Carta de um subordinado...

Carta de um subordinado...

Chefe,

 Depois de ruminar as suas palavras, profícuas para meu desenvolvimento, porque considero que é com pessoas racionais de opiniões sustentadas e convictas, cujas as opiniões são diferentes, que poderemos nos desenvolver

Não sabia se haveria de responder, mas considero que meu silencio tornar-se-ia como desconsideração e pretendo agradecer o seu cuidado, sem qualquer tipo de adulação ou subserviência.

Engraçado, como opiniões opostas, estão providas de relações de reciprocidade entre a ação e a estrutura onde nos desenvolvemos, nunca poderemos desligar-nos e pensar de outra forma. O nosso sistema límbico força-nos a esquemas interpretativos que faz-nos expressar um conjunto de conhecimentos acerca da realidade, são eles que nos permitem compartilhar, interpretar e comunicar significados dos processos de interação. Mais deslumbrante, nas reflexões, são os recursos utilizados, eu por um lado sustento-me em recursos alocativos e o meu amigo em recursos de autoridade no sentido ao domínio sobre a sua actividade na organização. 

Veja, aquilo que para mim parece óbvio, pareceu-lhe confuso, como para mim, o Principio de Pareto sempre me fez enorme confusão pela sua simplicidade estatística. Este pode ajudar-nos a saber usar o essencial a nosso favor, manter-mo-nos focados no que realmente interessa, mas também tem por base, penso eu, evitar desperdícios nas nossas actividades e vivência com pessoas que nenhum valor acrescentam à nossa vida. Parece simples, mas é muito complexo.

 

Dito isto, não vou responder como inicialmente tencionava, dizer-me-ia mesmo, está confuso, porque temos interesses recíprocos e outros que naturalmente colidem. Vou partilhar umas historias que li, provavelmente já conhece, metáforas do livro que uma pessoa especial me recomendou a leitura "O que podemos aprender com os Gansos".

 

Quanto ao desempenho / Trabalho de equipa / Métodos de avaliação em vigor

 

Será que apenas resultados medem desempenho? Estes podem ser alcançados várias formas, na minha opinião, só quando estes são sustentáveis e não quando criam dissonância no seio do grupo de trabalho ou alcançados não esgotam sinergias. Há quem os veja a curto prazo, sem vislumbrar consequências.

 Verdade que há colegas que fazem melhor que eu, ou forma diferente, são essas variantes que pretendo melhorar. Usando a gíria futebolística, tem mais respeito a equipa que é uma constante na liga dos campeões face aquela que pontualmente ganhou uma liga, por vezes de forma muito duvidosa. Assim é com os atletas, também.

 Quanto à avaliação, sempre defendi que mais vale haver um método que nenhum. Não significa que deveria estar fora de critica, trata-se processo evolutivo pode motivar ou resignar um colaboradores. A minha postura critica, extravasou o bom senso profissional, apesar da minha consciência profissional dizer-me que contribui sempre para que ninguém fosse prejudicado, considerei altamente injusto acusarem-me no momento da critica ao método de desleixo e parte do problema e não da solução.

 "Napoleão Bonaparte foi, sem dúvida, um dos maiores líderes que o mundo já conheceu. Certa vez, seu exército estava se preparando para uma de suas maiores batalhas. As forças adversárias tinham um contingente três vezes maior que o das tropas de Napoleão, além de um equipamento muito superior. Napoleão avisou os generais de que estava indo também para a frente de batalha e eles procuraram convencê-lo a mudar de idéia:

- Comandante, o senhor é o império. Se morrer, o império deixará de existir. A batalha será muito difícil. Deixe que nós cuidaremos de tudo. Por favor, fique. Confie em nós.

Tudo em vão, nada fez Napoleão mudar de idéia. No meio da noite, o general Junot, um de seus brilhantes auxiliares e também amigo, procurou-o e, de novo, tentou mostrar o perigo de o imperador ir para a frente de batalha. Napoleão olhou-o com firmeza e disse:

- Não tem jeito, eu vou.

- Mas por quê, comandante?

E Napoleão respondeu: - É mais fácil puxar do que empurrar.

Servir de exemplo não é a melhor forma de ensinar; é a única forma de ensinar!

Se os directores quiserem que as coisas melhorem na empresa, precisam dar o exemplo. Se os funcionários não percebem o esforço e o firme propósito da directoria, dificilmente promoverão as mudanças necessárias. Liderar não é tarefa fácil."

 Cingindo-me à minha humilde função, não preciso de ensinar, basta dar exemplo, puxar é muita mais fácil que empurrar, parece-me que há pessoas que preferem ser empurradas pela coação, advertência incessante face à inercia, eu prefiro ser puxado.


 - Quanto ao conflito Gerado Real / Conflito Latente Sugerido

Percebo as razões, admitindo que fui exagerado nos termos, deixei-me levar pala minha indignação com o modelo de avaliação, quando ao criticar modelo ao ser bombardeado por argumentos enviesados com único propósito foi afirmarem-me como parte da causa e da consequência do desmérito, quando considero que seria o que menos merecia pelo passado considero que sempre contribui com os meus desempenhos. As pessoas têm por principio procurar nos outros as suas gafes ou fraquezas.

