COMUNICAÇÃO E CONTEMPORANEIDADE
Numa das sessões finais do Cirs -Congresso Internacional de Representações Sociais, em Marselha, França, escutei com atenção a reflexão de um sociólogo francês, que fez as seguintes provocações:
- a humanidade passa por momentos extremistas sempre que há maior difusão do pensamento em razão da ampla aplicação de novas tecnologias da informação.
- segundo ele, o surgimento da imprensa deu margem à circulação de idéias e à necessidade de alfabetização, antes restritas à nobreza e o clero.
- séculos depois, ampliaram-se os meios e as tensões por conta das diferentes opiniões tornadas públicas e, evidentemente, as tentativas de censura
- hoje, em razão da internet e ao fácil acesso às informações em tempo real, há uma profusão de manifestações de opinião, cujo resultado mais visível é a profusão desordenada de ideias e controvérsias, com forte acento individualista.
O escritor Umberto Eco teria afirmado que internet gerou "uma legião de imbecis". Se considerarmos que a democratização dos meios de comunicação retiram milhões de pessoas do seu anonimato, pela expressão e reprodução de qualquer forma de ver e pensar, é lógico que as tensões tendem a aumentar.
Levará algum tempo para nos acostumarmos a essa intensidade de modos de ver a vida e as relações cotidianas.
Até lá, encontros e desencontros comunicacionais vão ser a tônica no plano global, em busca de um entendimento possível.
Nada será como antes!
Porém, como costuma afirmar o professor Michel Maffesoli, " o fim de um mundo não significa o fim do mundo ".