Como a caça dos aborígines pode ajudar a sua empresa
Certa vez o Prof. Luiz Almeida Marins Filho compartilhou em uma palestra sua experiência da caça do emu com os aborígines australianos da Ilha de Bathurst, em 1972. Para ele, este episódio singular lhe ensinou o valor do foco para o sucesso das organizações.
Segundo o antropólogo, na noite anterior a caçada, os aborígines fazem um ritual onde uma parte do grupo faz o papel do emu e a outra dos caçadores. Nessa curiosa coreografia, que mistura dança com treino, eles simulam que estão capturando a maior ave da Austrália.
Após o bailado, os nativos celebram, fazem pinturas rupestres e vão dormir. Somente no outro dia saem para apanhar o animal de fato, já acreditando que a jornada foi um sucesso graças ao movimento da noite anterior.
Convidado para participar, o professor localizou as primeiras pegadas e chamou os caçadores, que lhe informaram aqueles eram sinais de canguru.
O dia foi passando e Marins localizou outras pegadas, que pertenciam a espécies diferentes. E a resposta dos caçadores era sempre a mesma: - Estamos aqui para pegar o emu. Nós trouxemos os bumerangues de emu, as lanças de emu. Se você parar a caçada cada vez que encontrar qualquer pegada, nós não vamos caçar nem emu, nem canguru, nem wallabies.
Foi ali que ele percebeu a razão de todo aborígine voltar com a presa rapidamente. Eles sabem exatamente o que estão caçando e não se desviam do foco em nenhum momento.
Agora imagine no mundo que vivemos, onde o fear of missing out e infobesidade são protagonistas. Como podemos manter o foco no fim da jornada em uma estratégia, sem cair na tentação das distrações pelo caminho? É complicado, mas segundo o Prof. Marins Filho, as organizações que abraçam esse comportamento primitivo têm mais chance de sucesso em suas empreitadas.
Então, seja qual for o emu do seu negócio, tenha foco total nele. Mesmo que um tentador canguru passe bem na sua frente.
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