Como lidar com aquelas pessoas difíceis nos workshops de co-criação?

Como lidar com aquelas pessoas difíceis nos workshops de co-criação?

Aquelas, que nos momentos em que precisamos de encontrar soluções em equipa, nos arrastam a todos para o buraco negro que é ficar no mesmo sítio? 🤯

Momentos de discussão e brainstorming em equipa fazem parte de uma dinâmica de trabalho saudável, envolvente e criativa e, quando bem organizados e facilitados, podem ser momentos muito produtivos de resolução de problemas.

No entanto, muitas vezes, encontramos perfis de pessoas que, intencionalmente ou não, podem condenar a fluidez e eficácia dessas sessões. Quem identifica aquela pessoa que, quando consegues dizer uma frase… ela já te está a interromper, cheia de energia e de ideias, mas que não deixa concluir nenhum raciocínio? ✋E aquela, que faças tu “trinta por uma linha” e o pino, não consegues trazê-la para a conversa, por timidez, dificuldade de falar em público, teimosia e até desinteresse? E a minha favorita… aquela que sabe sempre tudo, mesmo antes de todos os outros… qual ovo ou galinha, quem surgiu primeiro no universo foi essa pessoa! 😤

Mas, é possível lidar com elas e até tirar o máximo partido das suas diferentes posturas e energias. Aqui estão cinco perfis de pessoas difíceis e algumas dicas práticas para os identificar e lidar com elas.

Faladores e Monopolizadores 🤠

Como identificar:

Consegues identificá-los à distância, porque falam alto, colocam-se à frente do espaço de trabalho, açambarcam os recursos. Falam por cima dos outros. Também são conhecidos por monopolizadores, porque criam uma atmosfera em torno de si. Amuam quando lhe tiram a atenção ou não os ouvem.

Como lidar:

  • Não o interrompas, revela interesse no que ele está a dizer, por alguns momentos.
  • Depois, sim, desvia a conversa para outras pessoas.
  • Usa a linguagem corporal para desviar as atenções dele, apontando para quem está a tentar falar.
  • Dá-lhe tarefas: apontar as contribuições, apontar pontos de melhoria…
  • Se necessário, chamar a pessoa à parte e trazer à consciência o que está a acontecer. As pessoas não são mal-intencionadas, por vezes não têm mesmo noção do seu comportamento.

Os Tímidos e/ou Observadores 🫣

Como identificar:

Consegues identificá-los, muitas vezes, só quando te aproximas.  Estão fisicamente afastados do grupo, silenciosos. Calam-se quando alguém fala, não comentam e não criticam. À distância podes conseguir identificá-los com as mãos nos bolsos, sentados, saem várias vezes do espaço sem avisar.

Como lidar:

  • Para envolver estas pessoas, por vezes, temos de reorganizar a dinâmica para ter momentos de trabalho em silêncio e individuais. Dar-lhes a oportunidade de fazer coisas e palco, sem os deixar desconfortáveis.
  • Traz o tímido para a conversa - “todos devem indicar 2 insights sobre o que está a acontecer”. Alternativamente realiza um exercício de pares, onde naturalmente ele terá de contribuir, num espaço mais seguro.
  • Nutre a confiança: dá reforços positivos às suas intervenções.
  • Mostra-lhe que isto de gerar ideias não tem de ser “rocket science”: contribui com ideias banais, óbvias, simples e “tolas”

Os Desinteressados e Apáticos 🥱

Como identificar:

Distinguem-se dos tímidos, por desviarem a atenção do que está a acontecer no grupo, com subtileza passam do estado de mostrar que estão interessados, para pegar no telemóvel ou começar a escrever um e-mail no computador. Estas pessoas por vezes não são desinteressadas sobre o tema, mas têm dificuldade de se focar numa atividade (especialmente quando a conversa diverge).

Como lidar:

  • Dá-lhes uma tarefa específica, de registo das principais ideias/pensamentos inerentes à discussão, ajudando-a a focar-se na dinâmica que está a acontecer
  • Dentro de um grupo é importante, por vezes, termos o “chapéu” do foco no tópico, que deixa divergir, mas ajuda a equipa a voltar ao tema. Esta pessoa pode ser a ideal para assumir este papel.
  • Realiza mais pausas, ou faz exercícios que quebrem a discussão e ajudem a re-energizar.
  • Aprende com as experiências anteriores: quando souberes que tens uma pessoa com potencial de ficar desinteressado, garante que obténs feedback junto dessa pessoa para os momentos que o deixaram mais apático e com a cabeça noutro lugar.

Os Resistentes ou Bloqueados 😒

Como identificar:

A linguagem corporal deles ajuda a identificá-los com relativa facilidade (mas não te deixes enganar). Normalmente têm um semblante mais sério, mostram que ali não é o lugar deles Estão silenciosos, calam-se quando alguém fala, não comentam e não criticam. Mostram insegurança, olham para o chão e encolhem os ombros.

Como lidar:

  • Nutre a confiança: dá reforços positivos às suas intervenções.
  • Normalmente estas pessoas precisam de ser convencidas pelos factos, para deixarem de sentir que estão a perder o seu tempo. Traz pragmatismo à ideação, trazendo contributos decorrentes de coisas que aprenderam em conjunto, ou fundamentadas em factos e casos reais.
  • Dá-lhe palco, sem o colocar em xeque. Tenta perceber se está bloqueado, se é tímido, ou apenas desinteressado.
  • Cria regras à ideação mais simples, que consiga dar-lhes espaço individual (colocando-os em xeque, sem colocar)
  • Raras vezes, mas acontece, especialmente com os resistentes, a solução passa por não lhes dar muita importância, a coisa resolve-se organicamente no grupo.

Os Solistas e Egocêntricos 🙄

Como identificar: Fazem as coisas sozinhos, mostram que já sabem a resposta, por isso não respeitam as decisões do grupo. Voltam sempre à sua ideia, mesmo quando em grupo já se decidiu outros caminhos. São os mais difíceis, mas também são os mais raros.

Como lidar:

  • Cuidado! Podem ser confundidos com outros perfis, e por isso, antes de mais, é preciso esgotar todas as outras hipóteses.
  • Mistura-te na equipa, apoia a equipa no planeamento da estratégia de ataque às atividades que irão realizar.
  • O espaço individual e em silêncio pode ajudar, mas sempre acompanhado de momentos de votação individual, para garantir que a decisão é da equipa e não deste perfil.
  • Nunca usar do confronto ou entrar em discussão com estas pessoas, mas se necessário chamá-lo à parte e ajudá-lo a entender o que se está a passar de forma assertiva e sem espaço ataques pessoais.
  • Um grupo com um solista necessita da tua atenção extra. Chama outros facilitadores, partilha o problema, e deixa serem pessoas diferentes a dizer aquilo que já disseste. Às vezes o match pode dar-se.


⚠️ O primeiro passo é identificar esses comportamentos, para depois acionarmos ações de resolução. Contudo, não devemos ter a presunção de que conseguimos, muito rapidamente, identificar essas pessoas. Alguns destes perfis podem confundir-se com outros, e a pessoa pode estar só num dia mais “azul”. E, cá entre nós, todos nós temos um bocadinho de cada perfil, uns dias mais que outros.


E tu, que outras técnicas usas para lidar com estes perfis? E que outros perfis difíceis identificas nas tuas dinâmicas em equipa? Deixa nos comentários 👇


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