Como o lockdown da China tem afetado o Brasil
Sabemos que o mundo não é o mesmo desde o início da pandemia do Covid-19 em 2020. Quando países fecharam aeroportos, o isolamento tornou-se normalidade e as máscaras preventivas tomaram diversos modelos e cores, e se transformaram em mais um item cotidiano no guarda-roupa.
Mesmo com a vacinação, e consequentemente a redução das taxas de mortes causadas pelo coronavírus, o número de contaminações continuou expandindo. Enquanto isso, o polo mundial de exportação, a China, segue com a dinâmica de zero tolerância ao Covid-19, e durante esse ano continuou com o programa de isolamento.
Apesar de a maior parte do mundo ter adotado um “novo normal” e flexibilizado as regras de prevenção ao coronavírus, as consequências do lockdown na China têm sido sentidas globalmente, e o Brasil é um dos países dessa equação.
De janeiro a maio de 2022 o número de produtos exportados do Brasil para a China recuou cerca de 11,2%, e o minério de ferro foi o mais afetado, com uma queda de 7,76%, de acordo com dados da Secex (Secretaria de Comércio Exterior). Uma consequência direta da paralisação que o país asiático tem enfrentado.
Um dos grandes vilões é o caso dos contêineres que ficam retidos por dias/semanas na cidade de Xangai, que só em 2021 foi responsável por 27% das exportações chinesas. A situação tem gerado, além do aumento dos fretes dos contêineres, a escassez de oferta global, provocando a falta de semicondutores e afetando os mercados: automobilístico, farmacêutico, fabricantes de eletroeletrônicos e o agronegócio.
E claro, a soma dos lockdowns da China com a guerra entre Ucrânia e Rússia colaboram com a alta da inflação no Brasil e no mundo, e refletem nos custos de importações em dólar que, de acordo com o presidente executivo da Associação de Comércio Exterior do Brasil (AEB), José Augusto de Castro, aumentaram 34,4% só em maio, considerando que em março já havia crescido 29,5%.
Escassez de medicamentos
Com a instabilidade geopolítica e sanitária, problemas logísticos surgiram e a indústria farmacêutica brasileira tem sido uma grande vítima, já que depende de importações. O que isso quer dizer? A redução da oferta aumentou a demanda e consequentemente os preços.
Os lockdowns em Xangai já fizeram o valor da matéria-prima subir cerca de 200%, e nessa mesma linha os conflitos entre Rússia e Ucrânia impactaram em um aumento de 300% na logística, conforme dados de Norberto Prestes, presidente executivo da Associação Brasileira da Indústria de Insumos Farmacêuticos (Abiquifi).
Com isso, a previsão de uma nova crise de insumos no território nacional passa a ser sentida na pele dos brasileiros, que estão convivendo com a falta de medicamentos.
Nesse cenário preocupante mais de 80% das prefeituras enfrentam escassez no abastecimento das farmácias públicas e em 28% dos municípios estão lidando com a falta de insumos básicos, como seringas, gazes, agulhas e ataduras, revelou recente estudo realizado pela Confederação Nacional dos Municípios (CNM), que considerou cerca de 2,5 mil prefeituras.
O problema de desabastecimento, em consequência da instabilidade global, tem sido enfrentado desde o início de 2022, tanto pela rede pública, quanto pela privada. Atualmente, cerca de 8 em cada 10 cidades no Brasil sofrem com a falta de medicamentos.
Uma pesquisa realizada em maio com farmácias particulares pelo Conselho Regional de Farmácia de São Paulo (CRF-SP) revelou que cerca de 98,5% dos farmacêuticos apontaram falhas no abastecimento de medicamentos.
Além disso, o Conasems (Conselho Nacional de Secretarias Municipais de Saúde) divulgou que cerca de 40 medicamentos estão em falta, como soro fisiológico, antibióticos e remédios usados no tratamento de lúpus. Alguns dos fármacos em escassez são:
O principal motivo? A falta do Insumo Farmacêutico Ativo (IFA), que é o principal ingrediente da produção de remédios. Em torno de 68% do IFA depende da importação da China e a interrupção no fornecimento está criando um quadro caótico na indústria nacional, considerando que o Brasil produz apenas 5% da substância.
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E não é apenas o setor farmacêutico que está sofrendo, as grandes indústrias de tecnologia tem suportado altos impactos
As contínuas e extensas paralisações na China, colaboraram desde a escassez até a falta total de muitos itens, e os semicondutores ocupam o topo da lista. Deste modo, o mercado de tecnologia teve que reduzir a sua velocidade de expansão.
A gigante de smartphones que o diga, a Apple revelou que parte da sua receita enfrenta recuo devido às restrições chinesas, somadas à escassez global de matéria prima. A instituição mantém diversas fábricas em Xangai, e segundo Everstream Analytics, site de análise de suprimentos, as paralisações afetaram de 20% a 30% da produção de iPhones.
A Microsoft também indicou sofrer o impacto das paralisações, já que boa parte da produção de seus equipamentos está na China. Inclusive, a instituição disse ter prejudicado o fornecimento de laptops Surface e consoles Xbox, e o seu desempenho trimestral provavelmente será afetado.
A Dell entra na somatória e deve encarar atrasos em sua produção, pois parte considerável dos itens dos seus produtos é fabricado no país asiático. Além disso, o novo lockdown na cidade de Shenzen, centro mundial de produção de componentes eletrônicos, afeta diretamente instituições brasileiras, como Multilaser e Positivo, que mantêm operações na cidade.
Do mesmo modo, instituições de insumos para o setor tecnológico e multinacionais chinesas como Lenovo e Huawei foram condicionadas a seguir os protocolos de isolamento, e os danos econômicos para a indústria são quase que irreparáveis, se pensarmos a curto prazo.
Alternativas diante dos efeitos das paralisações
A Apple está cogitando transferir parte da produção para outros países ou locais com medidas restritivas mais flexibilizadas. A multinacional Huawei e a Xpeng, fabricante de veículos elétricos, também se preocupam, pois já começaram a lidar com as consequências econômicas do lockdown.
No Brasil, apesar da expectativa de melhora econômica só para 2023, estudiosos afirmam que a diminuição das exportações para o país asiático não prejudicará consideravelmente o PIB, e:
"A produção industrial brasileira deve ter crescimento de 1,5%. Ela não deve ser afetada pela China." afirmou Simão Davi Silber, Especialista em Economia Internacional e professor da USP(Universidade de São Paulo), em entrevista ao portal UOL.
Já na área da saúde, no intuito de minimizar as consequências da carência de fármacos, os médicos passaram a prescrever uma lista com diferentes medicamentos alternativos, na esperança que os pacientes encontrem ao menos uma das opções nas farmácias.
Outra alternativa é entrar em contato com o atendimento ao consumidor do laboratório que produz o medicamento e verificar o status de fornecimento, e possíveis locais onde estão disponíveis.
Enfrente a crise tecnológica prolongando a vida do seu dispositivo
Enquanto o cenário global não se normaliza, e nos preocupamos com aumento nos preços, e a falta de matéria-prima, o ideal é buscar maneiras de prolongar a vida útil do seu equipamento. Por isso, reuni as dicas abaixo, que você pode aplicar em seu desktop ou notebook:
Lembrando que a locação é uma ótima alternativa, pois fornece a manutenção dos dispositivos e valores fixos, e com ela você dispensa grandes preocupações com os processos ao adquirir novos produtos.
CEO - Empresa ONSED TECNOLOGIA (Serviços e Equipamentos de Informática)
2 aApoio os pontos colocados e acredito que estamos longes do final desta crise atual.
VP
2 aÓtima perspectiva!