Central de Materiais e Esterilização: uma oportunidade disfarçada, por Leonardo Suzart
A Central de Materiais e Esterilização (CME) é um departamento inserido na vasta e complexa estrutura organizacional dos hospitais, atuando como um centro de serviço, ou seja, tem seu valor e resultados diretamente conectados às outras áreas como: centro cirúrgico, UTI e área de diagnósticos. A sua missão é proteger os pacientes durante seus momentos mais críticos e no Brasil, é muito comum um olhar para esta área como um centro de custo "apenas", e não como uma área geradora de valor. Entretanto, com o avanço das tecnologias, demandas de Environmental, Social and Governance (ESG) e mudanças no modelo de pagamento e resultados, a CME pode trazer grandes oportunidades para o executivo em saúde no negócio hospitalar.
Entretanto, com o avanço das tecnologias, demandas de Environmental, Social and Governance (ESG) e mudanças no modelo de pagamento e resultados, a CME pode trazer grandes oportunidades para o executivo em saúde no negócio hospitalar.
Numa pesquisa realizada pela ASP, foi possível estimar que grandes Hospitais Cirúrgicos (>1200 cirurgias/mês) processem entre 40 a 60 mil instrumentais em suas Centrais de Materiais e Esterilização (CME). Considerando o porte tecnológico dos hospitais, o inventário pode custar entre 3 a até 10 milhões de reais para a instituição. Boas práticas em CME também evidenciam o ganho de eficiência em produção cirúrgica — um importante pilar de receita para os Hospitais, sendo a CME, muitas vezes, um gargalo para o aumento da produção.
Embora a proteção dos pacientes contra as Infecções Relacionadas à Assistência à Saúde (IRAS) tenha a missão de salvar vidas, seu impacto nos cofres públicos e privados é elevado quando existe falha. Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), cerca de 234 milhões de pacientes são submetidos a procedimentos cirúrgicos por ano em todo o mundo, e destes, um milhão vai a óbito em função de infecções hospitalares. Há também um aumento médio na permanência hospitalar de 4 a 7 dias, além do fato de que os pacientes com Infecção de Sítio Cirúrgico (ISC) tem duas vezes mais risco de óbito e de serem admitidos na UTI.
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Estima-se que 5 a 10% dos pacientes desenvolvem algum tipo de infecção hospitalar, e custos associados podem chegar a 25K USD (Benesson, Cohen, Schwartz, Revva, Moses e Levin 2020). No Brasil, a estimativa é que a taxa de infecções hospitalares afete cerca de 14% das internações.
Estes números colocam as Centrais de Materiais e Esterilização (CME) sob um grande holofote estratégico e de oportunidade para ganho e expansão de resultados. Enquanto se tem melhores investimentos em Tecnologia, Recursos Humanos, capacitação da equipe e processos bem definidos, a redução de custo é alcançada através da excelência e de cada pacote processado. Quando vista como área estratégica, onde se pode alavancar faturamento e geração de receita, preservando o CAPEX das organizações hospitalares, o executivo de saúde tem um grande aliado em sua CME, descobrindo assim uma oportunidade que um dia estava disfarçada.
O empresário e publicitário Carlos Domingos, autor do livro Oportunidades Disfarçadas, afirma que toda descoberta começa na percepção e reflexão. Espero que este texto traga a luz da percepção sobre o potencial de nossos Enfermeiros (as) e Líderes de CME para se tornarem verdadeiros faróis para os executivos em saúde no Brasil.
Autor: Leonardo Suzart, Gerente Geral da ASP Brasil.
Sales Processes. ERP. Relationship Building · Business Development · Market Analysis · Strategic Planning · Management · High Performance Teams · Account Executives · Cost Control
2 aParabéns pela luz que trazes a um mercado ainda latente e inexplorado em sua efetivamente.
Gerente de desenvolvimento de negócios na CEVA Logistics | MBA em logística
2 aPerfeita análise! Redução destes " gargalos " nas esturura intra-hospitalar é o segredo para otimzar as operações e reduzir os custos!
Corporate Finance Executive
2 aOn the spot Leo!