Carros autônomos, IA e a onda chinesa por Robin Li, cofundador do Baidu

Carros autônomos, IA e a onda chinesa por Robin Li, cofundador do Baidu

Participei do evento Futuro dos Negócios 2024, explorando o que vem a seguir para IA, inovação e mundo do trabalho realizado pela Harvard Business Review . A primeira palestra do dia foi com cofundador, CEO e presidente do Baidu, Inc. Robin Li. A empresa é considerada uma das maiores do mundo quando o assunto é Inteligência Artificial. Robin Li destacou que a IA está criando um valor tremendo para as pessoas e para a sociedade. "Acredito que estamos passando por um processo transformador e o receio em torno dessas mudanças parece ter diminuído em comparação ao ano passado", ressalta Li.

O executivo abriu sua fala diferenciando os modelos de IA e defendendo o modelo fechado como os da OpenIA. Para ele, falar em código aberto, como o Meta Llama, pode ser enganoso. O modelo aberto, segundo ele, oferece apenas um conjunto de parâmetros e não sabemos como esses parâmetros foram gerados e como modificá-los.

Para o CEO da Baidu, há também um equívoco de que modelos abertos são mais baratos, mas isso não é verdade, especialmente no contexto dos modelos fundamentais. "Nos últimos 18 meses, conseguimos reduzir os custos de inferência em 99%. Os modelos abertos enfrentam dificuldades para igualar esse desempenho, pois os modelos comerciais aproveitam a computação em nuvem para oferecer serviços mais rápidos e eficientes a um custo menor", completa Robin Li.

Mais de 400 carros autônomos em Wuhan

Segundo o executivo, eles investem há mais de 10 anos nos carros autônomos, gentilmente apelidado de "robotaxi", e para chegar no modelo atual levou muito tempo. "Hoje, temos mais de 400 carros autônomos operando em Wuhan, uma cidade com 13 milhões de habitantes". Apesar de muito tempo trabalhando no aperfeiçoamento do modelo, os veículos cobrem áreas restritas e não estão prontos para operar livremente em qualquer lugar. "Atingir o nível 5 de autonomia, onde os veículos operam sem intervenção humana, é um desafio. Estamos no nível 4, o que significa que os carros podem operar sozinhos em áreas específicas, mas não nas mais complexas ou movimentadas", destaca o empresário chinês.


"Robotaxi" em Wuhan. A frota é de pouco mais de 400 carros e ele roda em áreas restritas


Os obstáculos para o carros autônomos

A regulamentação é um dos principais obstáculos para a proliferação dos carros autônomos. Em muitas cidades do mundo os táxis autônomos ainda não são permitidos, por isso a Baidu focou em lançar o serviço em cidades onde as regulamentações permitem. Esse processo será gradual e pode levar ainda uma década para que esses veículos se tornem comuns.

A chegada da IA e dos veículos autônomos levanta questões sobre a substituição de empregos, o que é muito comum. Em todas as revoluções tecnológicas, alguns empregos desaparecem enquanto outros surgem e essa transição está sendo gradual. A IA generativa também abre novas possibilidades. Com um mínimo de entrada de dados os usuários podem gerar documentos e comunicar-se de forma criativa. Avatares digitais são usados em transmissões ao vivo para interagir com o público, respondendo em tempo real, melhorando a experiência do cliente.

A IA generativa ajuda as empresas a alcançar um ROI melhor, reduzindo custos e aumentando a eficiência.

China, EUA e a segurança de dados

Questões ligadas à segurança de dados são comuns, especialmente nos EUA. Segundo Robin Li, a Baidu, como empresa listada na NASDAQ, cumpre todas as leis aplicáveis e divulga suas práticas de forma transparente. "Respeitamos a privacidade dos usuários e estabelecemos um comitê de conformidade de dados liderado por executivos de alto escalão", completa.

Mas não é só de benefícios que a AI vive. Existe o custo ambiental da IA, uma questão que está cada vez mais ganhando relevância. "A IA consome muita energia, mas estamos buscando formas sustentáveis de mitigar esse impacto. A longo prazo, a IA permitirá que tarefas sejam concluídas de maneira mais eficiente e econômica e nos próximos 10 a 15 anos, a tecnologia provavelmente trará avanços significativos", ressalta Robin Li sem entrar em detalhes como a IA se tornará ambientalmente responsável. A necessidade de energia para conseguir atender a crescente demanda de datacenters vai dobrar até 2026, segundo a agência internacional de energia (IEA).

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