Collision: do mobile ao além
Muita informação obtida nas últimas semanas para processar, e pouco tempo para compartilhar. Como se não bastasse sermos inundados com todas as novas tecnologias apresentadas pelo Google I/O e o Microsoft Build na semana passada, a BUNKER79 esteve no início do mês no Collision 2018, que aconteceu este ano novamente em New Orleans.
O evento que se intitula "a conferência de tecnologia que mais cresce na América do Norte" abriu suas portas pela última vez na terra do Tio Sam - sim, pois no ano que vem se muda para o Canadá - com mais de 20.000 pessoas entre desenvolvedores, startups, investidores, atletas e músicos. Pessoas que estão trazendo grande impacto em nossas vidas repensando as cidades, aplicando novas tecnologia no nosso dia a dia, olhando para fora do planeta terra em busca de conhecimento ou transformando o mercado de música e entretenimento.
Foram 4 dias com pessoas do mundo inteiro, compartilhando dados sobre como apps estão transformando todas as indústrias, o crescimento vertiginoso do tempo de uso de nossos devices, o aumento da receita no mundo todo - com o Brasil aparecendo em sétimo lugar - e a maturidade do mercado mobile como um todo.
Mas havia também muita coisa além do universo mobile por lá. Vimos como os e-Sports vão se tornar em breve maiores que os esportes “tradicionais”, como as marcas e empresas estão migrando seus investimentos de marketing para pesquisa e desenvolvimento - “R&D is the new marketing” - como a NASA pretende incentivar novas pesquisas em robótica, os KPIs agressivos de comunicação da Heineken nas redes sociais, como nunca foi tão fácil levantar uma empresa - mas muito mais difícil fazer esta empresa escalar - e como produtos que utilizam inteligência artificial e machine learning co-existem com todas as implicações de privacidade que afloraram nos últimos meses.
Aliás, assim como todos acompanhamos no Google I/O e Microsoft Build, inteligência artificial também foi um dos grandes temas do Collision este ano. Com o avanço técnico nesta área, ficou clara a necessidade de uma nova extensão do campo de atuação do Design: como agente fundamental na forma como treinamos estas novas inteligências, e como estas corroboram para definir as intenções dos produtos que estamos construindo. É preciso adicionar ética e etnografia aos algoritmos e racionalizar sobre as informações que estes mecanismos recolhem e nos devolvem.
O mais excitante é que parece que nunca tivemos tantos novos horizontes, mercados e possibilidades à frente. Diversas frentes que alcançamos e interagimos com novos dispositivos à nossa volta, muitas vezes tendo o velho celular como instrumento central de controle e acesso.