Carta de amor para mim mesmo

Caro eu,

uma vez ouviste:

“Quando eu precisar de um diplomata vou te chamar”.

Nunca me esqueci dessa frase, pois acredito e orgulho-me de buscar sempre o caminho da negociação e conciliação. Nesse caminho, recheio tudo com doses de criatividade e claro, uma boa trilha sonora de 50 anos atrás. Como eu amo o que sou e o que me torno a cada dia!

Sabe aquele detalhe ou aquele problema que quase ninguém quer enxergar? Estou sempre lá! Estou fazendo com orgulho o que muitos chamam de “trabalho sujo” ou “trabalho de formiguinha”. Como eu amo o que sou e o que me torno a cada dia!

Falar de mim? Para mim mesmo? Que tarefa árdua!

Nessa dificuldade de encontrar autoconhecimento, sou salvo pela escrita. Saudosa escrita que eu aprimoro dia após dia na minha vida. E falando em aprimorar, em aprender, em pesquisar, em investigar, em produzir e em analisar, considero que me entrego inteiramente, diariamente e infinitamente a esses verbos e nesse mergulho é tão belo me ver em inquietantes pensamentos sobre o mundo, sobre as pessoas, sobre as relações entre as pessoas no mundo. Como eu amo o que sou e o que me torno a cada dia!

É quase um ato de bravura insistir em não desistir do homem, da vida, do mundo. Não desistir é acreditar, pensar e buscar um mundo, comportamentos e relações sociais mais justas. Orgulho-me por sempre ter fé e buscar a mudança. Chamam-me de “idealista” ou “iludido” e até “utopista”, mas sendo ou não, encaixo-me na condição de um ser naturalmente humano. E nesse sentido, onde há um estado permanente do verbo “ser”, humano eu sou e humano me torno cada dia mais. Como eu amo o que sou e o que me torno a cada dia!

Eu me amo pelo o que pude ser, pelo o que eu sou, pelo o que busco e pelo o que serei. Sou grato por tudo que tenho e ainda mais por querer sempre o melhor para mim e para o mundo em que vivo. Eu me amo. Não vou me abandonar. Não vou me entregar. Amo minha constante resiliência em encontrar saída mesmo no labirinto do medo, da angustia e da obscuridade.

Quero que o mundo em uma constante dialética me dê amor e espelhe amor aos quatros cantos! Como eu amo o que sou e o que me torno a cada dia!

EU ME AMO

Leonardo Henrique Soares de Sales