Com o passar dos anos...

Com o passar dos anos, ficamos diferentes.

A diferença se aplica ao nosso organismo, aspectos biológicos, à forma de encarar vida e nos encarar, dinamismo psíquico.

A diferença consiste na construção da maturidade: continuamos com os mesmos valores e não com as mesmas posturas.

Vamos construindo nossas histórias por meio de estudo, trabalho, dedicação, afeto e competência, vivências.

Alguém nos ensina que precisamos desenvolver as soft skills tanto quanto as hard skills.

Quanto mais próximos nossos comportamentos estão de nossa essência, mais autênticos somos e menos esforços são despendidos para alcançar a felicidade.

Aprendemos a ser singular para viver o plural.

Somos, não apenas parecemos ser.

Controlamos o que é nosso: nossos pensamentos, sentimentos, reações, nossas escolhas, insistindo em compreender o micro mundo dentro de nós, que é enorme por ser infinito.

Descobrimos que o belo é ser agradável, gentil, educado, ser do bem.

Ratificamos que a outra beleza - a estética – muda conforme os padrões da sociedade bem como nosso próprio envelhecimento.

A firmeza da pele diminui. O corpo perde massa muscular. Concomitantemente, a assertividade do discurso aumenta e o corpo ganha marcas que representam legado. Mais importante do que a matéria que veste nosso corpo, é a roupa que veste nossa alma.

Mantemos o que é tradição por ser bom. Descartamos o que é arcaico por não se adequar mais à realidade. O tempo age ao nosso favor!

Ter mais não equivale a ser mais. Portanto, não aspire ter mais sem a preocupação de ser melhor.

Mais importante do que a marca do nosso travesseiro, é dormir com a consciência tranquila.

A paz de espírito não cobra dinheiro para existir.

Com o passar dos anos, validamos a chave que decodifica todas as senhas: o amor.

Tornamo-nos mais empáticos e agradecidos.

Aceitamos que resultados não são imediatos: faz-se mister disciplina e paciência para atingi-los.

Errar faz parte do show. Então, que aprendamos e façamos acontecer!

Entendemos que o que queremos, não necessariamente é o que precisamos, e o que precisamos, às vezes, causa dor!

Aqui, cabe certa analogia:

Um filho estava doente e o pai, após diagnóstico médico, foi lhe dar injeção. O filho não queria tomar, pois iria doer, mas o pai deu mesmo assim, pois ela tinha efeitos importantes para a patologia. Segue diálogo entre ambos:

- Papai, não quero!

- Toma!

- Não quero!

- Tem que tomar!

- Por quê? Você não me ama? Amor de pai deixa doer?

Perante tal cena: o que estava acontecendo com a criança? Ela tinha um olhar míope, reduzido às próprias vontades e sensações. Só percebia a dor, não entendia que era para seu bem. Já o pai sabia que a dor seria mitigada porque a finalidade era a cura.

Assim acontece conosco, quando algo não faz parte de nosso desejo, mas compõe nossa necessidade!

Em nosso processo evolutivo, quitamos débitos e acrescentamos créditos com base na forma com que enfrentamos as situações. O saldo será positivo ou negativo, ao final.

Destarte, desejo que encontremos nosso propósito.

Com o passar dos anos, é ele que nos norteará, posto que alinhará o que viemos fazer com o que somos!

Com o passar dos anos, ficaremos mais coerentes, não apenas diferentes!