Capacidade no Trabalho e Conhecimento
Há algum tempo atrás, numa das minhas Postagens escrevi:
“Se deixarmos passar um dia sem aprender alguma coisa nova, será um dia perdido, não obstante o quanto tenhamos trabalhado”. Aqui eu referia-me ao conhecimento, que temos obrigação de fazermos evoluir, pela nossa dignidade e amor próprio.
Algum tempo antes eu tinha escrito:
“O Homem foi considerado durante muitos séculos, apenas como um animal de trabalho, e pelo interesse das oligarquias, mantido sem educação ou conhecimento. Com o avanço da civilização foi acumulando educação e ocupando o seu lugar na sociedade”. Aqui eu pretendia explicar como o indivíduo saiu da condição de (animal de carga), para a de “cidadão com direitos”.
Num outro lugar eu citei:
“Existe alguma diferença entre trabalhador e profissional e, embora ambos mereçam o nosso respeito, o segundo consegue sempre resultados mais produtivos” Pretendi explicar que a Formação e o conhecimento, criam o trabalhador que faz avançar a Economia, ao criar resultados positivos.
O QUE MUDOU ENTÃO?
MUDARAM OS TEMPOS!
A CADA DIA, NOVAS VARIÁVEIS INTERVÊM NO PROCESSO.
O mundo modifica-se a uma velocidade nunca antes conhecida e a sociedade acompanha essas mudanças. As pessoas têm cada vez mais noção do que desejam e do que podem exigir pelo seu dinheiro. Tudo o que aprendemos se torna rapidamente obsoleto. Nunca, como hoje, se tornou tão necessária a reciclagem do conhecimento.
Para acompanhar toda a evolução, é inevitável que o problema da qualidade se apresente a toda a hora e que a solução tenha de aparecer como algo necessário à sobrevivência e à competitividade de um negócio. E a qualidade não abrange apenas os estabelecimentos, mas também o espírito e o pensamento das pessoas. E por isso, todas as empresas estão dando preferência aos que têm maior nível de Conhecimento
Porque a qualidade é um dos pilares onde se apoia qualquer estrutura e o conhecimento é a base mais sólida para mantê-la.
POR QUE RAZÃO A QUALIDADE É NECESSÁRIA?
Não vamos falar aqui em Qualidade da empresa, mas apenas na qualidade do conhecimento pessoal. Que intervêm no trabalho, nas atitudes, nas decisões, no convívio e no planejamento do futuro.
Cada um de nós vive neste mundo há algum tempo. Na nossa vida acumulámos muitas experiências e interações únicas. E quase todos nós acreditamos em muitas coisas a nosso respeito, na forma como o mundo funciona e nos valores que norteiam a nossa vida. Mas alguém já se perguntou: como aprendi o que sei? Por que eu acredito no que acredito? Tenho certeza de tudo isso? Por que outros acreditam em coisas diferentes?
Você deve buscar todas as oportunidades de examinar as afirmações que tem de conhecimento sobre o mundo e o seu próprio conhecimento. Considere questões de conhecimento que são gerais e abertas sobre o conhecimento em si, ao invés de material específico do assunto. Por exemplo, “Como ler autores diferentes molda o conhecimento” ou “Como podemos saber se nossas leituras são confiáveis?” e “Leio e estudo o suficiente para evoluir no meu conhecimento?”
Ao examinar as ideias e trabalhos seus e de outras pessoas, reflita sobre como o conhecimento é construído e veja se está no caminho certo. O que nós sabemos? Podemos saber mais? Podemos todos concordar sobre o que sabemos? Qual conhecimento pessoal pertence apenas a você e qual conhecimento compartilhado pertence a grupos de pessoas?
Será sempre bom pensar criticamente sobre como você sabe alguma coisa. Quais são as formas de conhecimento mais úteis? Você escolhe? Você leu ou ouviu em algum lugar? É porque os outros lhe dizem ? Já raciocinou sobre isso? Você sente isso? Você se lembra disso? Você imaginou isso? Você tem fé em algo? Ou sua intuição lhe diz, mas você não sabe como?
Devemos também estar conscientes da responsabilidade de ter e buscar conhecimento, pois êle nos torna mais sociáveis..
As experiências que você tem e as habilidades que adquire farão uma diferença duradoura na sua vida. Você pode se sentir uma nova pessoa a cada dia!
O conhecimento pessoal, inclui o que pode ser descrito como habilidades práticas e talento individual. Este tipo de conhecimento às vezes é chamado de conhecimento procedimental e se refere ao conhecimento de como fazer algo,
Aqui estão alguns exemplos de tais questões:
É realmente possível ter conhecimento de uma cultura na qual não fomos criados?
