Comunicação: habilidade essencial para o futuro das novas gerações
Quando falamos de futuro, especialmente no mercado de trabalho, é impossível não mencionar a comunicação como uma das habilidades mais importantes. Falamos bastante sobre o profissional, mas agora vamos falar sobre nossas crianças, as novas gerações que estão revolucionando o mercado e até deixando muitos pais e mães de cabelo em pé.
As novas gerações chegaram para acelerar um processo que já estava em andamento: a retomada do que é essencialmente humano. Demoramos a entender que, apesar de todos os avanços tecnológicos — como a inteligência artificial — a sociedade é composta por pessoas, e como bem diz a professora da Fundação Dom Cabral Kedma Nascimento, somos “uma bola de emoções”. Sigmund Freud já falava sobre isso quando destacou que buscamos o prazer e evitamos o sofrimento, ambos estados emocionais. As novas gerações intensificam isso em cada aspecto de suas vidas e carreiras.
Retomada do Humano em um Mundo Tecnológico
Um estudo recente da empresa de consultoria corporativa McKinsey, realizado em 15 países, identificou as habilidades essenciais para tornar as carreiras "à prova de futuro". Mesmo com os avanços tecnológicos e o crescimento da automação, as competências mais valorizadas ainda residem no campo da comunicação: contar histórias, falar em público, inspirar confiança, sintetizar ideias complexas e traduzir mensagens para diferentes contextos.
Essa tendência não se restringe às grandes corporações. Basta olhar o exemplo de Jeff Bezos, que, desde os primórdios da Amazon, sempre colocou a comunicação como uma habilidade-chave para o sucesso de suas equipes. A capacidade de transmitir ideias claras e inspirar pessoas tem sido fundamental para o crescimento da empresa.
As Gerações e a Comunicação: Diferenças que Ensinam
Se compararmos gerações anteriores, como os Baby Boomers e a Geração X, com Millennials e a Geração Z, percebemos mudanças profundas na forma de encarar o trabalho, o propósito e a vida em geral. Enquanto os Baby Boomers se sacrificaram pelo sucesso profissional e a Geração X valorizou a estabilidade com diversidade de carreiras, as novas gerações vieram com demandas mais claras: propósito, equilíbrio e, acima de tudo, bem-estar mental.
· Baby Boomers (1946-1964): Dedicação intensa ao trabalho, com foco no sucesso individual.
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· Geração X (1965-1980): Preocupação com equilíbrio entre trabalho e vida pessoal, mas ainda com foco em mobilidade profissional.
· Millennials (1981-1996): Buscam crescimento constante, propósito e flexibilidade no ambiente de trabalho.
· Geração Z (1997-2010): Nativos digitais, querem mobilidade, empreendedorismo e, principalmente, forte equilíbrio entre vida e trabalho, com foco em justiça social e sustentabilidade.
O que fica claro é que a comunicação é a ponte que conecta as necessidades humanas, como propósito e bem-estar, com as novas formas de viver e trabalhar. Ela é o canal que nos permite ressignificar o que é sucesso e como queremos construir nossas vidas daqui para frente.
Aprendendo com as Crianças: O Valor do Processo
Como bem colocou Tim Gallwey em seu livro "O jogo interior do tênis", as crianças nos ensinam a aprender sem a pressão do julgamento. Elas caem, levantam, tentam de novo, e tudo isso faz parte do processo. Talvez essa seja a lição mais poderosa que podemos trazer para nossa forma de comunicar: a leveza de se expressar sem o peso da autocobrança.
Ao observarmos as novas gerações, podemos aprender que a comunicação precisa ser humana, acolhedora e adaptável. Essa flexibilidade, aliada à capacidade de nos comunicar com empatia e clareza, não só melhora as relações, como constrói ambientes mais harmoniosos — seja em casa, no trabalho ou na sociedade.
A inteligência artificial pode ter chegado para ficar, mas as emoções e a comunicação são a base que nos manterá conectados como seres humanos. Seja no mercado de trabalho, seja na vida pessoal, as novas gerações nos lembram que, no fundo, tudo se resume à nossa capacidade de falar, ouvir e entender uns aos outros. Assim, a comunicação permanece como a habilidade essencial para o futuro, mais relevante do que nunca em um mundo que, apesar de tecnológico, nunca deixou de ser profundamente humano.