Como você quer ser lembrado?

Eu sempre digo que tive muita sorte de nascer em um família grande, unida, alegre e baiana! 10 tios de um lado, 10 tios do outro, muitos primos... Reuniões de família eram grandes eventos. E a gente sempre fez questão de estar junto (sempre que possível), de compartilhar as alegrias, de se apoiar nos momentos difíceis, de ser família no sentido mais puro e lindo da palavra. As lembranças são muitas e, mesmo que tenham alguns problemas (que todos tem), na hora de lembrar, o positivo sobressai com muita vantagem.

Os anos passam e sempre tem frases ou acontecimentos que acontecem e que me marcam e que fazem com que eu sempre lembre que a minha família é o meu bem mais precioso. Meu irmão tem uma tatuagem com a frase “Valorize a família, preserve os amigos”. Murilo Gun uma vez falou que “não existe sucesso que valha a sua família”. Uma das frases que meu pai disse e que mais me marcou na vida foi “tenha a quantidade de filhos que você consegue dar atenção”. Se fazer presente é muito mais do que estar presente.

No último final de semana eu e minha esposa maratonamos a série que mostra a família Gil reunida e planejando uma turnê na Europa. Quem me conhece bem, sabe que Gilberto Gil é um cara que admiro demais e que está na minha lista de TOP 3 pessoas que quero conhecer um dia. Apesar da trilha sonora maravilhosa, o que mais me pegou foi justamente a reunião da família. Juntos! Curtindo! Planejando! Brincando! Talvez pelo exemplo que eu tive, família pra mim é assim: ALEGRIA! Gilberto Gil é artista, viaja, foi exilado quando já tinha filhos. A distância trazia saudade, mas não diminuía o afeto, o amor, as lembranças positivas. Ele estava “presente”.

Aos 21 anos eu me toquei o quanto nós, homens, temos facilidade de demonstrar afeto pela nossa mãe (infelizmente alguns nem isso), mas nos travamos quando vamos falar algo carinhoso e amoroso pro nosso pai. Por que? Sabe o que eu fiz ou perceber isso? Fiz um compromisso comigo mesmo. Disse que sempre que tivesse a oportunidade, diria “eu te amo” pro meu pai (e continuo falando pra minha mãe, claro)! Se eu sinto e sei o quanto eles me amam, quero deixar mais do que explícito o quanto eu os amo. Quero que eles lembrem sempre disso!

Hoje sou pai. Um amor diferente. E também quero deixar claro pro meu filho que o amo e falo isso sempre pra ele. Ele também fala as vezes. Não quero forçar que ele fale sempre, mas quero me esforçar para que ele sempre sinta esse sentimento nas duas vias. Quero ser lembrado não como um pai perfeito (porque nem tenho pretensão de ser), mas como um pai que amou muito e fez todo o possível por ele.

Eu sei como é boa a lembrança que tenho da minha vó, meu avô, dos meus tios que se foram. Sei como é maravilhosa a impressão e o sentimento que vem quando quero falar dos meus pais, da minha família.

Tenho amigos show de bola! E me dedico pra ser uma pessoa boa pra eles. Quero que eles saibam que podem contar comigo. Tenho colegas de trabalho (muitos viraram grandes amigos) que fizeram a diferença na minha vida e que eu também faço questão de que ser o melhor colega/amigo que eles podem ter. Não pra ter a posição de um suposto ranking, é o melhor que o Duda pode ser. Quero ser lembrado como o cara que brincava, que ajudava, que era bom de serviço, parceiro.

Quase encerrando, vou citar uma mulher espetacular que foi minha chefe e hoje é uma grande e querida amiga: “Eu sou a soma dos chefes que tive. Tiveram alguns que me fizeram mal e eu guardei pra mim que, se fosse chefe, jamais faria aquilo com um funcionário meu. Tiveram outros que me fizeram bem e eu pensei que gostaria de ter a oportunidade de um dia também fazer aquilo por alguém” (Claudia Soranço).

E aí, como é que você vai ser lembrado? Como filho(a), marido, esposa, mãe, pai, colega, amigo, chefe... Você tá construindo a sua estrada pensando que tudo é um caminho e que uma hora vai chegar a hora das lembranças?