Como conciliar ser mãe e empresária nesse ano de Covid.
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Como conciliar ser mãe e empresária nesse ano de Covid.

"Em algum momento, todas as crianças vão falar, ler, escrever e fazer xixi sozinhas no banheiro. Não é isso que vai determinar o sucesso acadêmico e profissional de seu filho." PIANGERS, 2019, p. 45

Esse mês no Ciclo Cindes Jovem, finalizamos a leitura e análise do módulo Educação com o livro a Escola do Futuro: O Que Querem (e Precisam) Alunos, Pais e Professores, de Marcos Piangers. E foi tão impressionante como ele se encaixou perfeitamente no atual momento que estamos vivendo.

Pais, escola, alunos e professores, atualmente todos se questionam sobre o modelo de ensino e como continuar formando cidadãos de bem em meio à uma pandemia. Mas o questionamento maior que o livro me levou, foi a constatação de que a Escola está sendo um lugar de "depósito de crianças", onde os pais deixam os filhos para trabalhar.

Minhas duas filhas sempre estudaram integral, uma mão na roda para quem auxilia duas empresas, participa de sindicato e ciclos como o Cindes Jovem, administra uma casa e precisa das suas 8 horas diárias liberadas de choros, horários de alimentação e idas para natação. Mas sempre fizemos os deveres de casa juntos, sempre acompanhei o dia a dia delas e sempre estivemos presente nos afazeres e em full time nos finais de semana. Mas como a palavra depósito me pesou! Como isso martelou na minha cabeça. Será que não estou sendo uma boa mãe?

Na minha visão, estou trabalhando a independência delas, fugindo de horas e horas de desenhos animados e do netflix e dando instrução de qualidade. Ainda acho que faço isso. Contudo os tempos são outros e precisamos da tecnologia, de muita organização de nós mães e entender qual o nosso papel de pai na atual situação que nos encontramos.

Relacionando com o livro do Piangers, O Que Querem (e Precisam) Alunos, Pais e Professores, fiz uma análise rápida de como definir esses papéis é importante para a atual situação.

O que querem os Alunos?

Os alunos querem ter um motivo para estudar, uma educação do nosso tempo. O aprendizado tem que ser estimulante! A época em que o bom era ser destaque em todas as matérias e deixávamos de lado a matéria que tínhamos mais facilidade e nos empenhávamos naquilo que tínhamos dificuldade, passou. Hoje, no momento que entendemos que o aprendizado será constante, que eu com 35 anos não posso me contentar com uma faculdade ou MBA que fiz há 10 anos, levamos à análise que "o analfabeto do século XXI (...) será aquele que não consegue aprender a aprender." (Piangers)

O que os professores querem?

Os professores precisam de apoio. Está sendo uma mudança drástica de modelo educacional, defendida há algum tempo por alguns autores, mas nem sempre na velocidade necessária. A Covid-19 acelerou isso. O mais importante agora é o professor entender que o ponto chave é ensinar ao aluno à ter pensamento crítico e capacidade de resolução de problemas. A tecnologia facilita o acesso à informação e a figura do professor mais do que nunca deve ser a de mentor e incentivador de alunos com capacidade maior de criar, inovar e refletir sobre o dia a dia.

E nós pais? Como ficamos?

Primeiro de tudo, precisamos enxergar o professor como chave do processo de aprendizado e colocar nós, como pais responsáveis pelo sucesso e criação dos filhos.

"O pesquisador norte-americano Shawn Achor (2012) afirma que apenas 25% do sucesso profissional de uma pessoa pode ser previsto pelo quociente de inteligência (QI). Os outros 75% são consequência de um nível bem desenvolvido de otimismo, bom suporte social e capacidade de ver o estresse como desafio, não como ameaça." (Piangers)

Faz parte do nosso papel de pais trabalhar o autoconhecimento, a autorregulação, a motivação interna e a empatia. Por isso, não precisamos tentar reproduzir a escola em nossos lares nesse momento de quarentena. A matéria vai ser dada na hora devida e nossos filhos terão a vida toda pra aprender geografia, história ou matemática. Vamos nos concentrar em tarefas realmente importantes no crescimento emocional.

Não é fácil, nem está sendo fácil pra mim. Muitos dias, na necessidade de um tempo para os problemas que não são poucos, me vejo liberando o desenho por mais horas que deveria. Mas algumas dicas que pesquisei fazem sentido nesse momento:

  1. Se você estiver nervoso ou estressado, seus filhos também estarão. Mantenha a calma!
  2. Estipule uma rotina diária. Isso ajuda à organização das crianças, mas não seja tão fixa com as regras. Alguns dias eles podem não estar a fim de caças ao tesouro.
  3. Dê tarefas que ensinem habilidades para vida. Minhas filhas estão arrumando seus quartos, a mais velha catando feijão, a de dois anos quer passar requeijão no pão ou socar um alho para o almoço. Isso contribui para formar cidadãos independentes.
  4. Incentive a leitura, dê um tempo para explorarem um instrumento musical.
  5. Separe um horário do seu dia para brincar com eles.

Nosso papel atual é desenvolver crianças mais seguras que não tenham medo de errar e acima de tudo desenvolvendo cidadãos capazes de enfrentar desafios como esse que estamos vivendo com serenidade e empatia ao próximo.

O que será o futuro da educação ainda não está traçado, mas no final das contas, sabemos como pais o que queremos deixar de filhos para o mundo. Que em nossa tentativa e erro o objetivo principal seja a educação de nossos filhos, não um depósito de crianças.

Lorena Depizzol é Diretora comercial da Gráfica Ingral, membro do Ciclo Cindes Jovem ano II da Findes, Vice-presidente do Sindicato das Indústrias Gráficas do ES - Siges e Abigraf - ES, esposa do Thiago e mãe da Lara e da Liz.

francisco ramaldes

Jornalismo, Especialização em Marketing e atuação em Gestão

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Lorena, as minhas desde de muita novas (3 e 4 anos) a cada 30 dias nós as levavam em uma livraria. repetimos isso até ai seus 16/17 anos. Obviamente as escolhas dos livros foram mudando mas o hábito ficou.

Rachel Piacenza

Advogada / Secretária-geral da Câmara de Conciliação, Mediação e Arbitragem Cindes/Findes

4 a

Excelente reflexão! Obrigada por compartilhar!

Guilhermo Modenese Recla

Gerente de Planejamento Rural - Secretaria de Estado da Agricultura do Espírito Santo

4 a

Muito bom, Lorena. Excelente abordagem. Bom que já vou pensando...rsrs

Gabriel Torobay

Estrategista em Inovação I Gerente de Incubação I Co-fundador do MOA l Mestrando em Propriedade Intelectual

4 a

Super necessário! E que desafio nesse momento delicado e ímpar.

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