Aqueles que estão fora de uma tradição religiosa específica são realmente capazes de compreender as suas ideias-chave?
Existe uma posição neutra para se fazer julgamentos sobre reivindicações concorrentes de diferentes grupos com diferentes tradições e diferentes interesses?
Até que ponto nossas áreas familiares de conhecimento estão inseridas em uma tradição particular ou até que ponto elas podem estar ligadas a uma cultura particular?
Pensar sobre o conhecimento compartilhado nos permite pensar sobre a natureza do grupo que o compartilha.
Qual é a diferença entre “saber que ...” e “saber como ...” no equilíbrio entre conhecimento compartilhado e conhecimento pessoal?
A palavra conhecimento tem origem no latim, da palavra cognoscere, que significa "ato de conhecer". Conhecer, no latim, também advém do mesmo radical "gno", presente na língua latina e no grego antigo, da palavra "gnose", que significa conhecimento, ou "gnóstico", que é aquele que conhece.
Conhecer é o ato de apreender, de ser capaz de abstrair leis do entendimento e entender algo. Conhecimento é o atributo de quem conhece, ou seja, é aquilo que resulta do ato de conhecer, entender etc.
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O conhecimento é possível apenas ao ser humano. Os animais, por outro lado, desenvolvem mecanismos de aprendizagem por meio da experiência prática e da repetição de experiências, porém o conhecimento complexo, efetivo e racional somente é apreendido por nós, humanos.
Isso ocorre porque o conhecimento bem estruturado que desenvolvemos só pode ser elaborado, organizado, codificado e decodificado pela linguagem e por nossos mecanismos racionais (linguagem e raciocínio são elementos necessariamente interligados, sendo impossível determinar qual tenha surgido primeiro no ser humano, visto que há uma interdependência entre ambos).
Quais os tipos de conhecimento
Desde que a linguagem foi desenvolvida, o ser humano busca mecanismos para conhecer e estabelecer relações entre o mundo e as suas experiências com ele, tentando desmistificar e entender a complexidade da existência. Por isso, desenvolvemos, ao longo de mais ou menos dez milênios, variadas formas de entender o mundo, o que atesta a existência de diversos tipos diferentes de conhecimento.
Conhecimento empírico ou de senso comum
É um dos tipos mais abrangentes do conhecimento humano, pois está baseado nas vivências particulares e sociais, partilhadas por meio de trocas de experiências e das relações hereditárias. O conhecimento de senso comum parte da sabedoria popular e da manifestação de opiniões, podendo ter um valor e uma importância por estar intimamente ligado à formação cultural.
O conhecimento de senso comum também pode manifestar crenças e opiniões verdadeiras, porém é necessário ter cuidado com esse tipo de conhecimento quando se quer algo para se embasar e afirmar com certeza, pois o conhecimento de senso comum não requer nenhum tipo de validação ou método que ateste o seu sentido lógico racional ou a sua veracidade. Não representa nada de extraordinário, nada de excepcional para ninguém, haja vista que o próprio termo traz consigo uma carga semântica de base significativa. Dessa forma, cabível é afirmar que se trata daquele conhecimento passado de geração a geração e desprovido da constatação que dispõe do aval do universo científico propriamente dito.
Para sermos mais claros, e sobretudo tentando exemplificar por meio de circunstâncias cotidianas, pensemos em algumas afirmações que, de tanto se manifestarem e se posicionarem como verdadeiras, originam uma consciência coletiva que vai se formando ao longo do tempo e que, de forma sequencial, vai sendo repassada, pois, sem nenhum critério científico, a pessoa acredita que as razões estão apenas em suas crenças, ou seja, o fenômeno constatado se encontra isento de quaisquer relações de ordem científica, de caráter comprovado. Como exemplo, podemos citar algumas expressões, tais como: “Mulher ao volante é risco de perigo constante” / “Quem dá aos pobres empresta a Deus”/ “O que não tem remédio remediado está”, entre muitas outras.
Conhecimento teológico
Este tipo de conhecimento também habita a sociedade e os modos particulares da vida humana, visto que o ser humano busca a religião desde o início para explicar aquilo que é, até ao momento, inexplicável. Podemos estabelecer duas marcas dentro do registro acerca do conhecimento teológico.
Uma delas é a religião em si, que o ser humano busca como forma de conforto e explicação "sobrenatural", e a outra é o registro da Teologia, enquanto um ramo do saber científico que tenta criar uma estrutura dos fatos e elementos que compõem as religiões. O conhecimento teológico, enquanto religião em si, está baseado na fé pessoal que as pessoas manifestam e em elementos da própria religião, com escrituras, práticas, rituais, dogmas, crenças etc.
