Como eliminar problemas no processo de fabricação
Edward Deming relacionou as origens dos desvios no processo de fabricação a duas causas as quais denominou de Causas Comuns e Causas Especiais. As primeiras são aquelas próprias dos sistemas e processos de operação e somente são corrigidas pela alta administração que foi quem os projetou e implantou. São exemplos de causas comuns: matéria prima mal especificada, equipamentos subdimensionados, falta de recursos para controles, operadores mal treinados, parâmetros de processos mal especificados, falta de orientações claras e objetivas, etc.
As Causas Especiais são aquelas ligadas diretamente à operação e ao não cumprimento ao projeto do processo. Exemplos de Causas Especiais são: variações na matéria prima, erros de operação, imprecisões no ajuste de máquinas, desgastes de ferramentas entre outros. É interessante perceber que as causas comuns podem dar origens a causas especiais. A confusão entre os dois tipos de causas costuma ser extremamente prejudicial para as empresas, pois ao considerar uma causa comum (gerencial) como especial (operacional) as soluções são postergadas e se agravam os problemas.
Ë bastante comum encontrar diferentes operadores com diferentes receitas de fabricação guardadas na manga do colete. Este procedimento pode estar relacionado às variações de sua matéria prima ou ao sistema de controle que exige diferentes set-point em diferentes ocasiões. O pessoal responsável pela análise e melhoria dos processos deve estar atento a essas modificações, pois do mesmo modo que as variações “negativas” devem ser eliminadas, as variações “positivas” devem ser estudadas e incorporadas ao processo.
De acordo com Deming&Ishikawa entre 80 e 85% dos problemas são devidos as causas comuns. Atualmente, este número deve ser maior em função dos altos recursos tecnológicos empregados nos processos de fabricação.
Para reduzir as variações do processo, o primeiro passo é identificar as causas especiais que uma vez eliminadas, restarão atuando sobre o processo somente as variações que tem origem em causas comuns. Isto conduz a um dos maiores benefícios do controle das variações: entender quando uma variação é normal ao processo de fabricação e quando esta variação é decorrente de causas externas.
Quando as variações do processo têm origem somente em causas comuns, este passa a ser previsível e estável, pois essas variações dependem somente dos sistemas e projetos do processo. Enquanto existirem causas especiais o processo não será previsível nem estável. Uma vez eliminadas as causas especiais a capacidade do processo será então, definida pelas causas comuns e base para a melhoria contínua da qualidade.