CHEGOU A HORA DE INVESTIR NA HUMANIDADE.
Quando pensamos na condição humana como premissa da psique, logo trazemos a lume a ideia do “ser enquanto ser”, no homem e na humanidade em suas diferentes formas de existir, de se expressar e de se apresentar desde tempos imemoráveis até os dias de hoje.
O homem na busca de encontrar um “lugar” onde possa fazer algum sentido ou onde possa ter algum tipo de troca (ou satisfação emocional), tornou-se objeto do meio, tonando-se criaturas fantoches, teleguiadas, markting guiada, desdobrando-se em multiplas direções para “ter enquanto ser”.
O que isso nos ensina enquanto cuidadores de seres humanos?
É preciso “parar”, é preciso “suspender” o ritmo que estamos caminhando. Nós podemos ser muitas coisas, podemos tomar muitos caminhos, mas não podemos desvincular da nossa condição humana de ser. Hoje é preciso observar e refletir para perceber os caminhos que estamos tomando. No passado precisavamos abrir espaço para que a Psicologia pudesse se fazer presente no meio hospitalar, por exemplo. Mas agora, o desafio não é mais abrir espaço e sim, de lidar com questões intrinsecas à condição humana, como a: natalidade, diversidade, pluralidade e, especialmente, a mortalidade.
Hoje, por exemplo, o desafio do enfrentamento com a morte (um fato da condição humana e da vida), está sendo exilado da nossa convivência, em razão de uma tecnologia avançadíssima nos hospitais, que coloca pessoas que está na hora de ir embora embaixo de aparelhos sendo violentadas, numa euforia como se nós precisassemos provar que conseguimos aumentar o tempo de vida. Grande utopia, já que tudo nesta vida é efêmero!
A humanidade luta para ser como maquinas, busca incessantemente o poder absoluto, mas felizmente ainda se descobre fálivel, pequeno e sozinho. E é nesta dimensão que temos a chance de lidar e investir em quem realmente somos: humanos. Lidar com a dor, com a morte e encarrar a finitude das coisas nos faz recordar dos nossos próprios limites, inerentes a nossa condição humana de ser. E mais: nos faz relembrar do nosso medo oculto do desconhecido.
E o que é o desconhecido, se não nós mesmos? No rastro da filosofia, talvez Sócrates como o seu famoso “conheça a ti mesmo” tenha elaborado a questão mais significativa da humanidade. Conhecer a nós mesmos é um resgate da nossa consciência, da nossa condição humana, nos sensibiliza e nos aproxima da verdade de cada um. E é isso que o mundo precisa!
O mundo precisa voltar a se sensibilizar, lançar mão do hiper-super racionalismo, para investir de forma mais eficaz no ser humano. Se abrir para a possibilidade da autêntica conversa, sem a interface tecnólogica, para se deparar com a supresa do humano, nesta sociedade tão massificada e massificante, buscando a particularidade de cada um, para desfrutarmos das maravilhas da modernidade sem deixar de lado os pequenos prazeres da vida.
Investir na condição humana vale muito! Mas é preciso correr o risco deste investimento tão precioso que é o (re) nascimento humano.