 

"Não jogue a culpa nos outros"

Uma empresa estava dando prejuízo e os funcionários sentiam-se extremamente desmotivados. Era preciso fazer algo para reverter o caos. Ninguém, porém, queria assumir nada. Pelo contrário, o pessoal apenas reclamava que as coisas andavam ruins e que não havia perspectiva de progresso na empresa.

Um dia, quando os funcionários chegaram para trabalhar, encontraram na portaria um cartaz no qual estava escrito: "Faleceu ontem a pessoa que impedia o seu crescimento na empresa. Você está convidado para o velório na quadra de esportes".

Todos ficaram curiosos para saber que pessoa andara impedindo o crescimento dele na empresa. E foram lá ver. Conforme os funcionários se aproximavam do caixão, a excitação aumentava:

- Quem será que andava atrapalhando o meu progresso? Ainda bem que esse infeliz morreu...

Um a um, agitados, os funcionários aproximavam-se do caixão, olhavam para dentro dele e engoliam em seco, caindo em seguida no mais absoluto silêncio, como se tivessem sido atingidos no fundo da alma. No visor do caixão, havia sido colocado um espelho.

A mensagem atingiu a todos: só existe uma pessoa capaz de limitar seu crescimento e o da empresa: você mesmo."

 - Contributo Futuro / Oportunidades de carreira / Novos desafios

Neste ponto é no meu ponto de vista o mais complexo. Não vou divagar, apenas referir que quando alguém se aproxima mais de um ponto de interesse comum, os restantes tendem a criar algum atrito para poderem alcançar. Vivemos num mundo cujos interesses por serem comuns, tornam-se antagónicos, relação de interesses, razão pela qual é extremamente difícil liderar pessoas com interesses comuns. Paradoxo, não é?! Os detratores, na minha opinião, ofuscam-se com ética e regularidade.

"O sofrimento faz parte das conquistas"

Era uma vez, um riacho de águas cristalinas, que serpenteava entre as montanhas. Em certo ponto de seu percurso, o riacho notou que à sua frente havia um pântano imundo, por onde deveria passar. Olhou, então, para Deus e protestou:

- Senhor, que castigo! Eu sou um riacho tão límpido, tão formoso, e o Senhor me obriga a atravessar um pântano sujo como esse! Como faço agora?

Deus respondeu:

- Isso depende da sua maneira de encarar o pântano. Se ficar com medo, você vai diminuir o ritmo de seu curso, dará voltas e, inevitavelmente, acabará misturando suas águas com as do pântano, o que o tornará igual a ele. Mas, se você o enfrentar com velocidade, com força, com decisão, suas águas se espalharão sobre ele, a humidade as transformará em gotas que formarão nuvens, e o vento levará essas nuvens em direção ao oceano. Aí você se transformará em oceano.

É preciso entrar para valer nos projetos da vida. Se uma pessoa passar a vida toda evitando sofrimento, também acabará evitando o prazer que a vida oferece.

Não procure o sofrimento, mas, se ele fizer parte da conquista, enfrente-o e supere-o."

 Agradeço encarecidamente as sugestões, são temas que reflicto e julgo, não obstante por vezes não agir de acordo com as minhas ilações. Reconheço algumas das minhas lacunas e fraquezas, tenho a certeza que o caminho para a excelência é uma constante, processo progressista, continuo, não obstante ser uma aporia devemos caminhar na tentativa incessante de a alcançar.

 Para aprender, mudar rotinas, vícios, temos de trabalhar, socializar com pessoas com outras experiências, principalmente quando “equipa” fazemos parte se considera que os os métodos tácitos pouco têm a lhes acrescentar, torna-se reciproco.

A sua pessoa é a excepção, pela procura incessante, chegando a este ponto, ficaria triste sair um dia sem a memoria que foi a pessoa que me deu mais, me valorizou, num período séptico que julgava que estava a minha missão concluída.

 "Novos desafios renovam nosso ânimo

Uma tarde, o pai saiu para um passeio com as duas filhas, uma de oito e a outra de quatro anos. Em determinado momento da caminhada, a filha mais nova, pediu ao pai que a carregasse, pois estava muito cansada para continuar andando. O pai respondeu que também estava exausto. Diante da resposta, a garotinha começou a choramingar e a fazer corpo mole.

Sem dizer uma palavra, o pai limitou-se a cortar um galho comprido de uma árvore.

Depois, o entregou à filha, dizendo:

- Olhe aqui um cavalinho para você montar, filha! Ele irá ajudá-la a seguir em frente.

A menina parou de chorar e pôs-se a cavalgar o galho tão rápido que chegou em casa antes dos outros. Ficou tão encantada com seu cavalo de pau que foi difícil fazê-la parar de galopar.

A irmã mais velha ficou intrigada com o que viu e perguntou ao pai como entender a atitude da irmã.

O pai sorriu e respondeu:

- Assim é a vida, minha filha. Às vezes a gente está física e mentalmente cansado, certo de que é impossível continuar. Mas então encontramos um "cavalinho" qualquer que nos dá ânimo outra vez.

Esse cavalinho pode ser um novo desafio, uma nova oportunidade no trabalho... O importante é nunca se deixar levar pela preguiça ou pelo desânimo."

 

 

Um abraço,

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