Como engajar a alta liderança em agendas de sustentabilidade e ESG

Como engajar a alta liderança em agendas de sustentabilidade e ESG

Especialista em desenvolvimento de líderes e organizações dá dicas para os exaustos profissionais de sustentabilidade que precisam liderar conversas desconfortáveis

Verônica Manguinho de Souza é, segundo ela própria, “uma ariana transgressora”. Mas também é psicóloga, mestranda em sustentabilidade e cofundadora da Flora, consultoria que tem o “objetivo de destruir o modelo de RH que está levando pessoas à exaustão e ao burnout”.

Quando Verônica contou para o João Guilherme Brotto (cofundador d’A Economia B) que iria participar do Blue Earth Summit, festival que aconteceu em Londres e que debateu inovação de impacto e regeneração sob diferentes lentes, eles combinaram de gravar uma entrevista pós-evento para ela contar o que viu por lá.

Que conversa boa os dois tiveram! 

Verônica compartilhou os insights que trouxe da capital britânica, claro, mas o papo acabou abordando também temas como: 

  • O grande desafio de fazer com que agendas de sustentabilidade e ESG realmente cheguem à alta liderança
  • O que fundamenta a psicologia da sustentabilidade
  • Por que as organizações não evoluem além do nível de consciência de sua liderança; 
  • Modelos de gestão regenerativa e liderança regenerativa. 

Aliás, destaco o diagnóstico que Verônica fez sobre por que é tão difícil avançar agendas de sustentabilidade e ESG. Achei a análise dela certeira!

Recomendo muito que você assista a esse papo. Tá aqui! 🙂

E assim abrimos mais uma edição da Farol da Economia Regenerativa*.

Boa leitura!

Natasha Schiebel

Cofundadora e Head de Conteúdo

*Farol da Economia Regenerativa é a newsletter d’A Economia B. Assine gratuitamente e não perca nenhuma edição.

Próximas paradas: Tóquio 🇯🇵 e Bilbao 🇪🇸

Talvez você já tenha percebido que nós gostamos de cobrir eventos. 😊 A gente curte demais poder traduzir – literal e metaforicamente – tudo o que descobrimos, aprendemos e conhecemos nesses encontros que reúnem pessoas e organizações que dividem interesses e propõem novas formas de ver e fazer as coisas.

Só neste ano, estivemos em festivais na Espanha, na França, na Inglaterra e na Holanda. Entrevistamos grandes especialistas do mundo da sustentabilidade, ESG, impacto e regeneração, como John Elkington, Sandrine Dixson-Declève, Ingmar Rentzhog e Rutger Bregman, além das brasileiras Onara Lima e Flávia Maia. Todas essas conversas não apenas renderam ótimos conteúdos (devidamente linkados), como deixaram insights e sementes para mudanças sistêmicas. 

Para fechar a maratona de coberturas de 2024, amanhã (22), Francine Pereira (nossa redatora-chefe) vai cobrir o Tokyo Forum, evento que reúne pensadores e líderes globais para discutir caminhos transformadores para um futuro regenerativo e equitativo. O tema do evento é este: “Shape the future, design for tomorrow”. Vai ser nossa primeira cobertura de evento no Japão. Estamos mega animados. 😀

Na semana que vem, eu irei a Bilbao, no norte da Espanha, para acompanhar a Impact Week, evento que chamou minha atenção especialmente por propor uma abordagem criativa a uma agenda “dura” – a de investimento de impacto. A programação está dividida em três atos, como numa peça de teatro. Os atos são: loucura, ousadia e brilho. “Partimos para mudar o que precisa ser mudado. E, ao longo do caminho, nós também somos transformados!”, diz a comunicação oficial do evento. Adorei!

Em 2025, seguiremos atentos a tudo o que está sendo debatido no mundo nos temas que nos importam – clima, economia regenerativa, ESG, transição energética, Objetivos de Desenvolvimento Sustentável etc. Já temos mais de 20 eventos no radar. Olha só um spoiler da lista:

Quer ver a planilha em detalhes? Basta pedir acesso que eu libero. 

A Economia B pode ser o olhar de sua organização nesses eventos!Criamos um serviço de coberturas internacionais justamente para atuar como correspondentes internacionais de organizações comprometidas em entender as transformações de mercado que decorrem das urgências socioambientais. Na prática, transformamos nossas coberturas em palestras, workshops e outros conteúdos feitos sob medida para o seu time.Saiba como nossas coberturas internacionais funcionam aqui. Se preferir bater um papo, agende uma reunião com o João.  

Empresas que são forças para o bem

🇪🇸 [es-imperfect] Todo mundo merece uma segunda chance

Brilhante, sem danos, com formato e cor perfeitos… Esses são alguns dos critérios de beleza utilizados pelo mercado para “julgar” frutas, legumes e verduras. Inclusive, muitas toneladas de alimentos que não se enquadram nesses padrões são descartadas anualmente. 

