Comece com autoconsciência. Depois, ação!
Autoconsciência. É o que separa a nós, humanos, dos outros animais. Pode ser definida como a habilidade de pensarmos sobre o nosso processo de pensamento. Humanos podem agir, sentir, refletir sobre suas ações e sentimentos, e fazer o mesmo com as ações e sentimentos dos outros. Podemos também avaliar e aprender através de experiência de outros ou nossas. Podemos criar e mudar hábitos. A autoconsciência nos habilita a examinar e avaliar como nos vemos, e isso afeta nossas atitudes, comportamentos, e o jeito que vemos os outros.
Autoconsciência é um dos principais ganhos daqueles que buscam por terapia, coaching, e mentoria hoje em dia. Essas pessoas normalmente sabem que somente quando você consegue se enxergar claramente, identificando e reconhecendo suas preocupações, anseios e medos, você conseguirá decidir como agir a respeito sees, e finalmente poderá tomar as rédeas da sua vida, deixando de ser uma “vítima das circunstâncias” e passando a ter um papel real de atuação na sua história.
Minhas sessões de mentoria são pura inspiração. Em uma das minhas reuniões da semana passada, minha Mentorada me contou sobre alguns conflitos que estava enfrentando no trabalho. Embora o tópico fosse completamente diferente, aquilo me fez pensar sobre todas as mudanças e desafios que todos nós passamos na vida, especialmente nesse último ano. Me fez pensar sobre toda a ansiedade que todos em algum momento sentimos, e que vemos nos outros, e em como, as vezes, ficamos nervosos sobre coisas que não temos nenhuma influência e controle a respeito.
Eu amo ‘visual thinking’, essa coisa de desenhar para entender. Eu sempre desenho e escrevo pra ter mais claridade, mesmo que pra mim mesma. Quando começamos a escrever nossos pensamentos e preocupações, os tornamos concretos, e separamos os fatos dos sentimentos, e assim reduzimos a confusão e a incerteza. Só esse processo já ajuda a reduzir a ansiedade. É como se você removesse tudo aquilo lá de dentro pra “colar” no papel, e enxergar melhor, tudo junto.
Então, eu pensei em usar um pouco do tempo do nosso encontro para ilustrar os círculos ou esferas de preocupação, influência e controle, baseados no modelo do Stephen Covey, de seu livro “Os sete hábitos das pessoas altamente eficazes”. Foi muito pertinente àquele momento, e àquilo que minha Mentorada precisava refletir.
O conceito.
O círculo de controle é onde estão todas as coisas que você pode mudar ou controlar sozinho, que só dependem de você. Quais são as coisas que você e somente você pode controlar? Seus pensamentos, as palavras que você usa, seu tom de voz, suas ações, seus comportamentos, suas reações, suas decisões, suas escolhas, suas atitudes, sua mentalidade, seu humor, sua ética.
O círculo de influência é onde vão todas as coisas que você não tem controle direto, mas ainda assim você pode influenciar e tomar decisões que podem resultar em mudanças: como outras pessoas agem, as escolhas dos outros, sua produtividade, se as pessoas gostam de você ou não, o futuro dos seus filhos, onde você trabalha, em quem você vota, sua performance, sua reputação, seus seguidores, seus compromissos, o pensamento de outras pessoas, etc.
O círculo de preocupação é onde todas as coisas que te causam desconforto ou frustração, mas você não pode mudar, estão concentradas: decisões e escolhas que você fez no passado, comportamentos que você teve, suas origens, o resultado daquela partida de futebol do seu time do coração, as notícias do jornal, o governo, o comportamento de políticos ou celebridades, comentários que as pessoas fizeram nas redes sociais, o trânsito, atos de estranhos, a morte, o tempo.
O segredo é onde focar.
Quando você concentra suas energias no círculo de preocupação, isso gera ansiedade, sentimento de impotência, e sofrimento. Isso porquê nada que você faça vai mudar aquilo.
É isso também o que diferencia pessoas reativas de pessoas proativas:
Pessoas reativas ficam seus esforços no círculo de preocupação, deixando pra trás coisas que elas podem influenciar ou controlar, e abrindo espaço para a negatividade, pois seu foco está normalmente naquilo que não podem controlar. São normalmente aqueles que vivem reclamando, especialmente para quem também não tem influência ou controle sobre o problema.
Pessoas proativas, ao contrário, concentram suas energias no círculo da influência. Elas adoram uma atitude positiva pra melhorar coisas que estão perto de sua esfera de controle. Esse tipo de comportamento amplia o círculo de influência.
Quando o círculo de preocupação é maior que o de influência, você se sente impotente.
Quando o círculo de influência é mais significante que seu círculo de preocupação, você vai se sentir mais feliz e satisfeito. Ao concentrar-sevem ampliar a esfera de influência, você vai fazer coisas que ajudarão a você mesmo e a outros, porque através da influência você terá acesso às esferas de outras pessoas.
Ação!
Todos temos preocupações: família, saúde, trabalho, economia, relacionamentos, política, meio-ambiente, etc. Isso tudo é parte da vida. A diferença está exatamente na forma que você lida com essas preocupações.
Quando você reconhece e compreende suas preocupações e consegue ver de onde suas frustrações e desconforto estão vindo, você então pode refletir sobre o que vai em cada círculo. Quando você chega nesse nível de consciência, você conseguirá olhar o todo e identificar quais são os problemas e trabalhar para influenciar e mudar as circunstâncias (sempre que precisar, dívida o problema em partes menores, gerenciáveis). Assim, você poderá decidir onde dedicar sua energia: àquelas coisas que você pode mudar, direta ou indiretamente.
Você se tornará conhecido como alguém positivo, agradável para conviver e trabalhar. Alguém que toma iniciativa pra melhorar as coisas, e que dá as mãos na hora de colaborar nas soluções, e que não reclama em vão. Um “resolvedor de problemas”, ou, como eu gosto de dizer, um “fazedor (ou facilitador) de soluções”.