Como engajar os times para o modelo ágil: Lições do livro Teams of Teams de Stanley McChrystal

Como engajar os times para o modelo ágil: Lições do livro Teams of Teams de Stanley McChrystal

Olá! Espero que estejam todos bem, e saudáveis.

O ambiente de negócios moderno exige adaptabilidade, inovação e, acima de tudo, colaboração. Empresas em todo o mundo estão migrando para metodologias ágeis para responder com mais rapidez e eficácia às mudanças do mercado.

No entanto, essa transformação vai além de simplesmente implementar novas ferramentas e processos; ela requer um esforço deliberado para engajar os times e garantir que eles estejam alinhados com a cultura ágil. Um excelente ponto de partida para entender essa transformação é o livro Teams of Teams, de Stan McChrystal .

Baseado em sua experiência militar como General do Exército dos Estados Unidos e no comando das forças especiais, McChrystal traz lições valiosas sobre como transformar a maneira como as organizações trabalham e colaboram. Neste artigo, exploraremos como as ideias centrais do livro podem ser aplicadas para engajar times no modelo ágil e maximizar os resultados.

Compreendendo o conceito de Equipes de Equipes

Uma das principais premissas do livro é a ideia de que as organizações precisam evoluir para uma configuração de “equipes de equipes” (ou teams of teams). Em vez de operarem em silos, as equipes devem colaborar transversalmente para alcançar objetivos comuns. No contexto do modelo ágil, isso significa romper as barreiras hierárquicas tradicionais e incentivar a comunicação e a colaboração em tempo real.

Exemplo prático

Imagine uma empresa de tecnologia que desenvolve um novo produto. Se cada equipe — design, desenvolvimento, marketing e vendas — trabalhar isoladamente, os resultados podem ser fragmentados e inconsistentes. No entanto, quando essas equipes formam um ecossistema colaborativo, os problemas são resolvidos mais rapidamente, as decisões são mais informadas e a inovação acontece de maneira mais fluida.

A Importância da transparência

Um dos pilares do modelo ágil e do conceito de equipes de equipes é a transparência. Em uma organização ágil, todos devem ter acesso às informações relevantes para que possam tomar decisões embasadas e colaborar de forma eficaz. No livro, McChrystal relata como a falta de transparência era uma barreira para a eficácia das operações militares e como a construção de um sistema de comunicação transparente foi essencial para o sucesso das missões.

Aplicação no ambiente corporativo

No ambiente corporativo, isso se traduz em práticas como reuniões diárias (*stand-ups*), quadros visuais com status de projetos (como o Kanban) e a adoção de ferramentas de colaboração como o Slack e o Trello. A ideia é que todos possam ver o que está acontecendo em cada parte da organização, reduzindo o retrabalho e o tempo perdido com a busca por informações.

Empoderamento: O combustível do engajamento

Em Teams of Teams, McChrystal discute como o empoderamento das equipes foi essencial para transformar uma estrutura rígida e hierárquica em uma organização ágil e adaptativa. No contexto do modelo ágil, empoderar as equipes significa dar a elas autonomia para tomar decisões no dia a dia e a responsabilidade para alcançar resultados.

Práticas recomendadas

- Descentralização da tomada de decisão: Permitir que as decisões sejam tomadas no nível mais baixo possível, desde que a equipe tenha as informações necessárias.

- Definição clara de papéis e responsabilidades: No modelo ágil, todos sabem exatamente o que se espera deles, mas têm liberdade para escolher como cumprir suas responsabilidades.

- Incentivo à proatividade: Criar um ambiente onde os colaboradores se sintam à vontade para compartilhar ideias, questionar o status quo e propor melhorias.

Agilidade e Velocidade: Não confunda com pressa

Muitas organizações caem na armadilha de pensar que agilidade é sinônimo de velocidade. Na verdade, ser ágil significa ser capaz de se adaptar rapidamente às mudanças, e não necessariamente trabalhar mais rápido. McChrystal enfatiza que, para ser ágil, as equipes precisam ser resilientes, o que envolve ser capaz de se recompor após falhas e aprender com elas.

Aplicação no ambiente corporativo

Incentivar uma cultura de aprendizado contínuo e tolerância ao erro é fundamental para a implementação bem-sucedida do modelo ágil. Isso pode ser feito por meio de práticas como as retrospectivas de sprint, onde a equipe se reúne para discutir o que funcionou bem e o que precisa ser melhorado, sem apontar culpados.

Confiança: A base de tudo

Em uma organização de equipes de equipes, a confiança é o alicerce que sustenta a colaboração e a execução eficaz. McChrystal ressalta que a confiança não pode ser imposta; ela deve ser construída e mantida por meio de transparência, consistência e integridade. 