E mais: de acordo com a Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura (FAO), padrões rigorosos de qualidade visual exigidos por supermercados fazem com que alimentos que não atendem a determinados critérios estéticos, como peso, forma e cor, sejam descartados ainda nas fazendas.

A es im-perfect nasceu para dar uma segunda chance de vida a vegetais rejeitados, transformando-os em conservas e, de quebra, reduzindo o desperdício de alimentos e de recursos.

Desde 2018, quase 600 mil quilos de alimentos foram reaproveitados pela marca e cerca de 383 mil litros de água foram economizados.

Além do compromisso com a produção sustentável, a es-im-perfect também busca gerar um impacto social positivo. Em seu laboratório de transformação de alimentos, que fica em Barcelona, a empresa oferece treinamento e oportunidades de trabalho para pessoas em situação de vulnerabilidade ou risco de exclusão social. O objetivo é facilitar a inclusão no mercado de trabalho e proporcionar uma fonte de renda digna.

Vem aí: Estudo B #7

A es-imperfect é uma das empresas que estará no novo relatório da série Estudos B. O “Estudo B #7 – Pangeia, onde boas ideias se encontram” será um guia sobre inovação, tendências e histórias de impacto no setor de alimentos e bebidas na América Latina (de onde viemos – e para onde sempre olhamos) e Europa (onde parte da nossa equipe está baseada).

Nas páginas do nosso novo guia, você vai conhecer organizações que estão ajudando a tornar o mercado de alimentos e bebidas justo e regenerativo.

Entramos na reta final de produção do Estudo B #7. Siga de olho na Farol para não perder o lançamento!


Pensamentos que iluminam e ecoam

“Quando falamos sobre o Sul Global, muitas vezes abordamos de uma perspectiva de sofrimento ou de injustiça climática – e isso é válido. Mas a questão é: o que você está fazendo para reverter essa injustiça? Como você quer ser representado nos livros de História do futuro? Precisamos ir além da observação passiva e realmente agir para mudar essa narrativa.” Mahnoor Kamran , ativista climática e membro jovem do conselho da empresa de energia renovável britânica Good Energy

→ Mahnoor foi uma das participantes do painel “The Role of Just Transition in Climate Action”, parte da programação do Louder Than Words, festival que aconteceu em outubro, em Oxford. Em nosso site, você tem acesso à cobertura completa.


Deu n’A Economia B

🎲 Jogo de tabuleiro CATAN ganha edição especial “novas energias”

Em CATAN – New Energies, jogadores precisam decidir se querem investir em recursos de energia limpa ou em combustíveis fósseis, simulando dilemas reais para equilibrar desenvolvimento econômico e sustentabilidade.

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♻️ Leve sua estratégia de sustentabilidade e ESG para o próximo nível

Em um contexto de mudanças aceleradas e exigências crescentes sobre práticas não só sustentáveis, mas regenerativas, como sua organização está se preparando para fortalecer ações de ESG? O impacto socioambiental é tratado sob uma perspectiva de inovação e gestão de risco por aí? Se neste momento você está trabalhando no planejamento estratégico para 2025 e essas questões estão em pauta, a gente pode te ajudar. A Economia B pode ser sua parceira para navegar pelas complexidades e urgências do nosso tempo.

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🇧🇷 Brasil enfrenta impactos climáticos acima da média global, alerta relatório

Estudo “Mudança do Clima no Brasil – síntese atualizada e perspectivas para decisões estratégicas” aponta risco de colapso ambiental e reforça necessidade urgente de adaptação e cooperação para conter efeitos extremos.

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🚨 Emissões de carbono batem recorde e ameaçam metas climáticas

Relatório elaborado por uma equipe internacional de mais de 120 cientistas revela que as emissões globais de carbono provenientes de gás, petróleo e carvão atingiram um recorde histórico em 2024 e alerta que ainda não há sinal de que o mundo tenha atingido o pico nas emissões de CO₂ de combustíveis fósseis.

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💡 Regras sobre mercado de carbono são aprovadas às pressas na COP29

Normas aprovadas abordam questões sobre a criação de um sistema para contabilizar reduções de emissões em diversas partes do mundo, como o plantio de árvores e a preservação de florestas tropicais. Especialistas criticam a falta de transparência na aprovação das regras e alertam para o risco de abusos e impactos ambientais.

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Farol Recomenda

[Site] Central da COP

“Que ideia genial!” 

Foi isso que pensei quando conheci o Central da Copa, um site que tem tudo o que você precisa saber sobre cada edição da Conferência das Partes (COP), mas escrito com uma linguagem de futebol. Afinal, como diz o Observatório do Clima (rede de organizações da sociedade civil brasileira dedicadas à agenda climática que criou o projeto), o clima não pode ser uma caixinha de surpresas.