Conhecimento filosófico
A Filosofia surgiu como uma busca de explicações e para obter o conjunto de saberes necessários para questionar e, às vezes, complementar o conhecimento fornecido pelo senso comum e pela religião. As viagens produziram nos homens daquele tempo, o desencantamento ou a desmistificação do mundo, e passou assim, a exigir uma explicação mais detalhada sobre as coisas, a qual o mito já não podia oferecer. A Filosofia é uma forma de estabelecer normas para a obtenção de um tipo de conhecimento mais seguro, tal como faz a ciência, embora não possamos dizer que o conhecimento científico acontece da mesma forma que o conhecimento filosófico. A Filosofia, nesse sentido, é a mãe de todas as ciências, pois ela foi a primeira a buscar uma maneira de conhecer as coisas com mais segurança. Recusa de explicações preestabelecidas e portanto, exigência de que para cada dúvida existente, seja investigada e encontrada a resposta própria exigida pela busca do conhecimento;
Tendência à generalização da busca, ou seja, mostrar que uma explicação pode abranger muitas coisas diferentes porque, sob a variação percebida pelos órgãos de nossos sentidos, o pensamento descobre semelhanças e identidades.
Por exemplo, para os nossos olhos, nosso tato e nosso olfato, o gelo é diferente da neblina, que é diferente do vapor de uma chaleira, que é diferente da chuva, que é diferente da correnteza de um rio. No entanto, o pensamento mostra que se trata sempre de um mesmo elemento (a água), passando por diferentes estados e formas (liquido, sólido, gasoso), por causas naturais diferentes (condensação, liquefação, evaporação). Separando as diferenças, o pensamento realiza uma análise e dela retira as conclusões necessárias.
Conhecimento científico
Este tipo, por sua vez, deve ser rigorosamente testado e verificado, o que lhe garante maior veracidade. Isso faz com que busquemos a ciência para determinar formas válidas e corretas de pensamento, para que não caiamos no erro com facilidade.
É tarefa do cientista, sobretudo dos que trabalham com as ciências naturais, observar fenômenos, identificar problemas, criar hipóteses, testar para verificar as hipóteses formuladas, fazer deduções e concluir a sua tarefa por meio da exibição de teorias.
O Conhecimento para a Filosofia
A Filosofia lida, desde o seu surgimento, com a questão do conhecimento, visto que ela nasce para apresentar uma nova forma de conhecer o mundo. Ao longo de sua história, os filósofos apresentaram diferentes teorias sobre o modo como o ser humano conhece, e as formas de conhecer.
Se levarmos em consideração o conhecimento na Antiguidade, Platão admite a existência de apenas dois graus do conhecimento: o sensível e o inteligível. O sensível, causado por dados oriundos dos sentidos do corpo, mas inferior e enganoso, enquanto o inteligível seria racional e superior.
Já Aristóteles estabelece uma mistura de vários graus diferentes do conhecimento que deve passar, necessariamente, pelo conhecimento sensível para que desperte na pessoa uma informação. As teorias desses dois pensadores influenciaram todo o debate sobre o conhecimento sustentado por filósofos posteriores.
As formas de conhecer deram origem ao campo da Filosofia chamado Epistemologia, que formula as bases da teoria do conhecimento. E também à Filosofia da Ciência, que busca facilitar a questão do método e do conhecimento científico, proporcionando avanços para melhor utilização da própria ciência.
Se buscarmos os momentos históricos dentro da Filosofia da Ciência, chegaremos ao momento, na Modernidade, em que Galileu Galilei, pela primeira vez, se dedicou a explicar a necessidade de se atingir um método para alcançar um conhecimento científico válido.
O Conhecimento é importante para todos, levando Sócrates à sua famosa frase: Quanto mais Sei, mais sei que nada sei! O nosso conhecimento é na maior parte dos casos superficial. Conheço os ovos, sua origem e utilização, mas não sei nada mais sobre eles. E o mesmo com tudo à minha volta.
Nos dias atuais, com o avanço galopante do conhecimento humano, todo o conhecimento precisa de reciclagem. No meu caso pessoal, tenho certificados profissionais de faculdades dos EUA que não têm mais valor porque não fiz a reciclagem, exigida a cada 5 anos pelas normas americanas. Claro que tenho atualizado os meus conhecimentos por conta própria e particular para me manter atualizado, mas essa exigência demonstra como podemos nos desfazar se não fizermos o esforço de manter atualizado o nosso Conhecimento. .
Por muito que saibamos, nunca sabemos tudo!
Nunca diga, Eu já Sei o suficiente! Porque essa será a sua maior demonstração de desconhecimento.