Compliance: o caminho em comum para as maiores empresas brasileiras
Nas últimas segunda e terça-feira assisti a exposições dos responsáveis pelos Programas de Compliance de duas das maiores empresas brasileiras, J&F e Odebrecht, Emir Calluf e Flávio Serebrinic, respectivamente. Há algumas semanas, vi também o Diretor do Programa de Compliance da Petrobras, Rafael Gomes e o membro do Comitê de Medidas Disciplinares da PETROBRAS, Marcelo Zenkner.
Todos os encontros promovidos pelo incansável professor José Guimarães.
Ambos grupos empresariais sofreram profundo impacto com a vinda à tona de esquemas de corrupção, tendo enormes prejuízos financeiros, tanto em valor de mercado como nas multas bilionárias aplicadas pelos órgãos de controle, sem contar com a deterioração de suas imagens.
Se quando comecei a estudar sobre Compliance, impulsionado e inspirado pelo proficiente colega e parceiro Bruno Brasil, o caso da SIEMES era a referência da mais alta multa aplicada em virtude da lei FCPA americana, hoje a PETROBRAS e a J&F superaram, e muito, aquele valor.
O que chama atenção nesses três casos emblemáticos é que a sobrevivência e o soerguimento das empresas passam, necessariamente, pela implementação de um amplo e robusto Programa de Compliance.
É incrível perceber o nível de profundidade com que um Programa de Compliance atinge uma empresa.
Primeiro, sem seus Programas de Compliance, essas empresas não teriam condições de realizar os acordos com as autoridades para minimizar perdas e continuar operando.
Em segundo lugar, essas empresas não estariam recuperando clientes e contratos sem a demonstração de que já têm implementados, mesmo que ainda em contínuo desenvolvimento, Programas de Compliance efetivos.
Além disso, é o Compliance – em parceria indissociável com a Comunicação – responsável direto pela recuperação, lenta e gradual, das imagens dessas empresas. Um dos papéis do Compliance Officer é propagar, o máximo possível, os caminhos que a empresa tem trilhado no sentido de deixar para trás as práticas antiéticas ocorridas no passado, para escrever, a partir do presente, um futuro pautado pela conformidade, ética e integridade.
E se o Compliance tem sido essencial para uma empresa que precisa se recuperar de uma crise grave, imagine-se os ganhos que uma empresa, cuja reputação não foi atingida, poderia ter implementando um programa e explorando, através da comunicação, os benefícios de ser uma empresa com forte valor institucional baseado na ética e na integridade.
Advogada - Sócia Fundadora CVN Advogados - Auditora SIG ISO 19600 & 37001 - Membro ANPPD® - Em especialização: Direito Tributário.
5 aMuito bom o artigo do Hugo!!