Capacidade dinâmica como uma vantagem competitiva nas organizações
No ano 2020 muitas empresas tiveram a necessidade de se adaptarem a realidade imposta pela pandemia do Covid-19. Lidar com soluções tecnológicas digitais passou a ser importante para muitas empresas que até então não estavam com foco exclusivamente na internet. Outras tantas empresas que só existiam fisicamente passaram a utilizar as plataformas de venda e soluções digitais para poderem comercializar com seus clientes. Muitas desapareceram, outras se reinventaram, e muitas mesmo sem saber utilizaram suas capacidades dinâmicas de se adequar a esta nova era e poder sobreviver na era da pandemia. 2020 marcou um ano em que muitas empresas não conseguiram se adaptar as novas maneiras de negociar com o seu público e acabaram com um triste fim e solidificando os números de 522 mil empresas fechadas neste ano, conforme dados do IBGE.
As empresas que sobreviveram utilizaram recursos que talvez nem soubessem que tinham e como utiliza-los. E através do conhecimento obtido durante o seu tempo de existência que gerou ativos intangíveis representado pelo seu capital intelectual que puderam ser utilizados para implementar soluções de sobrevivência.
Isto mesmo, como na guerra as empresas precisaram buscar seu arsenal bélico para competir. Isto levou ao desenvolvimento de novas capacidades para se adequar ao mercado e aumentar sua possibilidade de competição. Intuitivamente foram tateando e encontrando caminhos para a viabilidade de sua existência neste novo ecossistema pandêmico.
As empresas descobriram que a sua capacidade dinâmica é o resultado dos mecanismos rotineiros que usaram durante sua existência, que permite a sua reconfiguração e adequação a um novo momento conforme descrito por Winter (2003) e Andreeva e Chaika (2006). Outros importantes pensadores entendem que também as rotinas organizacionais e estratégicas são importantes figuras representativas que auxiliam as empresas em um nova direção. Como se fossem verdadeiras bússolas que apontam e norteiam ambientes mais seguros para velejar.
Os padrões utilizados em suas rotinas processuais e operacionais melhorando a sua efetividade perante seus concorrentes para Zollo e Winter (2002) são representados pelos elementos descritos em processos de acumulação de experiências, articulação e codificação do conhecimento, que estão alinhados com o ciclo recursivo da aprendizagem organizacional.
Ainda para Winter (2003) que entende a capacidade dinâmica de uma empresa como uma capacidade íntima de operar, entender, modificar ou criar capacidades comuns. Tem como elementos componentes uma coleção de rotinas de alto nível que preconizam padrões de atividades. Estão altamente comprometidas com objetivos de longo prazo de recursos especializados e investem em aprendizagem organizacional.
Ainda falando de teóricos, Bygdas (2006) entende que está ligada a forma com que as organizações conseguem distribuir e fragmentar o seu conhecimento sobre seus processos com práticas mais eficientes que não são facilmente imitáveis. Utilizando os elementos de conhecimento prévio como bastante significativo, uma ampla rede de conexão das unidades de processo, fazendo esta habilidade ser melhore entendida e utilizada por seus funcionários.
Enfim, Meirelles e Camargo (2014) enfatizam que a capacidade dinâmica depende muito de como as organizações desenvolvem sua capacidade de liderança e de mudança, gestão do conhecimento, envolvendo a articulação e codificação de conhecimentos, rotinas de alto nível que definem padrões de atividades, padrão aprendido e estável de atividades coletivas, capacidade para operar, estender, modificar ou criar formas comuns para desenvolverem práticas mais eficientes e que não sejam imitadas facilmente.