COMPETÊNCIAS PARA O MUNDO I.A.
(nome original Competencias Duráveis)
QUAIS são as competências necessárias para um profissional se manter no mercado de trabalho nos dias de hoje? Até a década de 1970, era fundamental saber datilografia. A maioria dos jovens era encaminhada a salas repletas de máquinas barulhentas e desconfortáveis logo no início da adolescência. Não raro acontecia de escutarmos pais e avós se orgulharem do diploma de datilografia que filhos e netos levavam para casa. Era como um passaporte para o mundo empresarial.
Ninguém escapava do repetitivo exercício (às cegas), que desvendava a localização de cada letra: asdfg çlkjh asdfg çlkjh asdfg çlkjh ... Na entrevista para emprego, a pergunta invariável era: quantos toques por minuto? 70, 100, 130 etc.
O tempo foi passando e apareceu a tal da informática e, com ela, os primeiros oportunistas que impressionaram chefes e colegas com o milagre das planilhas e da diagramação on line de textos e documentos empresariais. Isso virou commodities nas organizações e veio a Internet, trazendo mais uma onda de novidades obrigatórias para o encarreiramento.
Sem considerar conhecimentos sobre reengenharia, qualidade total, CCQ, globalização, planejamento e liderança, foram aparecendo outras competências necessárias para a empregabilidade de cada um. Falar inglês é obrigação, e o espanhol já começa a dar as cartas. MBA, mestrado e doutorado, tudo isso tem a rodo por aí. Basta abrir inscrições para qualquer vaga de nível superior e vai se encontrar dezenas (ou centenas) de empates curriculares. Da datilografia ao MBA, é possível que as empresas ainda não tenham encontrado o que elas realmente querem de um colaborador.
Como desempatar, com justiça, o jogo dos currículos que se estabeleceu no mercado? Competências em vendas, marketing, informática, finanças, entre outros, criaram um caleidoscópio de informações que confunde o mercado e dificulta o posicionamento de empregados e empregadores.
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Voltemos, então, no tempo. Quais eram os critérios para avaliar a competência no campo e nos primórdios da industrialização? Quando o gado sumia, o peão tinha que encontrar. Quando o material acabava, o artesão tinha que improvisar. Qualquer obstáculo sempre precisa ser superado.
Em qualquer empresa, de qualquer lugar, a qualquer tempo. Criar soluções sempre foi a competência mais necessária em todas as organizações. O trabalho é um conjunto de ações realizadas por alguém, em um determinado espaço de tempo, de alguma maneira, para atingir a um objetivo. Independente do trabalho, as inconsistências e as dificuldades estarão sempre presentes.
Problema é o resultado inesperado de uma expectativa. Antecipar, resolver e eliminar problemas são competências necessárias a todos os seres humanos. Os problemas estão nos acompanhando o tempo todo. Problemas com o trânsito, com a Internet, o apagão, a fatura que não foi, o contrato errado, o cliente insatisfeito.
Será que MBA, inglês, espanhol e doutorado são suficientes para empregados e empregadores resolverem seus problemas no dia a dia? Mais do que nunca, precisamos de pessoas especializadas em resolver problemas. Pessoas que amam problemas sobre todas as coisas. Pessoas que se motivam quando ouvem esse problema é complicado, ninguém resolve!.
Pouco importa se o problema é em inglês ou em português. Resolva! Abaixo os Reis do Diagnóstico. Aqueles que sempre sabem direitinho qual é o problema da empresa, do colega ou do país.
Aqueles que começam a explicação com a velha frase: O problema é que... Mas solução que é bom, nada. Quem sabe chegaremos ao dia em que as pessoas serão treinadas para resolver problemas. Como uma "SWAT" empresarial que está sempre preparada para o que der e vier. Esse doutorado eu quero ter: doutor em soluções. O resto é foco no meio de resolver o problema e, não, no resultado. Imagine o anúncio: MBA em Soluções de Problemas - matrículas abertas. É só me mandar o formulário que estarei matriculado. Quem sabe a gente se encontra lá.