COMO NÃO PENSEI NISSO ANTES?!

Por acaso, você já viu algum negócio e pensou: “por que não pensei nisso”? Fique tranquilo, também já passei por isso (algumas vezes...).

Algumas ideias são tão simples ou bizarras que é possível questionar se dará certo ou se as pessoas pagarão por tal. Pois é, subestimar uma ideia é fácil; todavia, transformá-la em negócio é bem mais complexo. Por acaso você lembra disso?

Calma! Se você já teve não há problema algum e também não é motivo para vergonha (talvez um pouco, rs.). Esta mania fez a cabeça até de famosos como Luciano Huck e Cristiano Ronaldo (pode dar um Google para averiguar). A pulseira de equilíbrio foi um sucesso em grande parte do mundo. Será que havia tanta gente desequilibrada assim...

Além dela, outras ideias ganharam o mundo, como os livros de colorir.

Talvez você tenha uma tia que comprou ou até mesmo você deu de presente para algum parente. Isso foi uma febre. O interessante do livro de colorir foi a sacada de modelo de negócio que impactou toda uma cadeia produtiva. Quando pensamos em colorir, o primeiro público alvo que nos vem a mente são as crianças. Então, por que não mudar esse mindset e repensar esse público? Foi assim que aconteceu no caso do livro, explorando um outro segmento de cliente: adultos; especialmente, as mulheres. Mas esta estratégia vai além, pois impactou mais dois segmentos: as livrarias e as empresas de lápis de cor (neste caso, a grande favorecida foi a Faber Castell). Donos de livrarias chegaram a afirmar que pessoas que passavam direto pelas livrarias sem entrar, agora, entravam para procurar o livro e, consequentemente, conheciam o estabelecimento e outros livros. Já a Faber Castell passou a vender lápis de colorir o ano todo, uma vez que este produto, cobiçado nas listas de materiais, é sazonal.

Mas não para por aí, a última moda agora é o SPINNER. Isso mesmo! Um brinquedo sem tecnologia que é a nova febre da garotada.

Dizem que é para relaxar ou gerar foco. Será que as crianças estão tão estressadas que precisam relaxar ou sem foco?. Será que os maiores especialistas em tendências previam o surgimento deste fenômeno? Ou ainda, será que o idealizador deste brinquedo estruturou um Canvas (que é só uma ferramenta que auxilia na estruturação de um modelo de negócio, idealizada por Osterwalder) antes de lançar?

Ah, faça um teste: na barra de pesquisa do Google, escreva “spinner” e aparecerá um virtual! (Cara de espanto!). Até que é interessante, rs.

A verdade é que algumas ideias não merecem ser menosprezadas, pois podem virar negócios, mesmo que negócios efêmeros, como ocorreu com as duas primeiras ideias deste texto. Será que o spinner é o próximo? Mesmo que passageiro, esses produtos conquistaram vários clientes pelo mundo e geraram grandes receitas.

Realmente, é difícil explicar o sucesso de alguns produtos ou negócios. Talvez haja o fator sorte, atrelado a um engajamento incógnito. Mas isso também passa por uma análise subjetiva (quiçá, crença) de cada pessoa. Independente disso, há um fator que com certeza é primordial para qualquer ideia acontecer, sendo um sucesso ou não: T R A B A L H O.

O escritor Steven Johnson, no livro “Where Good Ideas Come From” (De Onde Vem as Boas Ideias – indico a leitura) ressalta que “o acaso favorece a mente conectada”. Concordo com ele, mas, neste contexto, mudaria um pouco esta frase:

“...o trabalho favorece a mente conectada”!

(Ou vice-versa).

Até a próxima!

Leonardo POA (StartupRio, Professor da UFF e IBMEC e Educador Corporativo).