Campo dos sonhos
O título é uma alusão ao filme "Campo dos Sonhos", estrelado por Kevin Costner sobre um fazendeiro em Iowa, mas o nosso tema é sim, o campo dos sonhos, mas do agronegócio brasileiro e como ela lida com a informação no campo.
A tecnologia que envolve o produtor rural
Hoje um produtor rural tem acesso as mais avançadas tecnologias produzidas por empresas renomadas e que investem grande parte de sua receita em pesquisas, seja em sementes com uma grande capacidade de se ajustar as intempéries do clima e pragas, que aparecem em cada safra, seja em defensivos agrícolas com produtos revolucionários para que a produtividade seja garantida, combatendo outros tipos de problemas como ferrugens e outros "bichos" com nomes científicos dos mais variados.
Há ainda as tecnologias que aceleram e facilitam todas as fases da produção, desde o plantio até a colheita e são as meninas dos olhos nas feiras, como na Agrishow que acontece em Ribeirão Preto-SP. Estou falando das máquinas e implementos agrícolas. Essas sim com tecnologia de sobra, a cada ano mais econômicas, com mais conforto, controles computadorizados, piloto automáticos e uma centena de recursos, que a 10, 15, 20 anos seriam apenas sonhos em desenhos nas pranchetas dos engenheiros.
A informação do mercado para o produtor flui hoje por várias interfaces, seja pela web, pelas empresas que comercializam os produtos para o campo, por conversas entre pequenos grupos de produtores que se juntam todas as manhãs antes de ir para a fazenda. Faça chuva ou sol, a informação corre de qualquer forma.
Bom até aqui, sentimos que o produtor rural é cercado com bilhões de dólares em investimentos em tecnologia no mundo todo, mas ainda há carência de informações para ele, ou seja, informações do seu próprio negócio.
Sistemas de Gestão para a fazenda
Depois de tanta tecnologia a disposição do produtor, vamos fazer uma reflexão de como o produtor acessa as suas informações, geradas pelo seu negócio. Bom, ai o problema aparece. Grandes produtores, com certeza já dispõe de processos mapeados, sistemas implantados, um backoffice trabalhando a todo vapor para gerenciar as finanças, mas a maioria utiliza precárias planilhas, dependem de antigos administradores e o escritório da "cidade" só sabe pagar duplicatas e não conseguem responder pontualmente informações do negócio do produtor.
Há muitos sistemas bons sim, verdadeiros ERPs do campo, mas que exigem investimentos altos e equipes para realizar os apontamentos e dar as respostas que um grande empresário rural necessita.
Outros sistemas de menor porte, também tem lá suas vantagens, tem boas interfaces e bons relatórios, e ainda tem os sistemas "totalmente web", que invocam aos "deuses" dizendo que "já disponibilizamos tudo parametrizado pois temos experiências de mercado de longos anos, basta assinar e usar..." mas daí onde está a pessoalidade da empresa com o produtor, fornecendo uma solução quadrada, com "quarto, sala, cozinha e banheiro e não podemos mexer, tem que morar assim...".
Sabemos que a cultura rural implica na forma de como empresas de consultoria em sistemas lida com o produtor rural de menor porte. As consultorias devem ter uma solução que leve até eles ferramentas como Business Intelligence para que ele coloque toda a sua experiência na mesa e compare com a exatidão os números que o sistema demonstra, sendo uma forma de exterminar um possível ceticismo, pois ainda há produtores que controlam o resultado da safra pela conta corrente. Relatórios chatos, DREs, inventário de estoques, devem ser funções dos analistas, mas o produtor deve já desfrutar de informações consolidadas e que possam fazer com que o seu negócio cresça com a tão sonhada sustentabilidade.