A ciência por trás de uma constelação sistêmica

A ciência por trás de uma constelação sistêmica

É comum que novos clientes da Constelação Sistêmica tenham dificuldade em compreender essa metodologia.

Muitas vezes, ela é confundida com algo místico ou mágico, mas, ao explorar as Constelações, essas percepções se dissipam e, gradualmente, surge uma compreensão mais clara: o conceito de campos sistêmicos tem respaldo científico e é apoiado por pesquisas atuais.

A Constelação Sistêmica é, em grande parte, explicada pelo estudo do modelo Fenomenológico. Edmund Husserl (1859-1938) foi um pioneiro neste campo. Por ser composto de energia, o mundo sensível não é completamente óbvio para nossa consciência. Portanto, é saudável questionar suas manifestações e suspender o julgamento ao percebê-lo. Adotar uma atitude fenomenológica significa observar sem preconceitos e julgamentos, entendendo que o que percebemos com os sentidos é apenas uma aparência, e não necessariamente a realidade.

Em uma Constelação, os representantes se movimentam guiados por sensações físicas geradas pelas informações da memória do campo familiar da pessoa em questão. O facilitador, juntamente com o cliente, observa esse comportamento, possibilitando uma visualização das dinâmicas ocultas.

Rupert Sheldrake e a Teoria dos Campos Morfogenéticos

Mas o que são esses campos que influenciam nossas vidas? Rupert Sheldrake escreveu em seu livro que “As regularidades da natureza não são impostas desde um reino transcendente, mas evoluem dentro do universo. O que acontece depende do que aconteceu antes. A memória é inerente à natureza e é transmitida por um processo chamado ressonância mórfica, que opera em campos conhecidos como 'Campos Mórficos'”.

Em "Uma Nova Ciência da Vida", publicado em 1981, Sheldrake descreve sua teoria, afirmando que informações sobre forma, memória, organização e padrões podem ser transmitidas através desses campos. Ele explica que “Os campos morfogenéticos são análogos aos campos da física no sentido de que organizam mudanças físicas, embora não possam ser observados diretamente.”

Esses campos contêm toda a memória de nossa rede familiar e influenciam seus membros. Eventos passados podem impactar nossa vida atual. Assim como temos nosso inconsciente individual, nosso sistema familiar possui um campo mórfico que armazena informações que afetam todos os membros. A Constelação Familiar é uma maneira de acessar essas informações, entender suas influências e buscar soluções.

Bert Hellinger e a Constelação Sistêmica

Reconhecendo a existência desses campos, Hellinger identificou algumas leis que regem os sistemas familiares e seus campos: a ordem, o equilíbrio e o pertencimento.

A ordem está relacionada ao direito de precedência, onde os que vêm antes têm autoridade sobre os que vêm depois; o equilíbrio envolve a reciprocidade entre dar e receber entre os membros do sistema (excluindo a relação pais-filhos); e o pertencimento assegura que todos, sem exceção, têm um lugar no sistema.

Os campos familiares operam conforme essas leis e, quando alguma delas é violada, surgem dificuldades e cargas na história familiar. São essas dinâmicas que uma Constelação busca revelar e resolver.


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