Ciência colocada à prova!

Desde que acompanho a Fórmula 1, nunca tinha visto ao vivo um acidente tão assustador quanto o de Grosjean, ocorrido no grande prêmio do Bahrein. Logo na largada, após vários pilotos se tocaram na primeira curva, o carro da Haas se choca no guard-rail e instantaneamente explode, uma cena chocante.

Outro fator que me deixou impressionado, mas de uma maneira muito positiva, foi a facilidade com que o piloto conseguiu sair das chamas, mesmo após transcorridos 29 longos segundos de contato com o incêndio.

Vários motivos contribuíram para esse grande feito, entre eles a adoção do Halo, a rápida ação da equipe de apoio e o macacão utilizado pelo piloto. Tal macacão é fabricado com um material resistente ao fogo e à transferência de calor, material esse denominado Nomex.

O Nomex é um polímero desenvolvido pela DuPont que possui várias propriedades benéficas ao isolamento térmico. Sua estrutura evita que a chama se espalhe ao longo do tecido e sua baixa condutividade térmica o caracteriza como um excelente isolante.

Para compreender como o calor é transferido para o piloto através das chamas, vamos analisar o método de transferência por condução.

A condução é diretamente proporcional à diferença entre a temperatura do piloto e a temperatura da chama, da condutividade térmica do material que compõe o macacão (Nomex) e da área superficial do piloto. Também é importante dizer que a condutividade é inversamente proporcional à espessura do material isolante.

Ou seja, quanto maior a diferença de temperatura, maior será a transferência de calor. Para que isso não ocorra, uma baixa condutividade térmica é necessária, justamente uma das principais características do Nomex.

Situações como essa nos fazem lembrar de como a pesquisa científica é de fundamental importância para o desenvolvimento da sociedade. Desde já, desejo uma rápida recuperação para esse grande piloto!