Calculando a Necessidade de Capital de Giro (NCG) através dos prazos médios (PM).

Calculando a Necessidade de Capital de Giro (NCG) através dos prazos médios (PM).

O ciclo financeiro e o volume de vendas de uma empresa estão debaixo deste grande guarda-chuvas chamado NCG, onde ciclo financeiro é o lapso de tempo (preferencialmente em dias) que a empresa leva para que os recursos financeiros retornem ao caixa. Abordaremos os prazos médios, doravante chamados de PM. Ciclo Financeiro é igual a PM de Estoques + PM de Recebimentos – PM de Pagamentos.

Na figura a seguir CO é o que chamamos de ciclo operacional.

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Perceba que o prazo dado pelo fornecedor (90dias), cobre o giro de estoque e parte do crediário. Embora este prazo seja muito bom, ainda assim há uma defasagem média de 15 dias entre as entradas e saídas de caixa. Você concordará comigo que se o fornecedor fizer a gentileza de dar mais 15 dias de prazo, ele estará financiando integralmente o ciclo operacional da empresa, ou seja a extremidade direita de baixo se deslocará até se posicionar exatamente embaixo da extremidade direita de cima. Poder-se-ia também recorrer a antecipação de recebíveis, pareando-se ambas as extremidades, agora pela esquerda.

Mas convenhamos: quem tem a dádiva de ter um prazo médio de compra de 90 dias, não tem muito poder de manobra para demandar mais 15, não é? Suponhamos também que as taxas de descontos de antecipação de recebíveis não sejam muito animadoras. Se Maomé não vai a montanha, a montanha vai a Maomé, ou seja, se a extremidade de baixo não puder se deslocar para a direita, a extremidade de cima poderia se deslocar para a esquerda. Mas como?

A primeira hipótese seria redução em 15 dias do prazo médio de recebimento, mas ninguém vende a prazo porque acha bonito e sim porque o mercado rege tal procedimento. Redução do prazo de pagamento, poderá resolver um problema gerando outro, pois as vendas desabariam e o faturamento acabaria ficando à esquerda do ponto de equilíbrio (prejuízo). Cobre-se a cabeça e se descobre os pés.

A outra hipótese mais plausível seria fazer com que o estoque que gira em 60 dias, passe a girar em 45, mas com os cuidados nos controles de estoque que veremos adiante, sob pena de o tiro sair pela culatra.

Imagine um situação em que o cidadão compre a prazo e venda à vista. Seria, a princípio, o melhor dos mundos, não é? Um fiteiro vende caixa de fósforos, canetas e outras bugigangas à vista, certo?

Suponhamos que um fiteiro compra mil canetas a R$ 1,00 a unidade no dia 1º de janeiro, e o distribuidor lhe dá 30 dias para pagar, ou seja, vencimento em 1º de fevereiro. Ele as revende a R$ 2,00 a unidade e ao final do expediente do dia 31 de janeiro, vende a sua centésima caneta. O seu saldo final de caixa será de R$ 200,00 (uma simplificação da realidade que não prejudica os fins deste exemplo). O saldo final do caixa no dia 31 de janeiro é o saldo inicial do dia 1º de fevereiro, mas aí teremos uma duplicata a pagar de R$ 1mil.

Moral da estória: Embora ele receba um benefício do fornecedor (prazo de 30 dias) que não repassa para seus clientes, ainda assim terá problemas de caixa. No nosso caso um estouro de caixa de R$ 800,00 no dia 1º de fevereiro. Mas por quê? A este ritmo de vendas ele só venderá sua milésima caneta no dia 31 de outubro, ou seja, no trecentésimo dia, dando um prazo médio de estocagem de 150 dias (5 meses). O capital de giro, não está fazendo jus ao seu nome

Horrível!!!!!!!!

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Não confundir custo da mercadoria vendida (CMV) ou custo das vendas com compras;

No exemplo anterior as compras totalizaram R$ 1mil, mas o CMV não. Vejamos!

Venderam-se 100 canetas a um preço unitário de venda de R$ 2,00, mas que é dado baixa em estoque a preço de custo, ou seja, R$ 1,00. Portanto, o CMV ou custo das vendas para o fiteiro foi de R$ 100,00.

Veja esta sopa de letrinhas extraída da palestra do Sebrae Determinação de Capital de Giro:

• NCG = [(CFa / P) x F ]

• CFa = Ciclo Financeiro Ajustado às Vendas

• CFa = [( PMEa + PMR ) – PMPa]

• PMEa = Prazo Médio de Estoques Ajustado às Vendas

• PMR  = Prazo Médio de Recebimento

• PMPa = Prazo Médio Pagamento Ajustado às Vendas: Fornecedores e Despesas (impostos, salários...)

• P = Período de tempo (mensal, semestral...)

• F = Faturamento Mensal

PMEa = [( Custo das Vendas / Faturamento) x PME]

PMPa = {[( Compras + Despesas) / Faturamento] x PMP}

CFa = [( PMEa + PMR ) – PMPa]

NCG = [(CFa / P) x F )]

Podemos usar média ponderada para o cálculo dos prazos médios antes de ajustá-los às vendas. Vejamos:

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•PMR = Total da 3º coluna / Total da 2ª coluna;

•PMR = 300.000 / 5.000;

•PMR = 60 dias

•Veja que se trata de um média ponderada, cujos pesos são os valores a receber!

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•PMP = Total da 3ª coluna / Total de 2ª coluna;

•PMP = 144.000,00 / 2.400,00

•PMP = 60 dias

•Veja que se trata de um média ponderada, cujos pesos são os valores a pagar!

E o PME??????

Se o CMV (custo da mercadoria vendida) for R$ 60.000,00 no ano e o estoque médio for R$ 10.000,00, teremos que o estoque girou 6 vezes no ano (60 mil / 10 mil). Portanto, ele gira a cada 60 dias (PME), cujo cálculo é: 360 dias / giro de estoque (360 / 6).

E o Cálculo do CMV e do Estoque Médio???????

Suponhamos:

Estoque no Início do Mês (EI) R$ 30.000,00

Compras Mensais (C) R$ 28.000,00

Estoque no Final do Mês (EF) R$ 33.000,00

Custo da Mercadoria Vendida (CMV) = EI + C – EF

CMV = R$ 25.000,00

Estoque Médio = (EI + EF) / 2 = R$ 31.500,00.

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