“É o noticiário de clima com a emoção de um clássico do futebol.”

Vale conhecer.

PS: Recomendo especialmente a leitura do artigo “Um hat-trick para salvar o planeta”. Achei criativo e inteligente.

[Podcast] COP29: mais ruído que progresso – até agora 

Pegando carona na temática futebolística, dá pra dizer que já estamos nos acréscimos da COP29. E o que vimos até agora? “Mais ruído que progresso”, avaliam Melina Costa e Sérgio Teixeira Jr. neste episódio do podcast Economia do Futuro.

Os dois comentam que houve pouco avanço no tema mais urgente – financiamento climático –, analisam a nova NDC brasileira e debatem o avanço do mercado global de carbono. Além disso, falam sobre a aprovação do mercado regulado de carbono pelo Senado em Brasília e sobre o novo capítulo do regulamento antidesmatamento da União Europeia.

Vale ouvir


[Curso on-line] Jornada do Conhecimento “Caminho Santiago de Compostela”

  • O seu silêncio significa aprovação?
  • É possível dormir com a mudança climática aos nossos pés?
  • Como conciliar a necessidade de energia do presente com o futuro que queremos?
  • Até quando é possível seguir linear?
  • É possível produzir e preservar?

Essas são algumas das perguntas que a viagem proposta pelo curso on-line Jornada do Conhecimento “Caminho Santiago de Compostela” busca responder.

Organizado pelo Leonardo Lima , fundador da Dreams & Purpose Consulting , o curso acontecerá dos dias 02 a 05 de dezembro, das 18h30 às 21h30. 

Vale conhecer.


Para seguir pensando

🇧🇷

🏴🇺🇸

  • [The Guardian] Before the floods, I was always with my boys. Always. – O jornal britânico The Guardian acaba de lançar “This is climate breakdown”, um projeto que consiste em uma série de depoimentos de pessoas que tiveram suas vidas duramente impactadas por eventos climáticos extremos. A primeira história vem do Canadá, onde Tera perdeu seu filho de seis anos em uma enchente.
  • [via The New York Times Magazine] Growing Up in Climate Chaos – Fogo. Água. Vento. Três elementos que assim, vistos como simples palavras, podem não significar muito, mas que num contexto de emergência climática, muitas vezes podem se transformar em sinônimo de destruição, tragédia, tristeza. Essa reportagem conta como é viver como adolescente em diferentes lugares em que a mudança do clima já impacta suas vidas, e traz informações sobre o futuro. Do Peru à Nigéria, passando por Bangladesh, Estados Unidos, Grécia, Nova Zelândia e Tuvalu.
  • [via Inside Climate News] ‘COP Fatigue’: Experts Warn That Size and Spectacle of Global Climate Summit Is Hindering Progress – Eu vou confessar: nas últimas duas COPs (Egito e Emirados Árabes Unidos), eu tive um pouco de FOMO (Fear of Missing Out, expressão que descreve a sensação – ruim – de medo de estar perdendo algo). Dessa vez, porém, isso não aconteceu. Pelo contrário. Não tive vontade alguma de estar em Baku. E este artigo resume muito bem meu sentimento: o evento virou espetaculoso demais, e o que importa de verdade talvez não esteja ganhando a atenção que merece. Next!
  • [via LinkedIn] My unsolicited thoughts about the 2024 NYC Climate Week – Por falar em eventos espetaculosos… Neste artigo, Cassia Moraes compartilha uma reflexão sincera sobre o que viu, ouviu e experienciou durante a última NYC Climate Week. Da crítica ao excesso de eventos à necessidade de questionar estruturas de poder e priorizar ações regenerativas, o texto é um convite à reflexão sobre o real impacto desses encontros.
  • [via Fast Company] The self-inflicted failure of climate communications – Ollie Burch, autor deste artigo, parte do princípio de que a politização da crise climática exige mudança nas táticas de comunicação sobre o assunto para poder de fato engajar audiências. É uma leitura interessante mesmo para quem não trabalha com comunicação. Afinal, no dia a dia, todos nos comunicamos, e a forma como você fala sobre o clima com seus familiares, amigos e colegas também pode fazer a diferença.

A Farol da Economia Regenerativa (newsletter d’A Economia B) condena práticas como greenwashing, socialwashing, diversitywashing e wellbeing washing. As informações compartilhadas aqui passam por um processo de checagem feito pelo nosso time de jornalistas, porém, sabemos que muitas vezes à primeira vista pode não ser fácil distinguir iniciativas legítimas de tentativas de greenwashing, por exemplo. Acredita que algo não deveria estar aqui? Fique à vontade para nos procurar.

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