Cartão de crédito com mais de 10 anos? Renegoceie a taxa

Cartão de crédito com mais de 10 anos? Renegoceie a taxa

Lembra-se do ano em que contratou o seu cartão de crédito? E sabe que taxa de juro lhe está associada? Se não sabe, vale a pena investigar. Em 2018, segundo o Banco de Portugal, havia quase oito milhões e meio de cartões a circular. É impossível afirmar com segurança quantos são anteriores a 2010, mas uma coisa é certa: todos os que existem dessa altura aplicam taxas duas ou três vezes superiores às que são cobradas atualmente, como revela a revista DINHEIRO & DIREITOS de novembro.

A explicação é simples: até ao início da década, altura em que foram impostos limites nos juros do crédito ao consumo, as taxas oscilavam livremente. Pagar mais de 30% por usar o cartão era “normal”. Hoje, é considerado usura... a menos que o contrato seja antigo. Como a lei não tem efeitos retroativos, os bancos podem cobrar taxas de juro exorbitantes a quem usa cartões ou o saldo descoberto de contas com mais de 10 anos. 

É legal? É. Mas imoral também. Sobretudo tendo em conta que, mesmo tratando-se de um contrato antigo, a dívida é atual e contraída já depois de a lei estar em vigor. E sobretudo quando se sabe que, no universo do crédito ao consumo, os cartões representam quase 60% dos processos por falta de pagamento.

Mudar a lei não é difícil. Basta vontade e coragem política para eliminar o artigo que veda a aplicação de tetos máximos a contratos antigos e que só favorece a banca. Difícil é continuar a ignorar que, apesar do propalado crescimento da economia, o incumprimento das famílias continua acima do valor de há 10 anos, antes da crise e do resgate financeiro do País pela troika.

As instituições de crédito não são obrigadas a rever as condições dos contratos antigos, mas nada o impede de tentar se estiver nesta situação. Se o banco aceitar e lhe propuser um novo cartão de crédito, verifique se a TAEG é inferior a 12%, pois estará entre os mais baratos do mercado. Caso contrário, há opções mais vantajosas.

Caso o banco não seja sensível aos argumentos e negar a renegociação, verifique se está preso a esse produto. Por exemplo, o cartão de crédito pode ser uma contrapartida para uma taxa de juro mais baixa no crédito à habitação e desistir dele pode ter consequências na prestação da casa. Se for esse o caso, consulte o comparador de cartões de crédito da DECO PROTESTE e tente trocar pelo cartão mais barato comercializado pelo seu banco.

Mais grave, é ter um cartão crédito que tinha uma TAEG 13,68% à 6anos e agora recebi a renovação com uma TAN superior a 19%, ao confrontar o funcionário do Santander no 1º trimestre deste ano (taxa de usura 15,7% decretada pelo BdP) este respondeu que houve actualizações... Questionei se este banco estava acima da lei, e, quando lhe falei na taxa de usura, este foi a Internet saber do que se tratava.... Conclusão: encolheu os ombros....

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