Muito além das aparências: sobre o uso de uniforme

Muito além das aparências: sobre o uso de uniforme

O uso de uniformes é um tema controverso. Na minha experiência trabalhando no setor de Gestão de Pessoas de grandes empresas empresas, tenho observado duas queixas frequentes: a empresa não disponibilizar uniformes para seus colaboradores e a empresa exigir que os funcionários os utilizem. Explico: a indumentária realmente não é uma unanimidade nem ambientes escolares, militares, órgãos públicos e nem entre os colaboradores de empresas privadas.

O uniforme, assim como outras vestimentas, carrega consigo significados. Não há consenso sobre o início do uso de roupas pelos seres humanos; algumas teorias apontam para o pudor decorrente do pecado de Adão e Eva, enquanto outras remetem à pré-história, quando caçadores utilizavam peles de animais para se proteger do frio e para transmitir uma imagem de força. De qualquer forma, o uso de qualquer peça de roupa transporta ideologias, valores sociais e culturais, conectando e unindo pessoas com base no conforto, bom-senso, status e crenças religiosas.

O uniforme, conforme definido pelo dicionário Michaelis, é algo "que tem uma só forma; que possui a mesma forma; igual, idêntico; muito semelhante".

Os uniformes organizam a sociedade de diversas maneiras, estruturando instituições em instituições educacionais, nas forças armadas, entre outros. Eles proporcionaram economia para os pais de estudantes, praticidade para os colaboradores de empresas e buscam conter a vaidade e o consumismo. Entretanto, nas linhas gerais, nenhum uniforme, seja escolar, de trabalho ou até mesmo uma camiseta de grupo, está isento de críticas. O crucial é que, através ou apesar dele, seja possível expressar sua identidade. O essencial é não se tornar um indivíduo uniforme, monótono e invariável.

Frequentemente, deparo-me com uniformes customizados, costurados e personalizados pelas pessoas que os usam, evidenciando a tentativa de expressar sua identidade e personalidade mesmo dentro de uma roupa "padrão". A verdade é que a maioria das empresas não se preocupa tanto com a imagem e a variedade transmitida pelos uniformes, tampouco com o desconforto que eles podem causar aos colaboradores. Já testemunhei uniformes verdadeiramente questionáveis, verdadeiras aberrações.

Minha sugestão para quem busca sentir-se bem em uma vestimenta que não reflete totalmente sua personalidade, como é comum em uniformes, é investir em acessórios, sempre que permitido pela empresa. Sentir-se-á bem dependente, em grande parte, do seu esforço pessoal. Utilize brincos, modifique o cabelo, incorpore colares, pulseiras e maquiagem. Manifeste sua identidade, sinta-se bem e, ao sair de casa, tenha em mente que cabe a você transformar o dia de hoje em um "bom dia".

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