Como as redes sociais virtuais impactam o nosso dia a dia?
Muitas vezes em nossa vida, não percebemos o que acontece com as nossas atitudes durante a inclusão da tecnologia no nosso dia a dia. Pessoas interagem conosco fornecendo bons recursos sem limite de tempo e horário, por celular ou computador; e admiramos marcas que são indicadas por pessoas que conhecemos em redes sociais virtuais, mas que nunca vimos pessoalmente.
Estas transformações sociais acontecem por diversos motivos, o principal motivo para estas mudanças não está na tecnologia, mas sim no ser humano. Entendemos a origem destes acontecimentos como sendo a velocidade em que fazemos as coisas (VIRILIO, 2009). Podemos perceber muito claramente quando vamos almoçar: hoje nosso almoço não passa de meia hora, sendo que no passado almoçávamos em uma hora.
Esta velocidade nos torna «viciados» em tecnologia veloz, consequência disto é a velocidade em que recebemos novas e múltiplas informações sobre produtos e serviços que consumimos ou vamos consumir, com isto a recomendação de alguém que já o consumiu se torna mais importante talvez que o próprio produto ou serviço.
Como estes e outros acontecimentos, a tecnologia deu subsídio a estas necessidades de aumento de velocidade em tudo o que fazemos, e com isto os meios de comunicação (rádio, TV e internet) se transformaram e se recriaram para atender a estas necessidades.
Reprodução/Internet
O rádio que se transformou em rádio online (digital), ou o memorando que se transformou em e-mail, a internet que foi criada partindo da comunicação de computadores militares, e por fim a materialização das redes sociais humanas em redes sociais virtuais, todos eles trouxeram uma nova forma do ser humano se relacionar com o meio.
Com o surgimento destas redes sociais virtuais encontramos situações bem características na relação homem e meio, que provocaram incômodos para marcas que não souberam entender este trinômio: Homem–Meio de Relacionamento-Marca.
Uma nova forma de comunicação pede novas estratégias de relacionamento, pois aquela estratégia de comunicação de massa de McLuhan é o fundamento e está mais próximo do marketing direto de Bob Stone, mas todas as teorias precisam de ajustes, pois analisamos um meio que tem como seu DNA o relacionamento entre as pessoas, permitindo falar, ouvir e interferir na produção de produtos e ideias da marca.
Podemos perceber em diversas situações a interação dos formadores de opinião, que são personagens chave no meio de redes sociais virtuais, com as marcas em situações que sofreram perdas e ganhos. Ora porque as marcas não sabem se comunicar em redes; ora porque os homens não sabem utilizar o novo meio social. Vale lembrar que interação dos formadores de opinião é aqui entendida como qualquer movimento a favor ou contra uma marca; e marca é entendida como imagem de uma instituição construída a partir de mediações em meios de comunicação com seus consumidores.
Entendemos o movimento, porém diferente da Revista Quatro Rodas quando avalia um carro e publica em sua revista para o Brasil, sabemos exatamente a quantidade do público que assina a revista e irá recebê-la. Nas redes sociais virtuais as pessoas que indicam são próximas diretamente ao público alvo, e a relação entre eles faz parte da linguagem que influencia e que faz as recomendações, podendo assim na primeira mensagem alcançar uma quantidade X de receptores e se houver retratação ou uma nova mensagem terá um número Y de receptores.
Todos os movimentos dos formadores de opinião e dos usuários em redes sociais virtuais, a existência de repertório próprio, percepção do grupo ou mesmo percepção de cada indivíduo sobre uma determinada marca torna a relação das pessoas com a marca de forma duradoura ou restritiva, dependendo do que o outro, ou o grupo, entende como uma verdade.
O principal desafio das marcas na construção do imaginário social em redes sociais virtuais é entender como, de que forma e quando ocorre este fenômeno. O formador de opinião multiplica uma percepção, e esta se torna a percepção do grupo de indivíduos de uma rede social virtual, resultando em dois caminhos: quando a marca se beneficia desta comunicação recebe novos atributos positivos para o seu DNA, ou quando a marca sofre ataques a sua imagem de marca e sofre com perda em vendas em um curto espaço de tempo.
As marcas no ciberespaço perderam suas referências iniciais e ficaram à mercê de uma constante ressignificação pelos atores tecnossociais, reconfigurando a imagem da marca e aparentando estar reféns de novas percepções vivenciadas em redes sociais virtuais.