí estava caindo e eu me ferrando.
Hoje, tendo a ser muito mais o cara pé no chão, que questiona, pô, esse hype faz sentido? Qual é a aplicação disso? Tem alguma galera usando? Então, prefiro tentar investir, talvez pagando mais caro em business que são mais sólidos, do que entrar em um PowerPoint e o empreendedor me prometendo que vai mudar o mundo, porque sei que essas coisas demoram um tempo.
LC - Muito bom! Qual sua idade, Caio?
CJ - 31.
LC - Tem muita lenha pra queimar e certamente vai ver tudo isso que você projetou e estará lá para ver e empreender. Obrigado pelo super papo, pela aula, é uma alegria poder compartilhar todo esse seu conhecimento, sua visão com a nossa audiência.
CJ - Eu que agradeço pelo convite, Luis.
Founder & CEO at R2U
1 aFoi um prazer, muito obrigado pela oportunidade Luis Claudio Allan
Nipponflex | Longevidade saudável | Saúde e Bem Estar | Qualidade do Sono | Qualidade de vida | dores lombares
1 aUma história inspiradora a do Caio Jahara, meu amigo Luis Claudio Allan
Diretor de Atendimento na FirstCom Assessoria de Imprensa - Jornalista com passagens por redações como Meio&Mensagem, E-Commerce Brasil e iMasters
1 aSensacional!
Luis Claudio Allan parabéns pela brilhante entrevista... e Caio Jahara é uma inspiração diária para todos nós!!
Estrategista de Comunicação | Palestrante | Educador | Conselheiro FCamara | TOP 1% em Comunicação do LinkedIn Brasil | N° 1 LinkedIn Top Voices | 115k alunos no LinkedIn Learning | Ipsos Reputation Council | TEDxSpeaker
1 a🤜🏼🤛🏿 não tem outra saída, é de humano para humano