Cicatriz dói, mas ajuda!

Cicatriz dói, mas ajuda!

Lembra daqueles dias, quando você era criança, e tomava um tombo? Ah, que memórias! Vamos relembrar como era:

  1. Cair machuca pra caramba.
  2. Uma bronca da mamãe ou do papai era inevitável.
  3. Eles iam tratar do machucado com aquele famoso "cuspe do diabo".
  4. O remédio ardia como o inferno, manchava e vinha com uma pazinha que parecia feita pra torturar.
  5. E claro, uma cicatriz ficava ali, um lembrete eterno do ocorrido.

Diante desse cenário, qualquer criança faria de tudo para evitar novos tombos, porque a conclusão era óbvia – cicatriz dói.

Essas situações eram uma forma simples de nos ensinar sobre a vida, nos preparando para as pancadas da vida adulta. Mas veja só, hoje em dia, essa realidade mudou completamente.

Hoje, quando uma criança leva um tombo, o que acontece?

  1. Pode ser que ela nem se machuque, cercada por protetores, ambientes "emborrachados" e "cantos arredondados".
  2. Se se machucar, não leva bronca, porque quem cuida dela é alguém pago pra garantir que isso não aconteça.
  3. Os pais, talvez por culpa de estarem ausentes, vão tentar aplacar a dor com algum presente como compensação.
  4. E para tratar o machucado, vão usar o mesmo remédio do passado, mas agora ele não arde, não mancha, é incolor, e aquela pazinha irritante foi substituída por um spray analgésico que tira a dor na hora.

Nesse cenário, qualquer criança entende que não precisa lidar com as consequências. Alguém vai sempre estar lá para resolver tudo. E pior, ela pode até começar a achar que, se falhar, vai receber atenção e recompensas. Parece que permitir que alguém tenha cicatrizes virou um crime, algo inaceitável e até cruel.

Isso está criando uma geração de jovens frágeis, incapazes de lidar com frustrações. Muitos da Geração Y e Z não conseguem enfrentar momentos que limitam suas ações ou contrariam suas expectativas. Eles paralisam diante de desafios que julgam inferiores às suas capacidades e agem como se merecessem reconhecimento e privilégios antes mesmo de fazerem algo para merecê-los.

Essas são atitudes de alguém que busca constantemente a conveniência de ser aliviado e quer ter o privilégio de escolher suas batalhas. Quando encontramos um jovem assim, lamentamos profundamente a falta das cicatrizes que ele deveria ter. Porque atitudes como essas demonstram um tipo de cinismo egoísta, que só existe na ausência de dificuldades.

A única forma de lidar com isso é desenvolver maturidade. E a maturidade vem quando o jovem aprende a lidar com as consequências de suas escolhas – aprende com as próprias cicatrizes.

Lembre-se: cicatriz dói, mas ajuda muito!

Tania Zambelli

M.Sc | Advisory Board | Executive, Career and Female Mentoring | Executive Coach | Team Building | Coautora do Livro Coaching na Prática | Future Life Management Program

6 m

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Paul McCullough

Mentor - Psychologist - Neuroscience - Author - Director at PM Brokers and Parigoriá Clinic

6 m

Ajudar a mostrar aos outros, que cair jamais parou você.

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