Causa Justa
Você sabe o que é uma "Causa Justa"?
Eu comecei a ler sobre isso e qual não foi o meu espanto quando eu vi ali, escrito em um livro (O jogo infinito, de Simon Sinek, recomendadíssimo!), objetivos que me guiam já há tanto tempo.
Basicamente, uma Causa Justa é como um motivo para se levantar e trabalhar que é maior do que qualquer ganho individual.
É a Causa Justa que dá significado ao nosso trabalho e à nossa vida. Uma Causa Justa nos inspira a nos manter focados além das recompensas finitas e de ganhos individuais e provê o contexto para todos os jogos finitos que temos que jogar ao longo desse caminho. É o que nos inspira a querer continuar no jogo. - Simon Sinek.
E não me entenda mal, eu valorizo muito e preciso da receita que gero a mim mesma por meio do meu trabalho. Pode parecer clichê, mas eu sempre fui movida por algo muito além do dinheiro que eu ganhava nas companhias pelas quais passei.
Note que, além de um porquê, um propósito pessoal, que são próprios de cada um, há uma força maior e coletiva que guia nossos passos. Esta força, quando unida, tem um poder incomensuravelmente maior que a soma das partes.
O amor que uma Causa Justa provoca em nós motiva-nos a dar nosso melhor por uma empresa, por pessoas, por relacionamentos, enfim, por um mundo que queremos criar a longo prazo.
A Causa Justa é um jogo infinito. Ultrapassa todos os nossos objetivos e jogos de curto prazo: é, ao mesmo tempo, um propósito coletivo que queremos alcançar em conjunto e um legado que queremos deixar para o futuro.
Vou compartilhar uma história - dramática, é verdade - mas que explica muito bem a Causa Justa.
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Durante um período da Segunda Guerra Mundial, o povo de Leningrado estava morrendo de fome, literalmente.
Ali, na mesma cidade, e sem o conhecimento da população, havia um esconderijo com um banco de sementes com toneladas de arroz, nozes e outros cereais, que começou a ser cultivado 25 anos antes pelo botânico Nikolai Vavilov (sua trajetória incrível e fascinante merece mais que apenas as poucas linhas deste artigo).
Em 1920, ele chegou à chefia do Departamento de Botânica Aplicada da Universidade de Leningrado e, com ajuda financeira do governo, reuniu uma equipe com o objetivo de transformar a instituição em um “tesouro de todas as safras e de todas as floras”, que pudesse ser útil ao mundo todo. Ele sabia que o resultado era incerto, mas queria tentar. Pouco tempo depois, Stalin chegou ao poder e começou a perseguir Vavilov politicamente, até que, por fim, conseguiu prendê-lo. Na prisão, ele morreu de inanição.
Todo seu trabalho (e àquela altura já era uma coleção de centenas de milhares de espécies alimentícias) passava por todo tipo de problemas e, ainda, tinha chamado a atenção dos nazistas, que além de obcecados com o poder, sabiam também do valor que um banco de sementes traria à Alemanha. Porém, eles só sabiam que o banco existia, não onde estava localizado.
A equipe de cientistas de Vavilov passou por todas as ameaças comuns ao povo de Leningrado, inclusive a fome. Até que, finalmente, alguns dos protetores do trabalho do cientista também morreram de inanição, mesmo cercados de batatas e arroz.
O que moveu os cientistas que protegeram o trabalho de Vavilov, mesmo depois de sua morte, mesmo com as suas próprias vidas, foi um propósito maior do que seus objetivos pessoais. Mesmo se alguém dissesse para que eles desistissem, que não valia a pena, que seu esforço individual não compensava, eles sabiam que estavam fazendo escolhas pensando em um propósito muito além deles mesmos.
Viver nossas vidas com uma forma de pensar infinita significa que estamos direcionados a avançarmos em uma causa maior do que nós mesmos. Vemos aqueles que compartilham nossa visão como parceiros na causa e trabalhamos para construir relacionamentos de confiança com eles, dessa forma avançamos juntos no bem comum. Somos gratos pelo sucesso que alcançamos. E enquanto avançamos, nós trabalhamos para fazer crescer os que nos cercam. Viver nossas vidas com a forma de pensar infinita é viver a vida para servir. - Simon Sinek
Então, guardadas as devidas proporções (e ainda bem que são realidades muito, mas muito, distantes), a Causa Justa é quando fazemos algo que vai além da mera satisfação de objetivos pessoais. É mais do que apenas a comissão que ganharemos, as metas que alcançaremos, o tapinha nas costas que receberemos.
É porque pensamos que a doação do nosso tempo, a nossa escuta, os problemas que ajudamos a resolver, as relações genuínas que estabelecemos, farão a diferença em toda uma cadeia que será impactada positivamente por meio daquilo que servimos e entregamos com convicção e amor.
Ajudo empresas B2B a escalarem exponencialmente suas receitas ISócia Diretora Latam Winning By Design IPalestrante e Consultora: Vendas, Marketing & CS IApaixonada por vendas centradas no cliente ❤
3 aDemais esse texto Carol Lopes (ela/she) ! Adorei... saudades das nossas reflexões juntas 😘
Advisory Empresarial, Escritor e TEDx Speaker
3 aOtimo. Sempre propósito de servir primeiro….
Profissional com muitos anos de experiência em três áreas: crédito (lending/underwriting), gestão de carteira e compliance.
3 aNão conhecia o termo, mas pelo menos agora conheço. Faço parte dele também. Parabéns pela informação e reflexão!
Sou sua fã
Transformo sua marca em referência e influência no Linkedin | Linkedin Top Voice | Mentora e Consultora de Marca Pessoal no Linkedin | Ghostwriter | Copywriter
3 aA minha causa justa é a surdez, inclusão e acessibilidade! Esta causa se projeta além de mim e beneficia não só a mim, mas a toda comunidade surda! Parabéns pelo texto, Carol Lopes (ela/she)!