Confiança
Primeiro, gostaria de justificar minha opção por fugir de temas relacionados ao mudo corporativo - temos aqui milhares de artigos de ótima qualidade sobre temas variados relacionados a ganho, produtividade, racionalização, gestão de recursos e pessoas e, considerando minha incursão recente nos temas da psicologia, ou seja, humanidades, me pareceu redundante escrever sobre.
Feitos os esclarecimentos, digo que a questão dos casais de "sucesso" me suscitou o tema título desse artigo.
Há um ditado muito comum que diz: “a honestidade é sempre a melhor política”. Viver em um ambiente inseguro é seguramente (o trocadilho é proposital) um dos principais requisitos para o aparecimento dos mais variados tipos de neuroses. Relembrando: o ingrediente mais importante para se manter um relacionamento – qualquer que seja – é a honestidade. Da honestidade, deriva a confiança.
Em vez de ficar escrevendo sobre o que vem a ser “confiança”, prefiro descrever sobre como ela se rompe em um relacionamento. Seguem alguns conceitos:
CONFIANÇA – Crença de que o outro é digno de confiança, ou seja, que é honesto. Existe segurança.
DESAPONTAMENTO – Uma expectativa ou promessa que não é cumprida. Cuidado: expectativas grandes demais e impossíveis - pessoas perfeccionistas - podem precipitar o desapontamento sem que de fato o outro esteja de fato descumprindo uma promessa ou frustrando uma expectativa.
SUSPEITA – Aparece depois de uma série de desapontamentos. A crença na confiabilidade do outro começa a ser questionada.
DESCONFIANÇA – Acontece uma mudança de paradigma. A crença muda: “não posso confiar naquela pessoa”. A credibilidade do outro é posta em dúvida. As pessoas se tornam mais reservadas ao conversar. Enquanto estão ouvindo o outro, estão se perguntando: “o eu está por trás disso? O que está sendo ocultado?
COMPORTAMENTO DEFENSIVO – Nesse momento aparece a raiva. As pessoas tendem a acreditar (inferir) que sua integridade está sendo questionada. Cada um dos lados da relação procura isentar-se da culpa pela desconfiança acusando o outro de estar errado ou de estar tentando “manipular” o outro.
AFASTAMENTO E ALIENAÇÃO – A medida que a desconfiança cresce, as pessoas muitas vezes preferem evitar uma à outra. Se isso não for possível, se distanciam o máximo possível. As conversas limitam-se a coisas sem importância. Os membros da relação se afastam uns dos outros por acreditarem que terão sempre respostas falsas, que são manipuladas ou exploradas. Tornam-se estranhas uma à outra. Em público, podem “representar” uma relação afetiva e calorosa – cujo único objetivo é “esconder” a própria dor.
HOSTILIDADE – Quando a confiança é rompida aparece o medo. Nas sociedades por exemplo, ocorre uma “polarização” política maior que o normal. Nas relações pessoais também. Cada uma das partes da relação pode buscar conforto em outros grupos que não o original e adotar comportamentos polarizados.
A quebra da confiança não é definitiva. Pode ser restaurada na medida em que as pessoas interessadas recorram a um “exame de consciência”, uma “reflexão profunda” e adotem comportamentos mais amistosos e honesto.
A imagem que ilustra o artigo foi obtida na internet, endereço aqui.
Professora de pintura artesanal
9 aMuito bom. Adorei o tema e o texto. Abraço.