CAPITAL DE TERCEIROS É UMA BOA OPÇÃO?

Quando falamos de operações logísticas, existem algumas maneiras de vender um serviço para um cliente, uma delas é executando a operação com recursos de terceiros. É comum no nosso setor, os pagamentos dos clientes terem 60, 120 dias de prazo, o mais próximo que temos em carteira de recebíveis hoje é 30 dias. E são clientes que pagam fora do país, no Chile, Peru, Bolívia, por exemplo. Para os clientes brasileiros, o prazo é geralmente de 60 dias.

E para suportar um período de operação com suporte, segurança e entrega do serviço com qualidade, dentro de uma empresa em franco crescimento, cada dia mais fechando novos contratos e ampliando as operações, chega um momento em que os recursos próprios são insuficientes, e por isso, algumas vezes precisamos recorrer ao mercado.

Atualmente, temos relacionamento com fundos de investimentos e temos parceiros individuais que conhecem alguns de nossos projetos e investem neles, fomentando nossos negócios e fazendo a roda girar. É fundamental essa parceria com o mercado, tanto com os investidores, como também com fornecedores, onde muitas vezes conseguimos prazos que viabilizam nossas operações.

Lembro de uma situação em 2018, onde nós trabalhávamos para uma montadora e ela estava com um processo de mudança interna, pois tinha sido absorvida por um outro grupo e estavam fazendo muitos ajustes que impactaram no pagamento de vários fornecedores, incluindo a Mistral. Essa montadora levou 8 meses para nos pagar, e nesse tempo além de continuar entregando o serviço, tivemos que atualizar e adequar o contrato conforme a nova política da montadora, com toda burocracia que isso envolvia.

Nessa época, nossas operações eram pequenas e nós conseguíamos trabalhar com nosso capital, ainda não tínhamos essa relação com investidores que temos hoje. Por isso, para suportar a operação funcionando e manter o serviço tivemos que vender automóvel, terreno, pegar dinheiro emprestado e todas essas coisas que o pequeno empresário faz. 

E dessa situação tivemos duas grandes lições aprendidas, a primeira é que precisávamos diversificar nossos negócios, pois ficar nas mãos de um cliente só, nos deixava muito vulneráveis. E a segunda lição é que o capital de terceiros pode ser uma alternativa viável para fomentar o negócio e a partir daí fomos buscar estreitar esses relacionamentos comerciais.

Essa situação que acabei de contar foi muito dura e redirecionou muitos caminhos na Mistral. A partir daí fomos procurar os sócios corretos para o negócio, essa é uma história que conto outro dia, pois demorei bastante para acertar isso. Mas, acredito que tudo converge para um caminho que leva pra frente, quando usamos as situações anteriores como aprendizado.

Hoje, observando o reaquecimento da economia e do mercado pós pandemia, estamos muito felizes com os resultados que temos obtido na Mistral, isso tudo é resultado desses nossos relacionamentos com montadoras e investidores. 

Foram chegando pessoas com quem fazia muito sentido caminhar, pois estávamos indo para a mesma direção, cada um com sua rica bagagem e todos contribuindo para o crescimento, e com isso, em pouco tempo pós pandemia eu dia que estamos bem colocados no mercado e com muitos planos de crescimento, graças ao fomento dos fundos e investidores que também caminham junto conosco.