Causas e Confiança

Escrevi, apaguei, reescrevi, deletei novamente, tornei a digitar...E toda essa indecisão/insegurança de iniciar essa newsletter, passa por algumas justas razões ao meu ver: falta de tempo, medo do julgamento, receio de não dar continuidade, de ficar exposto, enfim...são apenas algumas dentre várias que não param de matutar na cabeça.

Mas confesso que a motivação para tentar, vinha ganhando força dia após dia. Até que hoje, recebi alguns sinais em forma de mensagens que me deram a coragem necessária para tirar o plano do papel. Sem enrolação e jogando na bola com vocês, vou separar essa motivação em duas causas.

1. Causa 1: Inúmeras pessoas que me relaciono no dinamismo da rotina, tem reagido de uma forma interessante aos nossos encontros, dando feedbacks positivos e pleiteando que eu crie uma forma de ampliar a frequência do nosso contato e/ou que eu possa levá-lo para mais gente. (logo, é PELAS PESSOAS)
2. Causa 2: (é POR MIM). Sim, isso mesmo. E vou explicar. Ao longo de uma série de crises de ansiedade, na qual venho aprendendo a conviver e combater, descobri que escrever PARA OUTRAS PESSOAS, era algo que me colocava num modo de "aceitação radical". (aqui vale um capítulo a parte, num outro texto prometo dedicar um tempo só pra isso). Em resumo, fazer isso aqui me acalma e me faz bem (e tira da crise). Então, se ajuda algumas pessoas, pode atingir positivamente outras mais e ainda me faz bem, não vale a pena correr os riscos que tanto receio ?

Portanto, se está lendo agora isso é sinal que a coragem venceu o medo. E vamos ao que interessa...na real, acho que a ideia central desse espaço é ser um lugar em que qualquer um possa ir e vir quando quiser. E que de alguma forma seja sempre recebido, acolhido e genuinamente, se possível, ajudado. (tipo a casa dos nossos pais/avós ou de alguém que a gente se sinta bem estando junto)

Show, então pra gente dar início e tentar se ajudar, é super importante iniciar nossa relação. E como não existe relação sem confiança, não haveria melhor tema para estrearmos.

Respira e segura essa definição de confiança...

CONFIANÇA É UM SENTIMENTO.

É a melhor que considero sobre o tema (li no livro "O jogo infinito" do Simon Sinek). E veja, se ela é sentimento, não dá pra exigir ou pedir que alguém confie na gente, concorda? Ela precisa ser encarada como um processo de conquista, que vai ganhando força pouco a pouco, requer paciência e resiliência, além de saber que haverão altos e baixos...acredito bastante que o exercício fundamental é de demonstrar que você tem fraquezas, que erra, que às vezes está pra baixo, e que tudo isso é normal para qualquer um...a tal da Vulnerabilidade, sabe?

(acho que comecei a praticá-la aqui ao abrir sobre minhas crises de ansiedade...)

Pausa pra mais uma frase impactante de uma mente brilhante ...

"Confiança e vulnerabilidade crescem juntas, e trair uma delas é destruir ambas".

Foi o que escreveu a genial Bené Brown em um de seus livros. Gente, levantar a mão e pedir ajuda, é uma ação que revela vulnerabilidade. Assumir riscos para fazer diferente, e talvez errar, mais uma. Valorizar quem buscou algo que vá além de números e está alinhado à prática da cultura desejada, outra. Um líder, diariamente, tem inúmeras oportunidades em exercitar a vulnerabilidade com seu time e com isso aumentar a confiança dentro da equipe. Não é trivial, muito pelo contrário, é bem mais simples seguir o jogo tradicional e não se meter com isso. Uma jornada de construção de confiança tem grandes riscos e é cheia de oscilações, de erros e acertos. Precisa de constância e exigirá um nível elevado de esforço dos envolvidos.

Mas de coração, acredite, construir um ambiente psicologicamente seguro, pode lhe garantir o mais ALTO e SAUDÁVEL DESEMPENHO. E quem tem que dar o primeiro passo, é VOCÊ, líder.

Papo rápido pra gente dar o start. Mas me conta, algum dilema nesse sentido por aí ? Outro ponto de vista ? Bora debater...