Como desenvolver uma cultura de resiliência para fortalecer as equipes?

Em poucas palavras, a resiliência tem a ver com a capacidade de um indivíduo de ser flexível para que, diante de uma adversidade, consiga recuperar seu estado de equilíbrio.  

Tendemos a pensar nela como um traço da personalidade humana, mas a verdade é que até as organizações podem aprender uma cultura de resiliência. E essa é uma das características mais buscadas pelas companhias, já que ela oferece a oportunidade de crescer com as adversidades. E em um mundo de rápidas mudanças, saber navegar de acordo com a maré é um fator importante de sucesso.

Claro que para construir essa cultura em bases sólidas ela precisa, essencialmente, passar por todos os colaboradores. A cultura organizacional é um retrato das pessoas que compõem o negócio. Sem elas, qualquer iniciativa fica vazia de propósito e dificilmente permanece em pé.

Bons líderes sabem como a capacidade dos membros das equipes de se ajustarem positivamente às pressões, mudanças e desafios do local de trabalho contribui para o desempenho da empresa e entrega resultados mais sólidos. Promover essa habilidade em todos os setores passa por desenvolver uma mentalidade que apoie uma resposta rápida e orientada para a solução aos obstáculos e mudanças que surgem nos negócios.

Mas como é possível desenvolver essa resiliência no dia a dia da organização? Como apoiar os colaboradores para desenvolver essa qualidade ao lidar com tempos turbulentos? É disso que vou falar neste artigo.

Uma prática diária

Em primeiro lugar, a resiliência é uma prática diária. Como um músculo, ela precisa ser intensamente trabalhada para ganhar força. Por outro lado, se você exigir demais desse músculo, ele pode acabar se machucando e lhe trazendo dores de cabeça.

Digo isso, pois a resiliência costuma ser mal interpretada como a habilidade de se recuperar instantaneamente das dificuldades diárias. Não é bem assim. Incentivar um comportamento que aceita o estresse e a pressão no trabalho como comuns só vai levar ao esgotamento. O resultado acaba sendo exatamente o oposto do objetivo inicial.

Por isso, construir uma cultura de resiliência passa essencialmente pelo bem-estar dos colaboradores. Não é segredo para ninguém que pessoas mais felizes e com um forte propósito trabalham mais e melhor. Isso desperta nas pessoas um alto nível de capacidade, confiança e um desejo de mais eficiência. Todas características essenciais para quem deseja alcançar resiliência. 

Então, além de pagar bem aos membros da equipe e oferecer um bom pacote de benefício, é preciso ir além. As companhias precisam desenvolver um ambiente de confiança, com comunicação aberta e conexão verdadeira. As pessoas precisam sentir-se verdadeiramente acolhidas nas demandas e potencialidades. É exatamente por esse motivo que é essencial trabalhar a inclusão, empatia e diversidade.

Ações voltadas para a saúde mental, reconhecimento por produção, incentivo ao aprendizado e um bom plano de carreiras fará do time um monstro imbatível contra as piores tempestades. Afinal, você não vai querer que seu navio fique na mão de marinheiros cansados e pouco interessados em ajudar, certo?

Desenvolva, junto com a liderança, uma cultura de autonomia, onde as pessoas sejam incentivadas a tomar decisões e a contribuir com elas. Deixe que exercitem o senso crítico e a capacidade de decidir. Sugira que os líderes treinem os membros em atividades diferentes e faça com que realizem tarefas fora do usual. Isso cria uma capacidade de adaptação e os integra em diversos processos dentro do departamento.

Ainda, ajude compartilhando as informações do negócio e aquilo que já aprendeu em outras crises. Isso é bom para reduzir o medo do desconhecido e auxiliar os membros da equipe a desenvolver seu próprio plano de ação. Sem contar que tem um impacto positivo no espírito de colaboração. E time unido, é time mais forte.

Você não precisa ter todas as respostas, no entanto, marinheiros deixados à própria sorte normalmente inventam histórias que são piores que a realidade e acabam sendo os primeiros a abandonar o navio quando a tormenta se aproxima. 

Lembre-se sempre disso.