Campus Party: Uma visão sobre startups na maior "experiência" de tecnologia do mundo
Estive nessa semana participando como jurado nas bancas de avaliação de startups do Like a Boss, programa do Sebrae que acontece dentro da Campus Party, considerada, como eles mesmo dizem, a maior “experiência” de tecnologia do mundo. Foi minha segunda participação no evento do Sebrae, que ganha cada vez mais corpo e importância, não somente dentro dos movimentos do próprio Sebrae e da Campus Party, mas também no cenário nacional de empreendedorismo, como uma excelente vitrine para novas empresas e ideias.
Em apenas um dia, pude avaliar quase 50 novas empresas. Com alguns anos de experiência olhando para esse ecossistema, foi impressionante ver quanto empreendedores e ideias evoluíram em apenas um ano. A partir das apresentações, foi possível se criar algumas importantes avaliações da maturidade desse mercado, que divido com vocês abaixo:
As ideias deixaram de ser espelhos de modelos de sucesso, para se focarem em caminhos próprios, de fato olhando para problemas do dia-a-dia. Há muito menos de “o modelo Uber” de algo, ou “o modelo AirBnb” de algo, e muito mais soluções inéditas. Há menos apostas em algo que possa parecer modismos ou aventuras e mais apostas na solução de problemas reais com soluções próprias.
E tomando carona nas apostas mais certeiras, parece que o discurso antes vago de criar empresas onde a monetização era algo secundário, o que começava a dar sinais de cansaço por parte de investidores, mudou. As empresas hoje se mostram mais focadas em “verdadeiros” modelos de negócio, focados na rentabilidade e sustentabilidade do negócio, senão num primeiro momento, como roadmap necessário para o sucesso no curto-médio prazo.
Das empresas que pude avaliar as apresentações, deu gosto de ver que mais da metade vieram de estados historicamente pobres do Brasil, como Piauí, Roraima e Rondônia, e não tanto de estados do Sudeste-Sul, mostrando mais do que os novos berços/celeiros de empreendedorismo que nascem foram dos grandes centros, que o modelo de empreendedorismo proporcionados pelas startups, pode ser o grande agente de transformação da economia desses estados. Estão nascendo novos pólos geradores de riqueza, e por isso, faz-se de suma importância que o Estado olhe com maior interesse e intensidade para esse mercado.
O Brasil tem tudo, pela criatividade e resiliência sempre evidenciada de seu povo, para ser uma das grandes referências em inovação e empreendedorismo no cenário mundial. Basta mais incentivo e apoio
Caio Camargo é sócio-diretor da GS&UP. A GS&UP é uma divisão do Grupo Gouvêa de Souza (www.gsmd.com.br), focada em criar um ecossistema de soluções para varejo e consumo, através de startups e novas empresas de mercado.