Compartilho o sentimento de angústia sobre o momento político vivido pelo Brasil.
É uma quantidade incrível de notícias, ações, mandos e desmandos. A quantidade de horrores que todos os dias vem a tona parece não ter fim. Convido a todos a analisar dois pontos:
1) Desde o fim da segunda guerra, por exemplo, tivemos:
- um presidente que suicidou-se;
- um que renunciou poucos meses após assumir;
- um que mudou a capital do país;
- um golpe militar;- cinco presidentes militares não eleitos;
- um presidente morto na véspera de assumir;
- o presidente pós ditadura militar nunca foi eleito;
- hiperinflação;
- um impeachment/renúncia em razão de escândalo;
- estabilização da economia;
- indexação da moeda ao dólar;
- escândalo ocorrido de compra de apoio parlamentar;
- fraude eleitoral / urnas viciadas;
- maior escândalo de corrupção em um país democrático;
- segundo impeachment (em curso);
- grampos + delações bombásticos;
- conflito aberto entre o judiciário e o executivo.
É uma quantidade enorme de "fatores desestabilizantes". É pedir muito, pedir ao povo que fique indiferente a estas questões. É pedir muito, pedir ao empresário que invista - como planejar a longo prazo num país em que a cada poucos anos a regra do jogo muda totalmente?
2) Se gritar "pega ladrão!", não sobra um meu irmão
Me parece ser obrigatório o envolvimento da classe política em escândalos. São tantos e tão variados que é difícil saber por onde começar.
Não há partido, não há ideologia. Há apenas uma linha que conecta tudo e todos na administração pública - a corrupção. Como disse Gilmar Mendez, no Brasil foi instaurado um novo sistema de governo, a CLEPTOCRACIA.
Ponderem que a quantidade de crimes cometidos por políticos ou pessoas a eles ligadas é 40 VEZES superior a quantidade de crimes cometidos na sociedade como um todo. Sim, 40 VEZES! Ou seja, se a pessoa está ligada à política, ela possui uma chance 40 VEZES maior de ser bandido do que qualquer cidadão. É estarrecedor. Na prática estabeleceu-se que os ladrões seriam responsáveis pela segurança do cofre. Não há como isto dar certo.
É preciso que as pessoas de bem votem melhor e que assumam sua responsabilidade tomando lugar na administração pública. É urgente a necessidade de uma nova geração substituir os nomes tradicionalmente envolvidos na política.