Chegou mais uma Revolução Industrial: a nova revolução do Trabalho?
Depois de aprendermos a fiar, telegrafar e mecanizar, seria natural que a próxima revolução industrial fosse a forma com que vemos o trabalho. Assim como a forma da educação também é um tema interessante e atual (a pedagogia aplicada, formas de ensino, avaliação etc), a forma do trabalho também pode ter chegado a hora de percebermos que existem novas, assim como profissões! E tudo isso levanta a necessidade das empresas reverem seu envolvimento com seus colaboradores.
Óbvio que o mundo nunca mais será o mesmo após o Covid-19; esta pandemia mostrou que o mundo consegue realizar muitos de seus trabalhos de forma remota, sem as horas de trânsito parado, viagens, reuniões, que, numa análise muito fria, muitas das vezes eram custosas e sem retorno para a organização. Com novas ferramentas como videoconferências, trabalho compartilhado, o principal Ativo da empresa volta a baila: seus funcionários, seus talentos enfim, seu capital humano. E com esta nova geração de trabalhadores, este novo cenário do trabalho, a busca da qualidade de vida, a nova revolução da tecnologia, podemos enxergar novas realidades e necessidades para os atuais e próximos trabalhadores que entrarão na cadeia produtiva.
"interessante que com a última revolução, supunha um aumento da qualidade de vida, com o acesso à novos produtos e tecnologias; o celular e o computador que deveriam simplificar nossa vida (nas suas concepções) tornaram o ser humano "escravo" de seu trabalho, pois agora teria acesso diuturnamente, e não apenas no seu horário de trabalho, como era por exemplo, nas décadas de 1940 e 1950... de repente agora podemos pensar que estes equipamentos deveriam vir junto (nas suas criações) com novas maneiras de pensar e trabalhar!"
Sem necessidade de voltar à Maslow, podemos perceber que a pirâmide foi mais segmentada, e enxergar novas necessidades e tendências para os colaboradores tornou-se uma necessidade pois, se enquanto "o dinheiro não motiva, mas a falta de dinheiro desmotiva", falta de um plano, conexão com a empresa, também são motivos de insatisfações e "turnovers", deixando o colaborador não só no lado passivo da relação (com a insegurança), mas também no lado ativo, de procurar outras oportunidades. E a empresa? aquela que contratou, treinou, capacitou, perdeu por falta de retenção, interesse, vulnerabilidade.
Neste futuro, podemos então mudar a visão deste nosso capital humano, e associar as vantagens das partes. Com isso, podemos exemplificar algumas tendências que as empresas podem adotar, para não ficar nas estatísticas de seus empregados:
- Alinhar anseios: conhecer as necessidades de seus funcionários, e saber o quanto elas se alinham com os da empresa. A sinergia de anseios é muito mais fácil para que a sensação de dono do funcionários seja prazerosa: ele trabalha numa empresa que pensa como ele, tem os mesmos ideais que ele... a empatia dos interesses dos funcionários e dos acionistas vai dar frutos doces para a empresa, mas ambos devem cumprir suas responsabilidades! Prometeu, cumpra! Contratou, pague! Letras miúdas aqui só deixam a sensação de engano.
- Capacitação constante: num mundo de modificações (razão deste texto que escrevo), manter a qualificação do funcionário é essencial. A atualização dos conhecimentos é o melhor investimento no seu capital humano (de que adianta excelentes desenhistas projetistas "de prancheta", se não conhecem um autocad ou solidworks de hoje em dia?). Excelentes pessoas, mas que não darão vazão às necessidades do mercado. Manter vivos os conceitos, mas atualizados os meios, são essenciais para a manutenção da empresa, inclusive a satisfação do funcionário. E aqueles que adquirirem novas habilidades, serem atualizados seus conhecimentos em favor da empresa.
- Conheça seus dados, e use-os a seu favor: com um sem número de sistemas gerando informações a respeito da empresa, conhecer o máximo possível o que é gerado e saber o que fazer com esta informação: sped fiscal, e-social, ERPs, muitos softwares e sistemas geram dados respeito de seus funcionários e da sua empresa - conheça-os e planeje suas ações no seu micro e macro ambiente! Conheça as estatísticas! Como sua empresa está situada com relação a remunerações? Qual é a tendência de mercado do seu segmento? Qual é a média de tempo que colaboradores mudam de empresa na sua região? Conhecer este tipo de informação e prever (ou antever) o que pode ocorrer, elimina riscos de perdas, ou prepara-se para inevitáveis substituições... é um exemplo simples, mas um focal point de um projeto pode estar sendo "sondado" pelo mercado, e se não seguiu os passos para esta substituição, pode ficar numa situação vulnerável com uma saída repentina.
- Faça seu colaborador sentir que ele faz parte: não basta ser, tem que parecer! além de alinhar anseios, deixe seu colaborador ter a sensação de dono, e o incentive! Nada melhor que um dono atrás de cada máquina, trabalhando pelo bem comum. Isto vai servir para desenvolver responsabilidades, e "profissionalizar" o colaborador, que estará engajado também na resolução de problemas, vai querer conhecer o mercado, concorrentes, oportunidades etc. O profissional focado é essencial para a transformação da companhia, ele é mais resistente e pronto e se qualificar e se atualizar.
Enxergar estes pontos é o principal desafio para a área de Recursos Humanos, pois é a área que se comunica com o capital humano da empresa. Por mais que os pontos estejam alinhados, a falta de comunicação, ou mesmo distorcida, não haverá sucesso. E claro, a participação constante da alta administração da empresa, para validar estas ações como RH, são primordiais para o sucesso e a perpetuação da empresa e de seu capital humano!
'Bora Revolucionar?