Ciclo de Vida Financeira

Ciclo de Vida Financeira

As pessoas poupam uma parte do que ganham no presente, motivadas pelo desejo de manter ou melhorar o padrão de vida no futuro. Elas percebem que o futuro é cheio de imprevistos e reservas financeiras são úteis para reduzir os efeitos negativos desses imprevistos. No Brasil, as pessoas também sentem medo da pobreza após a aposentadoria e isso é um grande motivador da poupança. Muitos sabem que o INSS não é uma instituição sustentável no futuro, os fundos de pensão mal administrados são um risco e os planos de previdência privada dos grandes bancos são uma ilusão. Ninguém quer viver na terceira idade dependendo da caridade dos parentes e dos amigos.

A ignorância permite que grande parte da população não se preocupe com aposentadoria. São pessoas que vivem o presente, sem abrir mão de gastar tudo agora e ainda gastar mais um pouco fazendo dívidas. Pesquisas mostram que 57% dos brasileiros não fazem nenhum economia pensando na aposentadoria. A renda do trabalho destas pessoas irá zerar depois da aposentadoria (caso a pessoa pare de trabalhar) e será substituída pela renda do benefício do INSS (caso a pessoa tenha contribuído) que ficará entre o salário mínimo e o benefício máximo que hoje não supera R$ 5 mil.

Podemos dividir a vida das pessoas em duas grandes fases. Na primeira, acumulamos patrimônio (enriquecemos). Na segunda, consumimos a renda gerada pelo patrimônio que acumulamos ou consumimos o próprio patrimônio acumulado. Na primeira fase somos jovens, temos tempo, força de trabalho e nossa renda cresce na mesma medida que ganhamos novos conhecimentos, mais experiência e juízo. Após a aposentadoria, provavelmente ainda teremos que trabalhar, mas iremos desacelerar. A renda do trabalho poderá diminuir ou até zerar se a renda dos nossos investimentos for suficiente para garantir essa liberdade financeira.

Na primeira década da fase de acumulação você deve buscar conhecimentos sobre como ganhar mais (valorizar sua hora trabalhada) e como poupar mais. Nenhum investimento nessa fase será mais importante do que aquele capaz de ampliar sua capacidade de gerar mais renda através do trabalho. Se você ganha pouco, procure meios de ganhar mais. Invista na sua profissão. É importante que você adquira consciência financeira nessa fase para não desperdiçar dinheiro e poupar o máximo possível. No início, quando você tem pouco dinheiro para investir, as oportunidades de investimento oferecidas pelo mercado financeiro são limitadas. Aprender mais sobre como investir em títulos públicos seria um bom começo. Algumas décadas depois, ainda na fase de acumulação, você terá mais recursos e deverá buscar mais conhecimento sobre como obter taxas de juros melhores. É nessa fase que você poderá expor uma parte do seu patrimônio em investimentos de maior risco, de longo prazo e que ofereçam rentabilidades maiores (ações de boas empresas, fundos imobiliários, imóveis, etc).

Quanto mais cedo você conseguir se tornar financeiramente independente, maior será o tempo que você terá para desfrutar da liberdade de escolha que isso proporciona.


Murilo Alves

Assessor Financeiro










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