Como o Conselho de Administração pode promover a inovação nas empresas

Como o Conselho de Administração pode promover a inovação nas empresas

Este artigo explora a relação entre o Conselho de Administração (CA) e a inovação nas empresas. Muito se fala sobre a necessidade de inovar para ter sucesso no mundo dos negócios no dia de hoje, onde (mais do que nunca), parafraseando Marx, “tudo que é sólido desmancha no ar”. Existem casos de impressionante sucesso de quem inovou e foi bem-sucedido, como a Amazon e a Uber. Também existem histórias de fracassos épicos daqueles que não inovaram e acompanharam as tendências mercadológicas que estavam despontando, como a Xerox e a Blockbuster. Como o CA pode então participar e contribuir para a inovação nas empresas?

Em primeiro lugar, recomendo que alguns dos integrantes do conselho sejam representantes de diferentes setores da economia, para que possam aportar novas ideias e olhares sobre quais inovações estão acontecendo. Quando atuei como conselheiro independente do Vita Ortopedia e Fisioterapia, era o único conselheiro que não era médico e pude propor algumas inovações que estavam em curso de forma bem-sucedida em empresas que conhecia. Um exemplo é o programa de gestão da qualidade total em vendas (que pesquisei no doutorado): o CA aprovou e ele foi desenvolvido e implementado de forma bem-sucedida e que contribuiu para melhorar o atendimento aos pacientes que necessitavam de cirurgia, entre outros serviços oferecidos.

Outro ponto é que as reuniões do CA, que acontecem uma vez ao mês (ou por vezes com menos frequência) acabam sendo consumidas por análises financeiras e da operação. Caso não seja inserida na pauta pela secretaria do conselho um momento para se debater a inovação, as reuniões correm o risco de não abordar o tema (visto que as inovações tendem a contribuir para o resultado a médio e longo prazo) e toda a experiência e diversidade do CA não é aproveitada nesta decisiva frente de trabalho. Nesta pauta sobre a inovação, recomendo que sejam vistos os projetos de inovação em curso, mas não apenas conceitos dos mesmos, como também indicadores de desempenho (reais daquelas inovações que foram efetivamente lançadas e potenciais daquelas previstas). Com isso, aumenta-se a probabilidade da inovação ser uma impulsionadora do crescimento do negócio.

Espero ter contribuído com essa reflexão para o desenvolvimento de CAs como patrocinadores da inovação nas empresas. Assegurar que o CA tenha diversidade para ampliar o repertório sobre como inovar, inserir a inovação na agenda do conselho e durante este tempo, avaliar os indicadores de inovação acordados para mensurar a relevância dela para o sucesso do negócio.   Gostaria de receber o feedback de vocês sobre o artigo e conhecer a sua visão sobre o tema. Vamos com garra absurda!

Rodrigo Guimarães Motta

Diretor Instituto J&F (Germinare)

Doutor em Administração

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