COMO DESTRUIR UMA EMPRESA
"Tá rebocado meu cumpadi
Com que os donos do mundo criaram
Eles se tornaram carrasco e vítima
Do próprio sistema que criaram"
(Começo da canção "As Aventuras de Raul Seixas na Cidade de Thor" - Raul Seixas e Paulo Coelho)
Como destruir uma empresa?
A crise da Volkswagenwerke AG e a queda da ponte Juscelino Kubitscheck de Oliveira mostra como escolhas erradas causam destruição.
No caso da VW, era só lembrar o embate que o ex-CEO da operação brasileira, Herbert Demel, teve com a burocracia e com os sindicatos.
Achava um absurdo o funcionário que abastecia os veículos produzidos receber um salário de até 5 (cinco) vezes o que era pago, em média, a um frentista, e, estagiários de engenharia recebiam valores módicos.
Conforme apuração, o Governo anterior (2019-2022) nomeou engenheiro com experiência em grandes obras e iniciou os reparos da Ponte JK.
O atual, nomeou apadrinhado político sem a devida qualificação, interrompeu o processo de reforma e seres humanos padeceram pela incompetência.
Voltando, como os impérios caem, empresas sólidas, de repente, entram em colapso e grandes tragédias acontecem?
Recomendados pelo LinkedIn
Começa com péssimas escolhas. Infelizmente, a GE se tornou um estudo de caso de como escolher errado líderes corroem as estruturas de uma empresa.
Grandes corporações dão preferência para os melhores alunos das melhores faculdades. O problema é que os transformam em despachantes de processo e não formam lideranças com capacidade de gestão de crises.
Que adianta ter um corpo de engenheiros formados no MIT se, no final das contas, quem vai decidir vai ser os contadores de feijão?
Também sou músico amador, cometo meus acordes. Eu percebi que, quando fecharam as importações nos anos 1970, instrumentos musicais da Giannini, Di Giorgio e Del Vecchio, literalmente, mergulharam em termos de qualidade. Tenho um violão Di Giorgio dos anos 1960 que parece um instrumento executado por artesão por estupenda qualidade, porém, era de prateleira, dos mais baratos da época e de produção contínua. O outro, de 1992, com várias falhas construtivas e de acabamento, mesmo sendo de uma linha superior ao antigo. Vieram instrumentos da Coreia e China, com preços competitivos e excelente qualidade que, por pouco, as três não vão para a lona. Tenho um Di Giorgio 7 cordas de 2012 e, felizmente, tudo leva a crer que aprenderam a lição. Portanto, não é a concorrência, mas o desprezo para com o cliente, que afunda uma empresa. Eu mesmo, no máximo, uso somente cordas de nylon importadas. Meus instrumentos (dois violões e duas violas caipiras) são nacionais. O de 1992 eu doei para um amigo meu, que gostou do violão e deixei com ele...
Tentar resolver com retórica o que falhas técnicas evitáveis também faz parte da receita para implodir um negócio. É um desrespeito total para com o cliente.
Para sair dessa situação?
Fazer o básico.
A segurança e a técnica devem ser soberanas.
Não tenham pessoas com diploma de grife, mas com brilho nos olhos.
Seu negócio é Engenharia? Então contrate pessoas que gostem de calcular, desenhar, projetar. Não adianta contratar profissional formado nas melhores universidades públicas se ele não gosta de, no caso de engenheiros mecânicos e mecatrônicos, calcular elementos de máquina ou desenho técnico. Por incrível que pareça, já conheci engenheiros mecânicos formados em renomadas universidades públicas que tinham asco de ter que dimensionar um rolamento ou fazer um esboço (isso porque o desenho técnico é a linguagem escrita da engenharia).
Façamos o que nos cabe para que os dias melhores venham.
#integridade
#AdMaioremDeiGloriam
Engenheiro Mecânico | Engenheiro de Produto | Perícias Técnicas e Laudos | Técnico em Edificações
3 dvc escreveu tudo silmar.... parabéns... tenho tanto a acrescentar que não caberia aqui nesse espaço... a única palavra que cabe pelo que já vi , vivi e passei é "Decepção" com tudo isso.. não tem mais valor nada disso.... só esperar e pegar com as mãos os pedaços que vão sobrar desse sistema.