Como vencer o conflito de gerações nas empresas?

Como vencer o conflito de gerações nas empresas?

Por Marília Cardoso

Muito tem se falado sobre o conflito de gerações dentro das empresas. É a primeira vez que vemos, três, quatro e até cinco gerações trabalhando juntas, num mesmo ambiente. Basicamente, as gerações são influenciadas pelos contextos sociais, econômicos e históricos que viveram em determinada fase da vida. Isso influencia seus comportamentos e atitudes, fazendo com que muitas vezes, uma geração não consiga compreender muito bem a outra.

Embora vasta, a literatura sobre o tema não é unânime sobre as datas de nascimento de cada geração. Mas, em geral, os chamados Tradicionalistas reúnem pessoas nascidas entre os anos de 1925 e 1945. Os baby boomers, são nascidos entre 1945 e 1965. Na sequência, está a chamada Geração X, entre 1965 e 1980. Aí vem a Geração Y, entre 1980 e 1995. Seguida pela Geração Z, entre 1995 e 2010. De 2010 em diante, está a caçula Geração Alpha. Vamos conhecer melhor cada uma delas?

Tradicionalistas: eles viveram a 2º Guerra Mundial e foram marcados por grandes crises econômicas. Essas pessoas vivenciaram muita escassez. Por esse motivo, costumam ser mais rígidas e não tem problemas em respeitar regras. Seus principais valores são a família, o trabalho e a moral. Eles valorizam o comprometimento e a lealdade. Essa geração prefere a estabilidade.

Baby Boomers: vivenciaram a Guerra do Vietnã e a Guerra Fria, o que influenciou fortemente a visão política desta geração, que é a criadora do movimento hippie. Foram agentes de grandes transformações políticas e sociais, inclusive sobre o papel da mulher na sociedade. Esta geração estabeleceu um estilo de vida que se segue até hoje, relativo ao casamento, compra da casa, do carro e a busca do tempo destinado ao lazer.

Geração X: viveram a queda do Muro de Berlim, o fim do Apartheid e as ditaduras na América Latina. Acabaram não ficando nem de um lado e nem do outro, quando já chegava a era digital. Se mostraram transgressores, com posturas que não necessariamente estão alinhadas aos preceitos de liberdade pregados pela geração anterior. Entre as características predominantes, estão a busca por seus direitos, a liberação sexual, bem como a valorização do sexo oposto.

Geração Y: também é chamada de millenials, por serem os primeiros a chegarem à idade adulta após a virada do milênio. Eles procuram ser mais comprometidos com a coletividade, otimistas em relação ao futuro e com maior consciência social e ambiental. São propensos a fazer voluntariado e atuar por uma causa relevante aos seus valores. Mais informais, são agitados e vivem em uma espiral de informação que os torna cada vez mais impacientes e imediatistas.

Geração Z: é formada pelos chamados nativos digitais, que nasceram após o surgimento da internet, já em uma sociedade voltada às tecnologias da informação. Entendem de forma diferente das gerações anteriores questões como privacidade, temporalidade, coletividade e virtualidade. Os dispositivos eletrônicos são entendidos como extensões do ser e não existe diferença entre vida on e offline.

Geração Alpha: como ainda são crianças, sabe-se pouco sobre seus comportamentos. Especialistas ainda especulam sobre os impactos da hiperconexão desde a primeira infância. Nas escolas, a tendência é que o foco deixe de ser o conteúdo para se tornar o aluno. Ele é quem está no centro. Os estímulos sensoriais tendem a ser cada vez maiores. Um mundo era hierárquico, cheio de regras, não faz mais sentido para essa geração. Eles vão se tornar adultos numa sociedade muito mais horizontal.

Cabe destacar que não existe uma geração melhor que a outra. Cada uma tem as suas características, especificidades, comportamentos e desafios. Um ambiente de trabalho diverso, com profissionais em diferentes momentos de vida e de carreira só tende a beneficiar a todos. Uma convivência harmônica e proveitosa começa pelo respeito a cada uma delas.

Marília Cardoso é jornalista, com pós-graduação em Comunicação Empresarial, MBA em Marketing e pós-MBA em inovação. É empreendedora, além de coach, facilitadora em processos de Design Thinking, consultora e professora de inovação. É fundadora da InformaMídia, agência de comunicação, e sócia-fundadora da PALAS, consultoria de inovação e gestão.

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