Construindo confiança no modelo ágil

- Abertura para Feedback: Criar um ambiente onde o feedback seja visto como uma oportunidade de crescimento e não como crítica destrutiva.

- Consistência nas Ações: Líderes e membros da equipe devem agir de acordo com os valores e princípios ágeis, demonstrando compromisso com a transformação.

- Suporte Mútuo: Incentivar a colaboração e o suporte entre os membros da equipe para criar um senso de comunidade e interdependência.

Liderança adaptativa: O novo papel do líder no modelo ágil

No modelo tradicional, o líder é aquele que define a direção e supervisiona cada etapa do processo. No modelo ágil, o papel do líder muda para o de facilitador. McChrystal defende que, em ambientes complexos e dinâmicos, os líderes precisam ser adaptativos e estar dispostos a aprender e a mudar junto com suas equipes.

A liderança facilitadora

Um líder ágil deve:

- Inspirar a visão: Compartilhar a visão estratégica da organização e alinhar as equipes a essa visão.

- Facilitar o trabalho: Remover obstáculos e criar um ambiente onde as equipes possam trabalhar de maneira produtiva.

- Servir à equipe: Estar disponível para apoiar, orientar e capacitar os membros da equipe a atingir seu potencial máximo.

O papel da comunicação no engajamento

A comunicação efetiva é a espinha dorsal de qualquer organização ágil. McChrystal descreve em Teams of Teams como a melhoria nos canais de comunicação entre as unidades militares ajudou a coordenar ações complexas e a alcançar resultados superiores. 

Melhoria da comunicação no contexto ágil

No ambiente corporativo, isso pode ser feito por meio de práticas como:

- Reuniões de sincronização: Promover reuniões rápidas para alinhamento, identificação de obstáculos e compartilhamento de atualizações.

- Ferramentas de comunicação em tempo real: Utilizar ferramentas como Slack ou Microsoft Teams para troca rápida de informações.

- Documentação compartilhada: Centralizar informações em plataformas acessíveis a todos para garantir que todos estejam na mesma página.

Engajamento contínuo: Um processo sem fim

Engajar os times no modelo ágil não é uma tarefa que acontece de uma vez por todas. Assim como o próprio conceito de agilidade, o engajamento deve ser visto como um processo contínuo de aprendizado, adaptação e melhoria. Isso envolve não apenas implementar práticas ágeis, mas também avaliar constantemente o nível de engajamento das equipes e fazer ajustes conforme necessário.

Estratégias para manter o engajamento

- Pesquisas de clima organizacional: Realizar pesquisas regulares para entender como os colaboradores se sentem em relação ao trabalho e à cultura da empresa.

- Programas de reconhecimento e recompensa: Recompensar comportamentos alinhados aos princípios ágeis e reconhecer publicamente as conquistas das equipes.

- Treinamento contínuo: Investir em treinamentos e workshops para desenvolver as habilidades dos colaboradores e capacitá-los a trabalhar no modelo ágil de maneira mais eficaz.

A cultura como fator de sucesso

Por fim, o livro Teams of Teams destaca a importância da cultura organizacional como fator determinante para o sucesso de qualquer transformação. No contexto do modelo ágil, criar uma cultura de colaboração, transparência, confiança e aprendizado contínuo é fundamental para engajar os times e garantir que a transição para o modelo ágil seja bem-sucedida. 

Construindo a cultura ágil

- Modelar comportamentos ágeis: Líderes e gestores devem modelar os comportamentos esperados para que os demais membros da organização os sigam.

- Celebrar a agilidade: Celebrar pequenas vitórias e aprender com os erros para reforçar a importância de ser ágil e adaptativo.

- Incentivar a diversidade de pensamento: Criar um ambiente onde diferentes perspectivas sejam valorizadas e incentivadas, gerando inovação e resolvendo problemas de maneira mais criativa.

Conclusão

Engajar times para o modelo ágil é um desafio multifacetado que requer liderança, comunicação, transparência e, acima de tudo, uma cultura que valorize a colaboração e a adaptabilidade. Teams of Teams de Stanley McChrystal oferece uma visão profunda sobre como transformar estruturas hierárquicas e compartimentalizadas em ecossistemas ágeis e colaborativos, fornecendo um roteiro claro para líderes e organizações que desejam se destacar em um mundo cada vez mais complexo e dinâmico.

Ao aplicar os princípios descritos neste artigo, as organizações podem não apenas implementar práticas ágeis, mas também engajar verdadeiramente seus colaboradores.

Espero que tenha gostado do conteúdo. Se quiser, compartilhe em sua rede, e fique á vontade para interagir nos comentários!

Entre para ver ou adicionar um comentário

Outras pessoas também visualizaram

Conferir tópicos